As declara��es feitas pelo presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, na ter�a-feira refor�aram entre analistas a percep��o de que a probabilidade de uma eleva��o dos juros b�sicos (Selic) ainda em 2013 cresceu substancialmente. Tombini afirmou que os ciclos monet�rios - ou seja, as altas e baixas da Selic - continuam valendo no Pa�s. Em outras palavras, a taxa b�sica ser� reajustada para conter a infla��o se o BC entender que � preciso.
“N�o h� d�vidas de que a possibilidade de uma alta da Selic ocorrer ainda neste ano vem crescendo”, disse o economista-chefe do Banco Fator, Jos� Francisco de Lima Gon�alves. Isso n�o significa que essa eventual alta ocorreria em breve, como o pr�prio mercado chegou a cogitar nas �ltimas semanas. Outra observa��o importante � a de que, mesmo com esse aumento de probabilidade, a maioria dos economistas de mercado continua acreditando que a Selic n�o sofrer� altera��es neste ano. Permanecer� no n�vel atual, de 7,25% ao ano, entre eles, Lima Gon�alves. “O BC poderia trazer a infla��o para o centro da meta no fim do ano ou no in�cio de 2014, mas, para isso, seria obrigado a provocar uma recess�o na economia brasileira. Ser� que algum pol�tico est� disposto a uma a��o como essas?”, indaga.
O economista pondera que, apesar de a infla��o estar forte neste in�cio de ano (6,15% nos 12 meses encerrados em janeiro, ante um teto de meta de 6,5%), a atividade econ�mica permanece fraca. A expectativa � de que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha crescido apenas 1% em 2012. O dado oficial ser� divulgado no pr�ximo dia 1.º de mar�o.
O economista Fabio Silveira, da RC Consultores, concorda. “No ambiente econ�mico que vivemos hoje no Brasil, a �nica vari�vel forte � o consumo. Se o BC acionar a taxa b�sica de juros, vai atingi-la em cheio”, argumenta. Por isso, ele tem uma avalia��o ousada em compara��o com muitos dos seus colegas: o Copom reduzir� novamente a Selic. “Acreditamos em uma queda de 0,25 ponto porcentual na �ltima reuni�o do ano”, disse. Nesse contexto, muitos especialistas avaliam que a taxa de c�mbio continuar� a ter um papel importante no combate � infla��o ao longo de 2013.
O vice-presidente de Tesouraria do banco WestLB, Ures Folchini, disse que, apesar de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ter afirmado na sexta-feira (15) que o controle da infla��o no Brasil � feito via taxa de juros, os investidores ainda veem o c�mbio como vari�vel importante para ajudar a deter a escalada dos pre�os. Na ter�a (19), por exemplo, o real voltou a se fortalecer ante o d�lar. A moeda americana caiu 0,41%, para R$ 1 955. No ano, a perda ante o real � de 4,4%.
O economista Sidnei Nehme, da NGO Corretora, concorda que o c�mbio vem sendo usado como coadjuvante no controle da infla��o. Mas, diante das declara��es de Tombini, ele levanta outra d�vida. “Se o BC realmente elevar a Selic, ser� que a autoridade monet�ria vai soltar um pouco o d�lar, que no n�vel abaixo de R$ 2 representa um risco ao crescimento do Pa�s?”, indaga.