Retra��o da economia pode acabar no fim do ano, diz presidente do Banco da It�lia

O presidente do Banco da It�lia, Ignazio Visco, afirmou hoje que a retra��o da economia italiana pode terminar na segunda metade de 2013, mas o n�vel de incerteza ainda � grande. De acordo com ele, decis�es pol�ticas na Europa, sobretudo do Banco Central Europeu (BCE), ajudaram a reduzir os custos de financiamento para o governo e as empresas. No entanto, "� crucial que isso continue e seja refor�ado", acrescentou.

Ele disse que as contas p�blicas do pa�s continuam fr�geis parcialmente devido aos temores por parte de investidores internacionais, mas o spread, ou a taxa de juro paga pela It�lia em compara��o com a Alemanha n�o � justific�vel do ponto de vista dos fundamentos econ�micos.

Segundo Visco, o empr�stimo de 3,9 bilh�es de euros (US$ 5,22 bilh�es) concedido ao Banca Monte dei Paschi di Siena "n�o � um resgate de um banco em crise". O Banco da It�lia deu sinal verde para emiss�o de t�tulos de d�vida ao banco toscano, a fim de oferecer "um refor�o de capital tempor�rio e excepcional", explicou em uma confer�ncia anual do setor. "� um empr�stimo, que pode ser usado como capital regulat�rio, e tem um custo particularmente elevado que subir� ao longo do tempo", disse o presidente do BC.

Na quinta-feira, o Monte dei Paschi comunicou ter mais de 700 milh�es de euros em perdas atreladas �s complicadas transa��es de derivativos que desencadearam uma s�rie de investiga��es criminais. Mas a ajuda do governo italiano deve-se, na verdade, aos riscos relacionados � "grande carteira de t�tulos do governo" do banco, esclareceu Visco. De acordo com ele, a base de capital do Monte dei Paschi � adequada.

O sistema banc�rio do pa�s continua" fundamentalmente saud�vel e tem limitada exposi��o a produtos financeiros", acrescentou. Visco avalia que a utiliza��o desses produtos n�o deve ser reduzida, j� que permitem servi�os como hipotecas de taxa vari�vel ou hedge cambial para empresa interessadas em expandir suas opera��es para mercados estrangeiros.

Destacando a import�ncia de processos de governan�a e gest�o de risco, ele afirmou que os parlamentares devem ampliar os poderes do banco central da It�lia - respons�vel pela supervis�o - para remover executivos considerados inapropriados, mesmo que o banco n�o esteja em crise.

Olhando para o sistema banc�rio como um todo, Visco disse que duas recess�es profundas afetaram a rentabilidade do setor devido ao aumento de empr�stimos inadimplentes. Mas o pa�s tem um m�todo particularmente r�gido de classificar opera��es problem�ticas, o que analistas e o Fundo Monet�rio Internacional (FMI) devem levar em conta, destacou o presidente do BC.

Os bancos italianos levantaram mais de 17 bilh�es de euros em a��es, e as cinco maiores institui��es do pa�s elevaram o �ndice de solv�ncia de capital "Core Tier 1" para 10,8%, lembrou. Ele acrescentou, entretanto, que alguns bancos de m�dio porte ainda precisam elevar a base de capital.