O volume do cr�dito consignado contratado por aposentados e pensionistas da Previd�ncia Social atingiu R$ 31,6 bilh�es em 2012. O crescimento do empr�stimo, com desconto direto na folha de pagamento, foi de 11,5% frente a 2011, segundo dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). No ano passado as taxas de juros para a modalidade encolheram cerca de tr�s pontos percentuais, chegando a 23,3% ao ano, frente aos 27% registrados em 2011. No pa�s o volume total do cr�dito consignado teve crescimento de 18%, movimentando R$ 187 bilh�es. Apesar da menor press�o dos juros, especialistas recomendam cautela e planejamento antes de assinar o contrato com o banco.
A expectativa do mercado � de que este ano o cr�dito consignado tenha expans�o ainda maior para os trabalhadores do setor privado. “A taxa de juros do consignado tem ca�do lentamente e deve fechar 2013 em 20%. No ano passado j� foi a menor taxa para pessoa f�sica, perdendo apenas para o cr�dito imobili�rio”, diz Jos� Miguel Ribeiro, vice-presidente da Associa��o Nacional dos Executivos de Finan�as (Anefac). Segundo ele, a queda dos juros aliada ao baixo risco da modalidade vai empurrar o crescimento. Em 2012, o avan�o foi sustentado pelo cr�dito nos bancos p�blicos, mas a expectativa � de que em 2013 as institui��es privadas saiam de uma expans�o de 10% para 15% no volume emprestado. “O cr�dito consignado, com comprometimento de at� 30% da renda, � o empr�stimo de menor risco para as institui��es financeiras”, ressalta o executivo.
O aposentado Nilton Niemayer da Cunha, de 75 anos, paga por m�s R$ 500 pelo consignado. Sua d�vida foi parcelada em 36 vezes. Bem informado, ele diz que as taxas de juros est�o baixas. “J� foram de 2,16% ao m�s, agora ca�ram para 1,38%.” Com cinco filhos criados, Nilton usa o dinheiro do empr�stimo para o lazer. Com a mulher, viajou e conheceu praticamente toda a costa do Nordeste brasileiro, e n�o se arrepende. “Sou bem controlado e n�o deixo o empr�stimo virar uma bola de neve, todos os meses guardo o dinheiro da presta��o, por isso nunca tive problemas com o cr�dito.”
Cautela Especialista em direito banc�rio, a advogada Lillian Salgado alerta que o cr�dito pode ser uma porta de entrada para um po�o sem fundo de d�vidas, e por isso, antes de o consumidor se animar com o dinheiro extra � preciso tomar alguns cuidados, como pesquisar as taxas de juros entre institui��es financeiras, o que pode ser feito pelo site do Banco Central. Ter aten��o ao percentual do sal�rio comprometido tamb�m � regra. A lei diz que o consignado n�o pode consumir mais que 30% do sal�rio. “Infelizmente, existem institui��es financeiras que ainda extrapolam esse limite.” Por fim, Salgado esclarece que o empr�stimo n�o deve ser contratado nas ruas e nem por telefone. “Para evitar golpes, o melhor � que o contrato seja assinado na institui��o financeira.”
Em dezembro, foram emprestados R$ 2,2 bilh�es, segundo dados da Previd�ncia Social, com queda de 3% frente ao mesmo m�s do ano passado. No m�s, Minas foi o segundo estado com o maior volume de empr�stimo, movimentando R$ 235,4 milh�es, atr�s de S�o Paulo, l�der na modalidade, que somou em dezembro R$ 621 milh�es. Segundo os dados da Previd�ncia Social, aposentados e pensionistas com renda de um sal�rio m�nimo lideraram as opera��es, com estoque de R$ 919 milh�es. Dos R$ 2,2 bilh�es que somou o cr�dito consignado em dezembro, 85% do valor s�o para opera��es divididas em parcelas que variam de 49 a 60 meses. J� 40% do valor est� concentrado entre os aposentados de 60 a 69 anos.