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Estado de Minas

Supermercados do interior botam banca em Minas

Respons�veis por 70% das vendas do setor no estado, redes mineiras que atuam fora da capital v�o investir R$ 270 milh�es para abrir 39 lojas neste ano e encarar concorrentes


postado em 07/01/2013 00:12 / atualizado em 07/01/2013 07:15

Consumidores no Super Luna, em Betim. Com unidades em Brumadinho, Contagem, Sarzedo e Igarapé, empresa vai construir centro de distribuição(foto: Cristina Horta/EM/D.A/Press)
Consumidores no Super Luna, em Betim. Com unidades em Brumadinho, Contagem, Sarzedo e Igarap�, empresa vai construir centro de distribui��o (foto: Cristina Horta/EM/D.A/Press)

Pequenos e m�dios supermercados de Minas Gerais seguem � risca a tese de que tamanho n�o � documento, com uma nova onda de investimentos estimados em R$ 270 milh�es no interior do estado neste ano. Os recursos ser�o aplicados na abertura de 39 lojas, sem nada dever ao conforto, modernidade e qualidade de estoques dos grandes concorrentes do setor, aliados, ainda, � gest�o eficiente e ao profissionalismo que as redes menores adotaram.

Mais pr�ximas do consumidor, elas souberam aproveitar o crescimento da renda do brasileiro, a inclus�o das classes C e D no consumo, e os efeitos da valoriza��o do sal�rio m�nimo para crescer e chegar bem perto dos hipermercados. O desafio agora � manter a capacidade de investir e enfrentar nuvens que rondam o cen�rio de expans�o da economia brasileira, em especial, os rumos da infla��o.

H� 20 anos no ramo, Herc�lio Ara�jo Diniz Filho e cinco irm�os, s�cios do supermercado Coelho Diniz, de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, conhecem bem a concorr�ncia. A rede prepara a abertura de lojas em Ipatinga e Coronel Fabriciano,, distantes mais de 100 quil�metros da matriz, com a experi�ncia acumulada no comando de cinco lojas em Valadares, uma em Caratinga, na mesma regi�o, e outra em Manhua��, na Zona da Mata mineira. “Vivemos uma d�cada de ouro. A crise recente da economia n�o chegou ao nosso segmento”, garante Herc�lio Filho.

Como mineiro t�pico, o supermercadista n�o revela o or�amento destinado � expans�o, mas avisa que os planos est�o apoiados numa pol�tica sustent�vel, que combinou o reinvestimento dos lucros no pr�prio neg�cio e a sensibilidade para entender e atender os desejos do consumidor. Ainda em 2013, o Coelho Diniz ter� a oitava loja em Valadares e entra em Te�filo Otoni, no Vale do Jequitinhonha. O n�mero de empregados sobe de 1.500 para 2.300.

Conforme as estimativas da Associa��o Mineira de Supermercados (Amis), o interior do estado vai levar 90% das lojas projetadas e dos investimentos previstos pelo setor em 2013, que totalizam R$ 300 milh�es na abertura de 43 unidades e na reforma de 58 lojas. Do bolo do faturamento, que deve ter alcan�ado R$ 14 bilh�es em 2012, elas teriam movimentado algo em torno de 70%, ou seja, R$ 9,8 bilh�es. A extens�o territorial de Minas e a riqueza gerada em polos industriais e do setor de servi�os desenvolvidos, fora da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, abriram oportunidades e atraem as redes menores, segundo o superintendente da Amis, Adilson Rodrigues.

Essa caracter�stica particular do varejo mineiro favoreceu a pulveriza��o da atividade, diferentemente uma tend�ncia de concentra��o do setor em outros estados, como S�o Paulo. Outro detalhe em benef�cio das redes menores � o conhecimento que elas adquiriram para lidar com a log�stica da distribui��o no interior. “Essas redes conhecem mais os mineiros do interior, em meio ao misto de sotaques, de baianos a cariocas, e culturas muito diferentes que encontramos em Minas. � algo que se torna mais dif�cil para as empresas transnacionais”, afirma.

Coelho Diniz, em Valadares, vai para a oitava loja na cidade e quer entrar no mercado de Teófilo Otoni(foto: REPRODUÇÃO DA INTERNET)
Coelho Diniz, em Valadares, vai para a oitava loja na cidade e quer entrar no mercado de Te�filo Otoni (foto: REPRODU��O DA INTERNET)
Culturas diferentes A proximidade com o consumidor foi decisiva para o crescimento da rede Bahamas, de Juiz de Fora, na Zona da Mata, primeira no interior e a quarta maior no estado, que desembarca este ano no Tri�ngulo mineiro, abrindo tr�s lojas em Uberl�ndia, dona do quarto maior PIB de Minas (Produto Interno Bruto, medida de valor da economia). “� um desafio fant�stico chegar a uma regi�o mais rica, com uma grande popula��o e outra cultura (influenciada por S�o Paulo e o interior paulista). Levamos nossa experi�ncia, uma pol�tica de pre�os agressiva e o envolvimento com o consumidor”, diz Nelson J�nior, gerente de marketing da rede.

