A queda de 18% nas tarifas de energia dos consumidores residenciais e de at� 32% dos industriais j� foi sentida na infla��o, que subiu menos neste m�s do que em janeiro. O �ndice Geral de Pre�os de Mercado (IGP-M), medido pela Funda��o Getulio Vargas (FGV), uma das principais refer�ncias para a corre��o das contas de luz e do aluguel, subiu 0,29% em fevereiro, contra 0,34% em janeiro. A desacelera��o, no entanto, ainda � pequena – e muito isolada – para garantir uma infla��o mais comportada ao longo do ano. Ainda assim, o mercado avalia a queda como um bom sinal.
A expectativa � de que o �ndice encerre mar�o num n�vel mais alto. No acumulado dos �ltimos 12 meses terminados em fevereiro o IGP-M teve alta de 8,29%, ante 7,91% em janeiro. O �ndice � medido pela FGV entre os dias 21 de um m�s e o dia 20 do seguinte. J� o IPC-M (um dos �ndices que formam IGP-M e que mede o custo de vida dos consumidores), caiu de 0,98% em janeiro para 0,30% em fevereiro. Isso quer dizer que, na margem, a queda � significativa, mas olhando os �ltimos 12 meses, a infla��o continua a preocupar.
“Os �ndices inflacion�rios tendem a crescer menos no m�nimo at� a metade do ano. Mas depois voltar�o a subir”, diz Carlos Corad, presidente da Engenheiros, Financeiros e Consultores (EFC). Mas no �ndice acumulado, a carestia continua alta, o que, para Corad, significa que o governo est� “perdendo o controle da infla��o”. Para Andr� Perfeito, economista da Gradual Investimento, o resultado apurado pela FGV aponta um respiro na margem e para preocupa��o no acumulado dos meses. Ele lembra que o reajuste dos transportes p�blicos no Rio de Janeiro e em S�o Paulo n�o foram feitos na data prevista, a pedido do governo. “Duvido que quando a alta vier a desacelera��o continue. � normal ver os pre�os ca�rem no primeiro semestre”, sustenta.
“Para mar�o, a gente pode esperar uma infla��o um pouco mais alta do que a de fevereiro; ainda que o �ndice dos pre�os agr�colas continue a se desacelerar, a tend�ncia � de que fique positivo ao fim do m�s que vem”, diz Adriana Molinari, analista da Tend�ncias Consultoria. “H� na din�mica inflacion�ria do pa�s elementos que podem levar o IGP-M a fechar o m�s de mar�o com uma taxa equivalente � do mesmo m�s de 2012, que foi de 0,43%, previu o coordenador de An�lises Econ�micas da FGV e respons�vel pelo indicador, Salom�o Quadros. Entre os itens que est�o no radar destacam-se o pre�o da soja no atacado e a redu��o da tarifa de energia el�trica no varejo. No tocante � soja, apesar de a oleaginosa ter sido um dos destaques da queda de fevereiro, com redu��o de 11,06%, a defla��o vem perdendo �mpeto.