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Estado de Minas

Pa�s ter� mais dias para acelerar o PIB

Carnaval no come�o de fevereiro e n�mero menor de feriados prolongados abrem caminho para ampliar produ��o industrial e vendas do com�rcio. Perdas com paradas ser�o reduzidas


postado em 14/02/2013 06:00 / atualizado em 14/02/2013 07:24

Indústria do vestuário mineira comemora o fato de ter mais tempo útil para acelerar ritmo de fabricação de peças(foto: EULLER JÚNIOR/EM/D.A PRESS)
Ind�stria do vestu�rio mineira comemora o fato de ter mais tempo �til para acelerar ritmo de fabrica��o de pe�as (foto: EULLER J�NIOR/EM/D.A PRESS)
Para o desespero de quem gosta de folgas emendadas e al�vio de empres�rios, quatro feriados neste ano v�o cair no fim de semana: s�bado ou domingo. Passado o carnaval, as chances de folgar quatro dias seguidos em 2013 s�o poucas. Mas para a atividade econ�mica agradece. O ano come�ou mais cedo, pois a data da folia foi no in�cio de fevereiro, e promete ser mais produtivo para a ind�stria e com�rcio. Ao contr�rio do que aconteceu em 2012, quando houve muitos feriados emendados, este ano vai ter menos oportunidades para descansar e viajar. Na ponta do l�pis foram 10 fins de semana longos nos 365 dias do ano passado contra sete este ano, o que pode reduzir as perdas e ajudar na recupera��o da economia.


“Dizemos que no pa�s tudo come�a depois do carnaval. E se o carnaval veio mais cedo, o Brasil vai come�ar mais cedo. O n�mero menor de feriados significa mais dias produtivos e pode trazer mais vendas”, afirma Osmani Teixeira de Abreu, presidente do Conselho de Rela��es do Trabalho da Federa��o das Ind�strias de Minas Gerais (Fiemg). Nos anos com muitos feriados, diz, a ind�stria � prejudicada, pois o empregador paga normalmente o sal�rio para um dia sem produ��o.

No ano passado, o grande n�mero de feriados nacionais e estaduais levou a ind�stria a ter preju�zo estimado em R$ 44,9 bilh�es no pa�s, segundo estudo realizado pela Federa��o das Ind�strias do Estado de Rio de Janeiro (Firjan). Em Minas Gerais, o montante perdido chegou a R$ 3,6 bilh�es, enquanto em S�o Paulo as perdas lideraram com preju�zo de R$ 14,6 bilh�es, no Rio de Janeiro R$ 5,04 bilh�es e no Rio Grande do Sul o valor � de R$ 2,9 bilh�es. Com menos feriados prolongados neste ano, a perspectiva � de que essas perdas sejam reduzidas em quase 30%, considerando apenas os feriados nacionais, ou algo perto de R$ 9 bilh�es.

A cada feriado no meio da semana, o com�rcio de Belo Horizonte deixa de ganhar R$ 60,9 milh�es, informa Ana Paula Bastos, economista da C�mara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH). “Os feriados na quarta e quinta-feira s�o os piores, pois as pessoas emendam a semana. Quando cai em um s�bado, o impacto � menor”, observa Ana Paula. Como Belo Horizonte � uma cidade em que as pessoas tendem a viajar nos feriados, o n�mero maior de dias �teis traz impacto positivo para a capital, avalia Gabriel de Andrade Ivo, economista da Fecom�rcio MG. “O com�rcio vem dinamizando a atividade econ�mica no Brasil e em Minas Gerais”, lembra.

O professor da Funda��o Get�lio Vargas (FGV), Daniel Pl�, avalia que o carnaval � um grande marco na economia brasileira e a comemora��o mais cedo vai tornar o ano mais produtivo e colaborar com os n�meros. Ele lembra que para o com�rcio, ind�stria e reparti��es p�blica os melhores anos s�o os eleitorais e com o carnaval no in�cio do m�s. Segundo ele, o com�rcio de rua deve ser o grande beneficiado com o n�mero menor de feriados. “E o estado de Minas Gerais ganha ainda mais, pois muita gente costuma viajar nos feriados”, observa.

Ritmo das m�quinas O carnaval antecipado ajuda na produ��o do ano, mas o aumento de produtividade depende ainda da carga de trabalho mais elevada, analisa Marcelo Veneroso, s�cio da Neuman & Esser, fabricante de m�quinas (compressores de gases) e diretor regional da Associa��o Brasileira da Ind�stria de M�quinas e Equipamentos (Abimaq). “A capacidade de carga da ind�stria ainda est� baixa, em torno de 30%”, afirma. O n�mero maior de dias �teis ajuda no desempenho da ind�stria, diz, mas o resultado do ano ainda � uma inc�gnita. “Terminamos o ano de 2012 com uma pequena baixa no desempenho. Agora esperamos mesmo que o ano comece depois do carnaval”, diz.

“Tudo que n�o atrapalha ajuda”, afirma Petr�nio Zica, presidente do Sindicato da Ind�stria Mec�nica de Minas Gerais e da Delp Engenharia. O Brasil, afirma, fica menos competitivo com todos os feriados ao longo do ano. “O feriado quebra o ritmo de trabalho”, diz. “O feriado � menos um dia de trabalho no ano e mais um custo para a ind�stria. Quando h� menos recessos, h� mais tempo para produzir os pedidos”, afirma Michel Aburachid, presidente do Sindicato do Vestu�rio de Minas Gerais (Sindivest-MG).

