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Estado de Minas

Drag�o da infla��o d� um rol� pelas baladas

Com renda em alta e ascens�o da classe C, brasileiros est�o se divertindo mais, em busca de bem-estar. Nessa dan�a, custo do preparo e sa�da � noite aumentou 9,18% em 12 meses


postado em 09/02/2013 00:12 / atualizado em 09/02/2013 07:29

Victor Martins, Ana Carolina Dinardo e Carolina Mansur

Depois da ascens�o de 40 milh�es de brasileiros � classe C e da melhora da distribui��o da renda, o Brasil se tornou um dos maiores mercados consumidores do mundo. Um p�blico que, ap�s saciar o desejo por produtos b�sicos e bens dur�veis, busca agora bem-estar e divers�o. O brasileiro se tornou frequentador ass�duo de restaurantes, spas, bares requintados e festas. Apenas no ano passado, segundo dados da Associa��o dos Profissionais, Servi�os para Casamentos e Eventos Sociais (Abrafesta), o segmento de eventos faturou R$ 14 bilh�es no pa�s, 16% mais que em 2011. Com toda essa demanda, os pre�os dos servi�os relacionados a divers�o dispararam. Alguns consumidores chegam a gastar mais de R$ 5 mil por m�s.

Na m�dia, de acordo com dados levantados pelo Estado de Minas, o custo de se produzir para uma festa e da divers�o cresceu 9,18% nos �ltimos 12 meses. Tudo ficou mais caro, da cerveja � manicure e at� o motel. Segundo especialistas, essa � a fatura a ser paga pelo Brasil do pleno emprego e tamb�m por uma distribui��o de renda melhor. “Estamos de fato com mercado de trabalho aquecido e os aumentos de sal�rio repercutem sobre a infla��o”, explica Zeina Latif, consultora s�cia da Gibraltar Consulting. “Os pre�os em alta tamb�m realimentam a infla��o. Se a manicure gasta mais para comer, ou a alimenta��o fora de casa est� mais cara, ela vai repassar esses custos para o pre�o”, argumenta.

Para uma mulher, sair de casa para se divertir n�o � suficiente. � preciso estar bonita, com o cabelo e as unhas em dia. Portanto, os gastos come�am no sal�o, passam por uma roupa nova e s� terminam depois da balada. A coordenadora administrativa Aurea Velloso, de 27 anos, � um bom exemplo. Pelo menos duas vezes por semana ela sai com os amigos. “Ou saio na sexta e no s�bado ou em um dia da semana e no s�bado”, conta. Para garantir uma vida social movimentada ela conta que costuma gastar cerca de 40% do seu sal�rio.

A justificativa para os gastos � simples: os pre�os est�o cada vez mais altos e o maior aumento foi sentido nos �ltimos seis meses. “Uma ida ao sal�o n�o fica por menos de R$ 150, ent�o acabo fazendo tudo em casa, unha, cabelo e maquiagem, para economizar e gastar esse dinheiro na boate ou no bar”, conta Aurea. “J� nos bares e boates os destilados tamb�m encareceram muito, assim como a comida”, reclama..

Divers�o Mesmo com os pre�os em alta, o chefe de telemarketing Dalmo Lopes, 32 anos, afirma que n�o perde uma festa. A divers�o, para ele, come�a na quinta-feira e termina apenas no domingo. Cada sa�da representa entre R$ 100 e R$ 300 a menos no or�amento em fun��o de gastos com ingresso de festas e cerveja. “Sei que � caro, mas, se eu posso pagar, n�o tem motivo para n�o ir ao barzinho com meus amigos, tomar uma cerveja ou ent�o ir para uma boate dan�ar”, afirma. Se o evento for bom, ele explica, vale at� uma roupa nova. “Para curtir a noite tem de estar bem arrumado tamb�m. Caso contr�rio espanta as garotas”, brinca.

Lopes est� entre os milh�es de brasileiros que se beneficiaram da expans�o da renda e do mercado de trabalho aquecido. Assim como ele, mais da metade da popula��o do pa�s tem condi��es de gastar algum dinheiro com entretenimento. Gilberto Braga, professor de economia do Ibmec, pondera que, quanto mais a renda cresce, mais o consumidor busca por qualidade e pela sensa��o de bem-estar. “Isso faz com que os pre�os cres�am rapidamente. Esse cliente est� disposto a pagar mais caro por uma cerveja. Ele paga R$ 10 e acha at� justo em fun��o do local”, explica. “Devido � busca por prazer, a rela��o entre pre�o e realidade perde a razoabilidade”, diz.

