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Estado de Minas

Crise atinge quase 20% das usinas de cana no Centro-Sul


postado em 18/02/2013 08:21

Das 330 usinas de a��car e etanol da Regi�o Centro-Sul do Brasil respons�veis por 90% de toda a cana-de-a��car processada no Pa�s, 60 dever�o fechar as portas ou mudar de dono nos pr�ximos dois a tr�s anos, de acordo com a Uni�o da Ind�stria de Cana-de-A��car (Unica). A entidade tem confirma��o de que pelo menos dez deixar�o de processar a safra 2013/2014, por dificuldades financeiras.

Desde 2008, quando come�ou a crise financeira mundial, nenhuma decis�o de instala��o de nova usina foi tomada no Pa�s. S� quatro unidades est�o previstas para entrar em opera��o at� 2014 mas s�o projetos que foram decididos antes da crise. Em contrapartida, 36 usinas entraram em recupera��o judicial nesses cinco anos. Pior: no mesmo per�odo, 43 foram desativadas, e a grande maioria jogou a toalha nos �ltimos dois anos.

Em recupera��o judicial desde 2010, a usina Floralco, do munic�pio de Fl�rida Paulista, no oeste do Estado de S�o Paulo, por exemplo, decidiu encerrar suas atividades em dezembro de 2012. Cerca de 2 mil trabalhadores ficaram sem receber o �ltimo sal�rio e a segunda parcela 13º. Al�m da d�vida salarial, a empresa n�o depositava o Fundo de Garantia do Tempo de Servi�o (FGTS) dos trabalhadores nem a contribui��o ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), h� mais de um ano.


“Estamos aguardando a conclus�o das negocia��es de venda da usina, para ver se ela vai voltar a fazer safra e normalizar a situa��o dos funcion�rios”, diz Milton Ribeiro Sobral, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Ind�strias Qu�micas Farmac�uticas e Fabrica��o de �lcool, Etanol, Bioetanol Bicombust�vel de Presidente Prudente e Regi�o.

Com d�vida superior a R$ 200 milh�es, a Floralco recebeu uma oferta de compra � vista, de US$ 148 milh�es, da Lanetrade, trading americana com opera��o global nos mercados de a��car, caf� e outros alimentos. O prazo para dep�sito do pagamento vencia na �ltima sexta-feira (15), mas a Justi�a prorrogou por mais 15 dias. Se o neg�cio n�o vingar, uma assembleia de credores decidir� o destino da empresa.

Efeito cascata

A crise se alastra pelas usinas, causando estrago no emprego e na atividade econ�mica das microrregi�es onde as destilarias est�o localizadas. Em 2012, o setor sucroalcooleiro eliminou mais de 18 mil postos de trabalho no Pa�s, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estat�stica e Estudos Socioecon�micos (Dieese), feito com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Minist�rio do Trabalho. O quadro tende a se agravar este ano.

“A situa��o do setor � complicada”, afirma Antonio de P�dua Rodrigues, diretor t�cnico da Unica. Como em qualquer setor de atividade, h� problemas de m� gest�o das empresas, mas a grande dificuldade, segundo ele, � a quest�o da perda de produtividade agr�cola.

Al�m de faltar recursos para renovar e ampliar o canavial, as usinas colheram tr�s safras consecutivas afetadas por problemas clim�ticos, o que aumentou o custo. Tamb�m tiveram de investir na mecaniza��o do plantio e colheita da cana. Para piorar, o setor alega n�o ter como repassar o aumento de custo para o pre�o, por causa da concorr�ncia da gasolina e dos pre�os do a��car fixados no mercado internacional. Custos em alta e margens comprimidas resultam em aumento do endividamento.

Nem mesmo o reajuste recente no pre�o da gasolina foi suficiente para trazer al�vio �s usinas, diz a Unica. A Petrobr�s reajustou em 6,6% o valor cobrado pelo combust�vel, o que teve impacto, para o consumidor, entre 4,2% e 5,3, segundo especialistas.

“Evidentemente, pode proporcionar um aumento de 4% no etanol, mas o mercado � muito disputado e nada garante que v� ficar com o produtor”, diz o diretor da entidade. “Se o posto ou o distribuidor aumentar sua margem, o produtor vai ficar com zero” reclama o executivo.

O impasse econ�mico deve elevar o endividamento do setor sucroalcooleiro para R$ 56 bilh�es ao final da safra 2013/2014, conforme levantamento do Ita� BBA. A d�vida deve crescer R$ 4 bilh�es em rela��o aos valores da safra anterior (R$ 52 bilh�es) e se aproximar do faturamento das usinas do Centro-Sul, estimado em cerca de R$ 60 bilh�es.

O diretor comercial do Ita� BBA, Alexandre Figliolino, estima que um ter�o do setor sucroalcooleiro passa por dificuldades. Ele divide o setor em quatro grupos distintos. O primeiro, formado por grandes grupos, principalmente internacionais, com pleno acesso ao capital. Outro, de empresas nacionais com bom desempenho. O problema est�, segundo ele, no terceiro e no quarto grupos.


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