
O IPC-C1 do ano passado superou, inclusive, o teto do IPCA, de 6,5%. Segundo a FGV, dos oito grupos de despesas que integram o c�lculo do indicador, tr�s apresentaram alta no confronto entre novembro e dezembro: alimenta��o (de 0,47% para 1,4%), transportes (de 0,01% para 0,34%) e despesas diversas (de 0,39% para 1,5%). Dentro desses grupos, as principais altas foram sentidas nos itens hortali�as e legumes (de -9,39% para 3,53%), tarifa de t�xi (de zero para 11,27%) e cigarros (de 0,49% para 3,18%).
No acumulado do ano, a infla��o dos alimentos medida pelo IPC-C1 alcan�ou 10,13%. O ambulante Washington Luiz Garcia, de 52, consegue ganhar entre um e dois sal�rios m�nimo por m�s. Ele acompanha a evolu��o dos pre�os dos alimentos de perto, pois, como mora sozinho, no Bairro Renascen�a, na Regi�o Nordeste da capital, faz as compras de casa. Assim como dona Sebastiana, reclama da alta dos pre�os. “O da batata, nem se fala. Era acostumado a comprar dois quilos a cada vez que vinha ao sacol�o. Passei a levar para casa apenas um. Cebola e mandioca tamb�m aumentaram de pre�o”.
Na Ceasa Minas, o pre�o do tub�rculo subiu 94% entre dezembro do ano passado e igual m�s de 2011, de R$ 0,50 para
R$ 0,97. O chefe da se��o de Informa��es de Mercado da central de abastecimento, Ricardo Martins, informou que no caso da batata h� pelo menos duas justificativas. A primeira � que parte da produ��o em Minas foi vendida para outros estados. A segunda � que em 2012 houve redu��o na �rea plantada, pois no ano anterior os agricultores haviam produzido quantidade acima do normal, o que acaba, na pr�tica, reduzindo o pre�o, conforme determina a regra da oferta e da procura.
Mas n�o foi apenas a batata que doeu no bolso do consumidor no acumulado do ano passado. Itens como a cebola (43,5%), a mandioca (30%) e o repolho (23,6%) tamb�m subiram de pre�o, segundo tabela elaborada pela Ceasa.
Entre os produtos e servi�os que apresentaram recuo no pre�o na passagem de novembro para dezembro, os destaques v�o para habita��o (de 0,53% para 0,42%), vestu�rio (de 1,05% para 0,90%), comunica��o (de 0,25% para 0,03%), sa�de e cuidados pessoais (de 0,43% para 0,42%) e educa��o, leitura e recrea��o (de 0,36% para 0,35%). Segundo a FGV, as principais influ�ncias para a redu��o partiram das tarifas de eletricidade residencial (de 1,27% para 0,72%), cal�ados (de 0,85% para -0,01%), tarifa de telefone m�vel (de 0,81% para 0,07%), medicamentos em geral (de 0,21% para 0,05%) e passagens a�reas (de 8,88% para 5,59%).
IPC-BR A FGV divulgou tamb�m o �ndice de Pre�os ao Consumidor - Brasil (IPC-BR), que mede a infla��o para as fam�lias com renda mensal entre 1 e 33 sal�rios m�nimos. Nesse caso, a alta em dezembro foi de 0,66%, fechando o ano em 5,74%.
F�lego com a conta de luz
A redu��o da tarifa de energia el�trica, como estabelece a Medida Provis�ria 579, dever� ajudar a conter a infla��o para a baixa renda em 2013, mas � imposs�vel prever se a queda do valor do megawatt/hora ser� suficiente para compensar outras fontes de alta de pre�os, segundo Andr� Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Funda��o Getulio Vargas (Ibre/FGV). Para este ano, a expectativa � de que os indicadores de pre�os revelem altas, principalmente, nos pre�os de autom�veis e eletrodom�sticos de linha branca favorecidos em 2012 pela redu��o do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), cujos pre�os devem aumentar com o fim do incentivo do governo; e nos de cigarros, sobre os quais incidir�o mais impostos.