Para realizar uma compra consciente, � preciso conhecer a empresa que vai prestar algum servi�o ou fornecer um produto. Muito se fala sobre a import�ncia da pesquisa antes de escolher o estabelecimento, mas os caminhos para essa an�lise nem sempre s�o claros. Pensando nisso, um servi�o in�dito e pago foi lan�ado na �ltima semana pela Serasa Experian, em parceria com o site Reclame Aqui, que permite ao consumidor consultar informa��es de empresas de diversos segmentos. S�o dados como a ocorr�ncia de protestos, cheques sem fundo, a��es judiciais, endere�o, participa��o societ�ria, fal�ncias e a exist�ncia legal da companhia. Quem n�o est� disposto a pagar os R$ 29,90 cobrados por cada consulta nesse novo servi�o pode fazer a pesquisa por conta pr�pria. N�o � simples, mas faz diferen�a no futuro.
Maria Zanforlin, superintendente de Servi�os ao Consumidor da Serasa Experian, explica que essas informa��es s�o fundamentais principalmente quando h� necessidade de desembolso antecipado, como nos casos de compra de pacotes de viagem e contrata��o de buf�s e organizadoras de eventos. “O poder de compra dos brasileiros est� maior e o volume de transa��es comerciais s� aumenta. � preciso que o consumidor tenha acesso a informa��es mais detalhadas. As recomenda��es de outros consumidores s�o valiosas, mas n�o bastam.”
O servi�o � disponibilizado por meio dos sites www.serasaconsumidor.com.br e www.consumidorblindado.com.br. Depois de fazer um cadastro e pagar pela consulta, o cliente fornece o CNPJ da empresa que ele quer pesquisar e recebe as informa��es, divididas em blocos. No primeiro est�o contidos dados como endere�o e telefone da empresa consultada e se o CNPJ est� ativo. No segundo, informa��es sobre os s�cios da companhia, se ela est� associada a outras empresas e qual a situa��o delas. Por fim, as informa��es negativas s�o repassadas tanto de forma resumida, num primeiro momento, quanto detalhadas em cada item.
Ainda n�o h� um servi�o gratuito que re�na todos esses dados, mas � poss�vel fazer as consultas por conta pr�pria. Marcelo Barbosa, coordenador do Procon Assembleia, explica que existem duas maneiras de fazer uma pesquisa sobre o fornecedor – que, pelo C�digo de Defesa do Consumidor (CDC), � tanto quem fabrica quanto quem vende um produto ou servi�o. “Uma delas � a pesquisa de refer�ncia, com clientes que j� compraram naquela empresa, para saber se o estabelecimento cumpre a oferta e a qualidade do servi�o. As m�dias sociais e os sites especializados em queixas tamb�m t�m um potencial imenso de consulta.”
A outra forma � referente � pesquisa documental e de registros. Luciana Berlini, professora de direito do consumidor da Universidade Est�cio de S�, explica que as juntas comerciais dos estados s�o respons�veis por fazer o registro da empresa. “� l� que o consumidor pode ter informa��es sobre o CNPJ e localiza��o da empresa. N�o � uma consulta gratuita, mas n�o s�o servi�os caros, al�m de ser seguro.” Os valores podem ser conferidos em www.jucemg.mg.gov.br/ibr/servicos.
Quanto � procura por algum tipo de protesto em nome da empresa, � poss�vel consultar o cart�rio distribuidor de t�tulos para protesto. Em BH, o endere�o do cart�rio distribuidor � Rua Guajajaras, 329, Centro. Al�m disso, o site da Receita Federal (www.receita.fazenda.gov.br)pode ser consultado para saber se a empresa est� ativa, por meio do CNPJ. “Outra consulta que � fundamental � nos tribunais de Justi�a dos estados de origem das empresas pesquisadas. Isso � muito importante no caso de quem est� comprando um im�vel e quer saber mais sobre a construtora”, afirma Luciana.
Esses cuidados poderiam ter evitado toda a dor de cabe�a enfrentada por Patr�cia Moore, propriet�ria da Vinicci, especializada na venda de brindes. Ao confiar na reputa��o de uma transportadora no mercado, a empres�ria n�o cogitou avan�ar nas pesquisas. Sem conhecer a situa��o financeira complicada em que a empresa j� se encontrava, com d�vidas de R$ 115 milh�es, ela destinou � transportadora a entrega de pedidos no valor de R$ 3 mil em Marab�, no Par�, em setembro do ano passado. A carga ficou retida quando a companhia entrou em processo de recupera��o judicial, depois de demitir 1,6 mil funcion�rios e fechar filiais em v�rios estados.
Patricia conseguiu reaver os produtos depois de um m�s de muita incerteza. “Foi uma surpresa muito grande o que aconteceu. A transportadora � muito conhecida e tradicional, era indicada pelos pr�prios fornecedores. Tive sorte de contar com a compreens�o e paci�ncia dos clientes, mas foi um m�s ca�tico”, afirma a empres�ria.