
Os 12 apartamentos que v�o trocar o g�s de cozinha pelo g�s natural canalizado receber�o assist�ncia dos t�cnicos da Gasmig na convers�o dos fog�es e numa vistoria completa das instala��es, contando com a promessa de economia nos gastos em torno de 13%, informou ontem o gerente de projetos de implanta��o do segmento residencial da Gasmig, Marcelo Sant’Anna. Contratos com mais 25 edif�cios do Santo Agostinho j� foram acertados, englobando 600 apartamentos, que come�am a receber o combust�vel em mar�o. H� negocia��es em curso para fornecimento a mais 10 edifica��es, com 149 unidades.
Outros bairros da Zona Sul de BH ser�o ligados nas pr�ximas etapas do programa de expans�o da rede da Gasmig. Nesta fase inicial, s� os pr�dios servidos por sistema interno de distribui��o individualizada de g�s ser�o atendidos. “A Regi�o Sul da cidade � uma esp�cie de vitrine, com grande concentra��o de condom�nios. Como eles t�m maior n�mero de resid�ncias, viabilizam a constru��o das redes”, afirma Marcelo Sant’Anna. Numa etapa posterior, ainda sem horizonte definido, a concession�ria atender� moradias fora dos condom�nios.
O g�s que abastecer� as resid�ncias de BH percorre um longo caminho desde as plataformas da Petrobras na Bacia de Campos (RJ). No continente, na regi�o de Maca�, o combust�vel segue por um gasoduto a Duque de Caxias (RJ) at� alcan�ar terras mineiras em Juiz de Fora, na Zona da Mata, de onde saem ramais por Barbacena e S�o Br�s do Sua�u�, chegando a Betim, na Grande BH. Com investimentos de
R$ 5,650 milh�es, a Gasmig construiu uma rede de distribui��o pronta para servir todas as ruas do Bairro Santo Agostinho.
Estabelecimentos comerciais e do setor de servi�os do bairro tamb�m est�o negociando com a Gasmig, a exemplo do shopping Diamond Mall e do Hospital Mater Dei. Nas estimativas da concession�ria, foram captados, por enquanto, 40% do potencial de uso de g�s natural no bairro. Com um grande consumo do combust�vel, de cerca de 45 mil metros c�bicos por m�s, o Minas T�nis Clube � uma esp�cie de cliente �ncora, como aquelas grandes lojas dos shopping centers, tornando vi�vel economicamente para a Gasmig a constru��o das redes urbanas de distribui��o.
Expectativa
O chefe do Departamento de Manuten��o do clube, Carlos Alberto Gomes J�nior, fez as contas dos ganhos com o g�s canalizado. A rede subterr�nea elimina a conta praticamente di�ria do frete de caminh�es que entregavam o g�s natural na unidade do Lourdes, �s vezes at� tr�s vezes por dia, e que somava R$ 5 mil por m�s, al�m do fim dos inc�modos do barulho e da polui��o provocados pelos ve�culos. Com o abastecimento cont�nuo do g�s, n�o haver� mais estoques do combust�vel a administrar, opera��o que tomava tempo e aten��o redobrada de um grupo de funcion�rios.
“A tend�ncia � de que o clube d� prioridade ao g�s natural, como � energia solar, na sua matriz energ�tica”, disse Carlos Alberto J�nior. A energia solar � a principal fonte de aquecimento das piscinas do Minas T�nis, que tem mais de 70 mil associados. A Gasmig est� tamb�m negociando o fornecimento ao Minas T�nis N�utico Clube, no condom�nio Alphaville, em Nova Lima, na Grande BH.

De acordo com a Gasmig, por ser mais leve que o GLP, o g�s natural oferece maior seguran�a, j� que em caso de vazamento, tende a se dissipar no ar, enquanto o g�s de cozinha se acumula no ch�o, causando explos�o se acionada uma centelha, seja de f�sforo ou fagulha de eletricidade. O armazenamento em botij�es, que n�o ocorre com o combust�vel, tamb�m aumenta o risco de acidentes de maiores propor��es.
O que nos interessa: pre�o e transpar�ncia
Da mesma forma que a sociedade reconhece o avan�o que representa o uso de um combust�vel considerado limpo, espera que seja cumprida a promessa de oferta do g�s a pre�os mais vantajosos em rela��o ao do GLP. Com a pol�mica que o Brasil enfrenta hoje, no fornecimento da energia el�trica e no peso das contas de luz no or�amento familiar, transpar�ncia ser� tamb�m a t�nica do abastecimento de g�s natural �s resid�ncias no estado, na medida em que os pre�os do insumo s�o regulados pelo governo de Minas, com reajustes anuais submetidos pela Gasmig � Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econ�mico. Em geral, as corre��es das tarifas s�o baseadas no �ndice Geral de Pre�os do Mercado (IGP-M), calculado pela Funda��o Getulio Vargas.
Expans�o segue em dire��o ao Belvedere
BH demorou a entrar para o time de metr�poles que investiram na oferta do g�s natural. A ind�stria, que tem grande peso na economia do estado, teve prioridade at� ent�o no abastecimento do combust�vel pela subsidi�ria da Cemig, hoje envolvida num esfor�o para recuperar o tempo perdido, segundo o gerente Marcelo Sant’Anna. O cronograma de expans�o com o qual a empresa trabalha prev� o fornecimento do combust�vel at� o fim de 2015 aos bairros de Lourdes, Funcion�rios, Sion e Belverede, nessa ordem, alcan�ando, por fim, a regi�o conhecida como Vale do Sereno, em Nova Lima.
O chamado mercado de varejo do g�s (composto pelos segmentos do com�rcio e residencial) tem dado sustentabilidade ao neg�cio, em raz�o de uma suscetibilidade menor a crises em compara��o �s ind�strias, avalia Sant’Anna. Segundo levantamento da Associa��o Brasileira das Empresas Distribuidoras de G�s Canalizado (Abeg�s), o pa�s viveu em 2012 o recorde de 57 milh�es de metros c�bicos consumidos diariamente, um aumento de 19,6% frente a 2011.
Diferentemente da retra��o na entrega � ind�stria e aos postos de combust�veis, o consumo cresceu nas resid�ncias (5,6%) e no com�rcio (5,2%). Em Minas, praticamente dobrou a distribui��o do g�s natural, em compara��o com 2007, atingindo no ano passado cerca de 3 milh�es de metros c�bicos por dia. Sant’Anna, da Gasmig, observou que a rede da concession�ria usa tubula��es de polietileno de alta densidade, material inerte que n�o � atacado por corros�o e tem sido aplicado pelas concession�rias em cidades como T�quio, Paris e Londres. (MV)