Com 28 lojas na Zona da Mata, que sofre a influ�ncia do Rio de Janeiro, 4,650 mil empregados e 12 mil itens comercializados, o Bahamas det�m as bandeiras Bahamas (supermercado), Emp�rio Bahamas (lojas segmentadas) e Bahamas Mix (atacarejo). S� para viabilizar os planos de expans�o no Tr�ngulo, a rede prev� desembolso de R$ 40 milh�es, incluindo a abertura das lojas e a constru��o de um centro de distribui��o. A concorr�ncia na regi�o com os hipermercados Carrefour e o Bretas n�o � novidade.

Atendimento de qualidade � tamb�m prioridade para a rede Super Luna, de Betim, na Grande Belo Horizonte, que lan�ou seu programa de expans�o em 2000 e, hoje, comanda sete unidades, com presen�a em Brumadinho, Igarap�, Contagem e Sarzedo, e um universo de 1.600 empregados. Os principais investimentos neste ano ser�o feitos na constru��o de um centro de distribui��o em terreno j� adquirido e a reforma e amplia��o da matriz em Betim, informou o s�cio-propriet�rio Navarro Agostinho C�ndido. “Novas lojas tamb�m poder�o ser abertas, estamos sempre atentos a demandas e oportunidades do mercado”, afirma.

O QUE NOS INTERESSA

Concorr�ncia pode beneficiar clientes


Se as leis da economia vingarem, os planos de expans�o dos pequenos e m�dios supermercados t�m o dever de beneficiar o consumidor, entendidos como est�mulo � concorr�ncia. E n�o se trata s� de uma competi��o por meio de pol�ticas de pre�os, mas da oferta de servi�os associados �s compras e de atendimento qualificado. O Brasil nem sempre tem assistido a essa l�gica; pelo contr�rio, o cliente tem ficado desamparado em setores marcados por baixa concorr�ncia, apesar da atua��o de muitas empresas, a exemplo da telefonia e dos servi�os banc�rios. A perspectiva de um crescimento da economia mais animador neste ano ser� um teste para a dona de casa perceber que vantagens surgir�o da briga dos supermercados.

Redes ganham em efici�ncia

Ganhos de escala, linguagem corriqueira nas maiores bandeiras dos hipermercados, explicam, da mesma forma, a expans�o das redes menores de supermercados, que como a Bahamas, de Juiz de Fora, inclui a possibilidade de aquisi��es. A escala permite �s empresas ganhar em efici�ncia, observa o professor Nuno Fouto, do Programa de Administra��o do Varejo (Provar), da Faculdade de Economia, Administra��o e Contabilidade da Universidade de S�o Paulo (FEA/USP).

Ao se tornarem redes, os supermercados se veem obrigados a trabalhar num sistema profissional e a usar tecnologia, que � fundamental para lidar com grande volumes. “As demandas e exig�ncias do consumidor tamb�m qualificam a oferta dessas redes e nesse aspecto elas n�o perdem para os hipermercados”, diz Nuno Fouto. Elas oferecem lojas modernas, climatizadas e com estacionamento pr�prio. Os planos dos supermercados do interior de Minas n�o se resumem a uma vis�o otimista do setor para 2013, pondera o especialista, convencido de que Minas Gerais e o Brasil oferecem espa�o para que elas se fortale�am. “O que pode atrapalhar � uma infla��o que volte, retirando o poder de compra do consumidor. Ou mesmo, a incapacidade dessas empresas de investir”.

Recursos n�o parecem ser um empecilho. A pequena rede Faria Supermercados, de Itapecerica, no Centro-Oeste de Minas, avalia oportunidades de crescimento com apoio de cr�dito de institui��es como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES). A s�cia-propriet�ria Dolores Ant�nia Fonseca, planeja a abertura em 2014 da quarta loja, com 7 mil itens em estoque, atenta � capacidade de expans�o da economia local. “Temos sempre de buscar desafios, trabalhando uma pol�tica de lojas que atendam bem no mix, na estrutura e no relacionamento com o consumidor”, afirma.

Planejamento No Bahamas, o gerente de marketing Nelson J�nior conta como a empresa se apoiou num extenso estudo de oportunidades para crescer em cinco regi�es de Minas. O planejamento definiu uma empresa com 50 unidades em 2015, portanto, a ambi��o de abrir 22 lojas em tr�s anos nem poderia descartar prospec��o e aquisi��es. A expectativa de crescimento da rede neste ano � de 20%. Junto ao investimento no Tri�ngulo, ser�o abertas mais duas unidades na Zona da Mata.

Al�m do esfor�o das pr�prios supermercados, Nelson J�nior lembra que os fornecedores contribu�ram com produtos e embalagens de melhor qualidade, leiautes atrativos e equipamentos modernos. Herc�lio Filho, s�cio da rede Coelho Diniz, considera o log�stica o principal gargalo dos planos de crescimento. “J� enfrentamos tr�nsito congestionado no interior e restri��es para os caminh�es trafegarem em vias urbanas”, observa. Entre as metas da empresa, est� a prepara��o de um centro de distribui��o para que a partir de 2014 toda a mercadoria comercializada passe por essa infraestrutura. (MV)


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