O governo j� bateu o martelo sobre o aumento da gasolina. A data do an�ncio deve ser definida na pr�xima semana, quando o ministro Guido Mantega voltar� das f�rias. Antes, por�m, o chefe da Fazenda se reunir� com a presidente Dilma Rousseff para discutir as medidas que ser�o anunciadas em conjunto para minimizar o impacto desse reajuste na infla��o oficial, medida pelo �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). Alguns economistas preveem que o IPCA alcance 6,1% este ano, percentual bem acima do centro da meta do governo de 4,5%.
O Minist�rio de Minas e Energia evitou comentar o tema. O ministro interino da Fazenda, Arno Augustin, n�o negou as not�cias de ontem de que o reajuste seria de 7% na gasolina e de 4% a 5% no diesel. “Desconhe�o qualquer decis�o do governo sobre esse assunto”, disse.
A expectativa do mercado � que o an�ncio ocorra at� mar�o. Economistas calculam que um aumento de 7% na gasolina teria um impacto de 0,18 ponto percentual (p.p.) a 0,28 p.p. no IPCA. Em contrapartida, o governo estuda formas de compensa��o para minimizar o reflexo desse reajuste. A primeira delas � o aumento do percentual da mistura do �lcool anidro na gasolina, de 20% para 25%. Isso poderia ocorrer a partir de abril, quando come�a a colheita da cana-de-a��car. Outra medida seria reduzir ou extinguir a cobran�a da contribui��o do Programa de Integra��o Social (PIS) e da Contribui��o para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para o setor de combust�veis, de R$ 0,07 por litro da gasolina junto �s refinarias, conforme dados dos especialistas. A terceira alternativa seria manter os pre�os junto � distribuidora da Petrobras, a BR, e assim for�ar a concorr�ncia a n�o repassar o aumento ao consumidor.
Pelos c�lculos do economista s�nior do BES Investimento do Brasil, Fl�vio Serrano, se o governo adotar o aumentar a composi��o do �lcool anidro na gasolina para 25% e reduzir os R$ 0,07 por litro da PIS-Cofins, o impacto do reajuste no IPCA cairia de 0,18 p.p. para 0,08 p.p.
Refor�o no caixa
O reajuste na gasolina este ano comp�e a diferen�a para os 15% de aumento no combust�vel que a presidente da Petrobras, Maria das Gra�as Foster, anunciou no ano passado ser necess�rio para que a estatal execute o plano de US$ 236,5 bilh�es em investimentos at� 2016. Os reajustes na gasolina e no diesel representariam cerca de R$ 600 milh�es por m�s a mais no caixa da estatal, considerando o volume comercializado em dezembro, estimou o especialista em energia Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).
Na avalia��o de Pires, apesar de o governo contar com a redu��o m�dia de 20% na energia el�trica prevista para este ano para poder aumentar a gasolina, especialistas destacam que novas medidas de compensa��o ser�o necess�rias para segurar a infla��o na cadeia produtiva, que vem a reboque da gasolina. “No ano passado, o governo conseguiu conter o impacto do reajuste da gasolina com a extin��o da al�quota da Contribui��o de Interven��o no Dom�nio Econ�mico (Cide). Agora, essa margem acabou”, afirmou.