 

Entre ganhos e perdas

 

O setor supermercadista tamb�m agradece o n�mero maior de dias �teis no ano. “Temos mais aspectos positivos do que negativos. Quando o feriado cai na ter�a, quinta ou sexta as pessoas emendam e o com�rcio da capital no fim de semana vende mal. O resultado � um estrago na resultado do m�s”, afirma Adilson Rodrigues, superintendente da Associa��o Mineira de Supermercados (Amis).

Ele resssalta, no entanto, que para os supermercados de regi�es tur�sticas, como Arax�, Ouro Preto, Tiradentes, Po�os de Caldas e Caxamb�, h� perdas de vendas com o n�mero menor de feriados. Ele observa ainda que os feriados ao longo do ano funcionam como “recarga de bateria” para os trabalhadores. “Se a pessoa tiver s� f�rias, dois ou tr�s meses depois j� est� esgotada. A empresa vai ter que ser criativa para equilibrar isso”, diz.

Turismo E, se a ind�stria ganha com poucos feriados prolongados, o turismo perde e corre para tirar o atraso. “O feriado da semana santa e de Corpus Christi v�o ser muito concorridos. Alguns destinos j� est�o lotados para a P�scoa”, afirma Paulo Testa, diretor da Interpool Turismo. Na Acta Turismo as vendas de pacotes para o carnaval cresceram 10% para os destinos nacionais e 20% para os internacionais. “Como vamos ter poucos feriados, muita gente pode ter aproveitado para viajar mais”, diz Jos� Carlos Vieira, diretor da Acta Turismo. Ele afirma que o n�mero menor de feriados estimula as pessoas a buscarem f�rias em baixa temporada, quando os pre�os dos pacotes costumam ser at� 50% mais baratos.

Mesmo com um n�mero menor de feriados, a perspectiva do Minist�rio do Turismo � de que o setor registre avan�o em fun��o de eventos internacionais, como a Copa das Confedera��es da Fifa e a Jornada Mundial da Juventude. Belo Horizonte vai receber turistas de outros pa�ses, tanto para os jogos no Mineir�o quanto para a semana de prepara��o para a jornada dos jovens cat�licos. (GC)

 

Atraso na aprovação do Orçamento para este ano afeta obras de infraestrutura bancadas com recursos públicos(foto: MARCOS MICHELIN/EM/D.A PRESS)
Atraso na aprova��o do Or�amento para este ano afeta obras de infraestrutura bancadas com recursos p�blicos (foto: MARCOS MICHELIN/EM/D.A PRESS)
Longa espera pela rea��o

 

Bras�lia – Decepcionado com o crescimento em 2012, o governo retoma as atividades nesta quinta-feira p�s-carnaval ainda assombrado pelo ano passado. Temerosos de que os problemas se repitam, mas com poucas op��es, integrantes da equipe econ�mica t�m insistido no discurso de que s� o que falta para a economia � tempo. “As medidas est�o demorando mais do que o esperado para surtir efeito, mas elas v�o aparecer”, garante um t�cnico do governo. A fala, por�m, � a mesma de meados do ano passado, quando se esperava uma rea��o espetacular da economia e ela n�o veio. Para representantes do setor produtivo e participantes do mercado, apesar do discurso governamental, � preciso urg�ncia na retomada, sobretudo em rela��o aos investimentos.

“O Brasil cresce a duas velocidades. Os setores ligados � renda v�m tendo um desempenho bastante satisfat�rio, consequ�ncia direta do mercado de trabalho bastante apertado, enquanto os investimentos n�o decolam”, disse Lu�s Ot�vio de Souza Leal, economista-chefe do banco ABC Brasil. Diante dessa perspectiva, as expectativas do mercado continuam a piorar. Dados do boletim semanal Focus, divulgados ontem pelo Banco Central, trazem mais uma revis�o na proje��o para o PIB. O indicador que come�ou o ano passado com uma previs�o de 4,25% para 2013, chegou nesta semana a 3,09%.

Enquanto o ano n�o come�a oficialmente para o Congresso e os parlamentares atrasam ainda mais a aprova��o do Or�amento, os investimentos ficam travados no pa�s e o PIB n�o anda. Gestores p�blicos que poderiam ter come�ado 2013 com libera��es de verbas para infraestrutura se encontram inibidos pela letargia do Congresso. Mesmo com uma medida provis�ria que garante recursos, eles temem problemas com o Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) e devem abrir os cofres apenas depois da aprova��o oficial dos recursos.

Ociosidade

Com o setor p�blico travando investimentos, a iniciativa privada tamb�m se retrai e espera momentos de mais certeza para tirar projetos da gaveta. N�o � toa, o parque fabril brasileiro encontra-se com cerca de 20% de ociosidade e sem perspectiva de melhorar esses n�meros. As proje��es para a produ��o industrial do ano tamb�m seguem em constante piora. Entre as duas �ltimas divulga��es do Focus, o indicador encolheu 0,07 ponto percentual, caiu de 3,17% para 3,10%. Os n�meros de produ��o de bens de capital, equipamentos usados para produ��o, derreteram em 2012 e ainda n�o deram sinal de recupera��o – apresentaram retra��o de 11,79% no ano passado.

Para integrantes do mercado, parte da corre��o desses problemas deve sair da equipe econ�mica. “Alguma coisa tem que ser feita, mas provavelmente n�o ser� atrav�s dos juros. N�o porque o BC n�o � independente, mas porque assumiu um duplo mandato e se a infla��o tem de ser uma preocupa��o, a retomada do investimento n�o pode ser esquecida”, observou Leal. Analistas alertam que se o pa�s n�o voltar a crescer, o cen�rio de pleno emprego e de expans�o da renda, que tem permitido a classe m�dia ficar tranquila em meio a essas preocupa��es do governo, pode ficar amea�ado.

 


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