A nova proposta da Petrobras de pagamento de participa��o sobre lucros ou resultados (PLR) n�o foi bem aceita pelos funcion�rios. Sindicatos que representam os trabalhadores mostraram insatisfa��o com os termos propostos pela estatal na quinta-feira passada e ainda analisam a possibilidade de iniciarem um movimento grevista. O desfecho do impasse depender� do avan�o ou n�o das negocia��es entre as partes entre o final de fevereiro e o in�cio de mar�o.
Entidade que re�ne a maior parte dos trabalhadores da Petrobras, a Federa��o �nica dos Petroleiros (FUP) informou em comunicado interno que reprova os termos da proposta de PLR da estatal. Por isso, o conselho deliberativo prop�e a manuten��o do estado de greve e de assembleias permanentes, "para que a categoria siga mobilizada". A FUP representa entre 60% e 70% dos funcion�rios da Petrobras.
No mesmo comunicado, a entidade suspende a inten��o de greve por tempo indeterminado, a qual teria in�cio nesta semana. O objetivo da diretoria da FUP � chegar a um acordo com a Petrobras na pr�xima reuni�o, agendada para o dia 7 de mar�o. O conselho deliberativo da FUP voltar� a se reunir no dia seguinte para definir quais decis�es ser�o tomadas ap�s a apresenta��o de uma eventual nova proposta da companhia.
A Federa��o Nacional dos Petroleiros (FNP), considerada mais cr�tica �s propostas da Petrobras, por�m menos representativa em termos de n�mero de associados, tamb�m rejeitou a nova proposta de PLR. Por isso, novas assembleias devem ocorrer nas bases da entidade at� a pr�xima quarta-feira (20). Desses encontros deve surgir a defini��o sobre a realiza��o ou n�o de uma greve ainda esta semana.
Em comunicado, a FNP destaca que a proposta da Petrobras, "que supostamente representa um avan�o, � um grande retrocesso". C�lculos da entidade indicam que o valor do PLR proposto pela estatal � praticamente 50% inferior ao pago no ano anterior.
Segundo a FNP, a proposta da Petrobras prev� um piso de R$ 4.633 para empregados posicionados at� um determinado n�vel da companhia, al�m de um valor fixo de R$ 867 distribu�dos para todos os empregados.
A FUP informa que a empresa prop�e novo adiantamento de R$ 5.500 00, a ser pago no dia 28 deste m�s para as bases cujos sindicatos assinarem o acordo at� o dia 20, e apresenta calend�rio de negocia��o do fechamento do montante total e tamb�m do regramento das PLRs futuras. "Na carta de apresenta��o da proposta, a Petrobras se compromete a quitar a PLR 2012 no dia primeiro de julho, com valor no m�nimo igual ao do adiantamento, o que totalizaria R$ 11.000,00", destaca a entidade. Os valores da PLR variam conforme a categoria dos trabalhadores.
A grande cr�tica dos sindicatos � que as propostas da estatal, al�m de envolverem quantias inferiores aos valores desejados pela categoria, tamb�m criam um ambiente de negocia��es que devem ditar futuros acordos. E, ao amea�arem dar in�cio a um movimento de greve neste m�s, a proposta das entidades � justamente orientar futuras negocia��es sobre o pagamento da PLR de forma que as condi��es sejam mais favor�veis aos trabalhadores.
Greve
O impasse sobre as negocia��es em torno do pagamento da PLR teve in�cio ainda em 2012, mas foi no final de m�s passado que o assunto voltou aos holofotes. No dia 28 de janeiro, trabalhadores realizaram uma greve de advert�ncia por 24 horas, com ades�o expressiva em diversas regi�es do Pa�s. A produ��o n�o foi afetada. Desde ent�o, a Petrobras mant�m posi��o de que est� "aberta a negocia��es".
No in�cio deste m�s, ap�s divulgar o balan�o referente ao quarto trimestre de 2012, a Petrobras comunicou o provisionamento de R$ 1,005 bilh�o para a conta de participa��o dos empregados nos lucros ou resultados. O montante proposto � 35,6% inferior ao total de R$ 1,560 bilh�o provisionado em 2011, varia��o em linha com a queda do lucro registrada pela Petrobras em 2012 (para R$ 21,182 bilh�es). A decis�o causou a revolta dos trabalhadores.
"A empresa poupou os acionistas de perdas maiores: a remunera��o deles foi reduzida em 26%, caindo de R$ 12 bilh�es em 2011 para R$ 8,875 bilh�es em 2012", comparou a FUP em comunicado interno. "Ou seja, a Petrobras penaliza os trabalhadores que constroem a empresa e, por outro lado, poupa os acionistas", complementou a entidade.
Ao oferecer mais de R$ 8 bilh�es sob a forma de dividendos, a Petrobras garante aos acionistas o equivalente a 44,73% do lucro b�sico do exerc�cio de 2012. No ano anterior, os dividendos propostos e aprovados equivaliam a 38,25% do lucro b�sico, segundo informado pela pr�pria Petrobras.