Os principais fundos de pens�o do Brasil est�o se articulando nos bastidores para convencer o governo a mudar a regra para o pr�ximo leil�o de aeroportos. Pelas normas atuais, a Invepar – empresa que agrega as tr�s maiores funda��es do pa�s – n�o poderia participar da disputa pelos aeroportos de Confins, na Grande BH, e Gale�o (Rio de Janeiro), previstos para serem repassados � iniciativa privada em setembro. O Planalto determinou que os controladores dos cons�rcios vencedores das concess�es de Guarulhos (caso da Invepar), Bras�lia e Campinas n�o poder�o participar da disputa pelos dois aeroportos que v�o a leil�o este ano.
A norma foi estabelecida em linhas gerais, mas o governo ainda discute detalhes. N�o est� claro, por exemplo, se os acionistas da Invepar (os fundos Previ, Funcef e Petros e a construtora OAS) poderiam entrar no certame individualmente. Segundo apurou a reportagem, a articula��o dos fundos tem sido feita via Invepar, que busca apoio em Bras�lia para viabilizar sua presen�a na concorr�ncia. Os fundos criaram a companhia para concentrar seus investimentos em mobilidade e, por isso, n�o querem colocar esfor�os na cria��o de uma outra sociedade com o mesmo fim.
Frischtak lembra que o Banco do Brasil e a Caixa Econ�mica Federal est�o montando fundos de infraestrutura. "Seria natural que a Previ ou a Funcef decidisse entrar com seus patrocinadores." Entrar diretamente em um cons�rcio est� fora do radar da Funcef, de acordo com o diretor de Investimentos do fundo, Maur�cio Marcellini. "Nossa estrat�gia n�o � formar um cons�rcio para participar de um leil�o", afirmou. Ele n�o descartou, por�m, a entrada em uma outra associa��o para participar da concorr�ncia, desde que n�o compita com a Invepar. "Temos prefer�ncia por esse ve�culo para fazermos nosso investimento em mobilidade, mas n�o temos nenhuma exclusividade com a Invepar", declarou.
DEFINI��O DE REGRAS Perguntado sobre a regra que impede a participa��o da Invepar, Marcellini n�o quis comentar. O executivo foi enf�tico ao falar da possibilidade de ingressar nos projetos de infraestrutura – inclusive de aeroportos –em um segundo momento. Passado o leil�o, a Funcef poderia compor o capital do grupo vencedor ou financiar o empreendimento, comprando deb�ntures de infraestrutura, por exemplo. Essa �ltima op��o, por�m, tem uma ressalva. O custo do dinheiro dos fundos � superior ao de linhas tradicionais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES).
A Funcef acompanha de perto o processo relativo � concess�o do Gale�o e de Confins, mas s� deve tomar a decis�o quando as regras estiverem todas definidas. De modo geral, o setor de infraestrutura deve ganhar espa�o na carteira do fundo, passando de 10% de seu patrim�nio atualmente para 20% em cinco anos. "A taxa de retorno real que projetos de infraestrutura oferecem � pr�xima de dois d�gitos. Temos interesse de participar desses projetos porque s�o muito parecidos com nosso compromisso atuarial", disse Marcellini.