Beleza com
custo alto

Para a empres�ria Roseane Jord�o, 48 anos, frequentar um centro de beleza � uma terapia. “N�o quero parecer jovem para ningu�m. Quero apenas ficar bem comigo mesma”, garante. Os gastos de Roseane chegam a R$ 5 mil por m�s incluindo xampu, condicionador, cremes, gin�stica localizada. Tudo isso com acompanhamento de uma nutricionista, uma dermatologista e ainda um personal trainer. “Nem eu sabia que gastava tanto. Ainda assim, vale a pena”, diz.

A empres�ria Renata Oliveira, 30 anos, n�o � diferente. Ela n�o abre m�o de estar a cada sete dias no sal�o, realizar tratamentos faciais e corporais, e de ir diariamente � academia. Para cumprir essa jornada da beleza ela precisa desembolsar R$ 600 por m�s. “� um gasto alto”, considera. “Tenho que me cuidar da melhor maneira e isso custa caro, infelizmente”, acrescenta.
Entre os homens, como n�o h� a demanda por servi�os est�ticos na pr�-balada, os gastos acabam concentrados nas bebidas e, �s vezes, em uma roupa nova. O consultor de solu��es em engenharia Thiago Laguardia, de 25 anos, conta que chega a gastar cerca de R$ 400 por semana com as sa�das. “Eu saio ter�a, quinta, sexta, s�bado e �s vezes no domingo”, explica. Na noite, Laguardia costuma optar pela cerveja, que ele estima ter aumentado cerca de R$ 3 em algumas casas. “Em algumas boates tudo subiu de uma vez, mas em outras o aumento foi mais leve, o que tamb�m n�o deixa de doer no bolso”, comenta.

 

Convidado que veio para ficar

 

Mesmo com os pre�os j� elevados, a tend�ncia � que eles continuem a aumentar. “Isso ocorre em qualquer pa�s que est� passando por processo de crescimento e cujo peso dos servi�os passa a superar o da ind�stria na economia”, observa Juan Jensen, economista da Tend�ncias Consultoria. O professor de economia do Ibmec Gilberto Braga faz avalia��o semelhante. “Alguns dos nossos produtos e servi�os j� t�m o mesmo pre�o de Nova York. Um exemplo � o Big Mac vendido no Brasil, o mais caro do mundo”, afirma.

A proximidade de grandes eventos, al�m de todos esses fatores estruturais da economia, tamb�m favorece o aumento de pre�os. Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Funda��o Getulio Vargas (Ibre/FGV), o carnaval de 2013 ser� 7,46% mais caro que o do ano passado. A sugest�o de especialistas para amenizar esses custos � antecipar os gastos poss�veis. “Escolher o meio de pagamento antes de sair de casa e pagar gastos fixos da viagem com anteced�ncia � sempre recomend�vel”, ensina Cesar Medeiros, diretor geral da CPP no Brasil, empresa de prote��o e assist�ncia aos meios de pagamento e multicart�es.

Entrada cara A compra de ingressos, por exemplo, pode ser feita com anteced�ncia. Mas a entrada para as baladas tamb�m est� em alta. Segundo a coordenadora administrativa Aurea Velloso, h� uma pol�tica de pagar a entrada mais a consuma��o e alguns lugares em Belo Horizonte chegam a cobrar R$ 50 s� de entrada. Somado a isso, ela lembra os gastos com comidas e bebidas dentro dos estabelecimentos. “Contando o pre�o da entrada, do que consumimos, ida e volta de t�xi e �s vezes um lanche depois da festa, uma sa�da n�o fica por menos de R$ 100”, calcula.

A alternativa segundo Aurea tem sido escolher. “Ir � boate � muito mais caro porque � tudo muito bonitinho, as cervejas s�o pequenas e com isso o pre�o � mais alto”, afirma. “Hoje tenho que decidir se vou ao bar ou ao cinema para outro dia ir � boate. Se n�o for assim a gente acaba gastando todo o sal�rio e nem se d� conta porque realmente se divertir est� cada vez mais caro”, acrescenta. Mesmo considerando a alta nos pre�os, a coordenadora lembra que Belo Horizonte ainda tem um dos melhores pre�os da Regi�o Sudeste, quando o assunto � divers�o. “Em S�o Paulo, s� a boate fica por R$ 100”, afirma.


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