
Quase 10 meses ap�s o fim da pol�mica obra de revitaliza��o da Savassi, que causou o fechamento de 51 lojas e a demiss�o de aproximadamente 300 empregados, muitos im�veis continuam com a placa de aluga-se, numa clara constata��o de que a tradicional regi�o comercial ainda n�o recuperou o f�lego. Alguns empres�rios reclamam que o volume de neg�cios, que havia despencado em at� 70% durante a restaura��o da regi�o, continua pelo menos 50% abaixo do apurado no per�odo anterior � interven��o, iniciada em 2011. Por outro lado, o aluguel na �rea saltou no mesmo percentual.
Nem o projeto de transformar algumas vias numa esp�cie de Oscar Freire, o elegante corredor de S�o Paulo, foi para frente: a proposta de manter as lojas abertas at� �s 21h, numa tentativa de abocanhar parte dos consumidores dos shoppings da Regi�o Centro-Sul, durou menos de dois meses nos quarteir�es da Ant�nio de Albuquerque, a via escolhida para a experi�ncia. “Houve uma reforma bonita no papel, mas pouco vi�vel para os lojistas”, lamenta Maria Auxiliadora Teixeira de Souza, presidente da Associa��o de Lojistas da Savassi (Alsa).
At� marcas famosas, como a �gua de Cheiro, fecharam as portas. Uma unidade da perfumaria entregou o ponto na esquina da Avenida Get�lio Vargas com Rua Alagoas. Perto de l�, a propriet�ria da Avesso, especializada em moda feminina, reclama que as vendas ainda est�o cerca de 50% menores do que o per�odo pr�-obra. “J� o aluguel subiu 50%”, calcula, desanimada, a comerciante. A gerente da Anna Baby, Cibele Pereira dos Santos, � outra que lamenta a queda nas vendas: “Cerca de 40%”.
SEM COMPENSA��O O mesmo percentual � calculado pelo dono de uma pequena sapataria que prefere o anonimato. Ele precisou dispensar os dois funcion�rios durante o per�odo de obras: “O com�rcio n�o melhorou o ponto de recontrat�-los. Aqui, restamos eu e minha esposa. Por outro lado, o aluguel subiu. A loja tem 23 metros quadrados e pago, mensalmente, R$ 4,5 mil.” Os lojistas avaliam que boa parte do sumi�o da clientela se deve ao fim das 480 vagas do Faixa Azul. O tr�nsito foi fechado em quatro quarteir�es para melhorar a mobilidade de pedestres. “T�nhamos estacionamento em nossa porta. Agora, para chegar aqui, o consumidor precisa deixar o carro em outros lugares ou no estacionamento particular, cuja hora custa at� R$ 14. Poucos pagam, pois o estacionamento do shopping cobra R$ 7 por quatro horas”, lamentou uma comerciante que tamb�m prefere o sigilo do nome.

Estrat�gias para atrair inquilinos
Na esquina da Avenida Get�lio Vargas com a Rua Alagoas, onde h� um pr�dio desocupado, o propriet�rio precisou rever a estrat�gia para alug�-lo. Antes, o dono do im�vel desejava locar a grande loja no t�rreo juntamente com os andares corridos. H� 10 dias, optou por separar os andares da loja, na qual funcionou uma unidade da Ponto Frio, fechada h� dois anos. Um dos corretores respons�veis pelo im�vel, Marco Ant�nio, da RC Nunes, disse que depois da mudan�a come�ou a receber propostas pelo loj�o. Ele est� otimista com a possibilidade de o neg�cio ser fechado em breve.
Na esquina da Rua Cl�udio Manoel com a Alagoas, onde um pr�dio comercial de 10 andares est� sendo constru�do, uma placa de aluga-se informa que o t�rreo est� dispon�vel para quem desejar montar uma loja ou restaurante no local. O aviso foi colocado h� quatro dias e, segundo o dono, que prefere n�o revelar o nome, seu telefone tocou algumas vezes. “O metro quadrado para loca��o est� R$ 110. Estou otimista em fechar neg�cio, pois j� recebi alguns telefonemas.” (PHL)