O consumidor pode preparar o bolso: o reajuste de 5% no litro do diesel, determinado pela Petrobras e em vigor nas refinarias desde ontem, vai refletir no pre�o de produtos e de servi�os. Basta ressaltar, como chiou o setor de transporte, que o combust�vel representa cerca de 35% do custo das empresas de carga rodovi�ria e 25% do gasto das companhias de �nibus. Nas bombas, o litro deve subir 3,8%, sendo comercializado em torno de R$ 2,33 (comum) e R$ 2,40 (S-10). J� o pre�o m�dio do frete, que � o que interessa �s fam�lias brasileiras, ficar� 1,25% maior, segundo c�lculo da Confedera��o Nacional dos Transportes (CNT). Por�m, dependendo do produto transportado, o percentual pode ser de 3%, estimou a Federa��o das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais (Fetcemg).
H�, entretanto, quem comemore o reajuste. As a��es ON da Petrobras, com direito a voto, subiram 15,15% (a R$ 16,41) na Bolsa de Valores de S�o Paulo (Bovespa). Os pap�is PN subiram 8,99%, para R$ 18,05 – o maior ganho desde dezembro de 2008. Em raz�o disso, o Ibovespa, principal �ndice do preg�o brasileiro, teve a maior alta em sete meses.
Este foi o segundo reajuste do diesel em 2013 e o quarto desde junho de 2012. No fim de janeiro, no mesmo dia em que o pre�o da gasolina aumentou em 6,6%, o diesel foi reajustado em 5,4%. Naquela �poca, o setor de carga subiu o frete em 1,5%. No ano passado, o combust�vel j� havia subido 6% e 3,94%, no segundo semestre. Os novos pre�os, dizem especialistas, v�o impactar a infla��o. Principalmente porque desta vez o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o governo n�o far� redu��o de tributos para compensar a alta.
O presidente da CNT, senador Cl�sio Andrade, lembrou que “cerca de 60% das cargas transportadas no Brasil s�o feitas por caminh�es, que consomem �leo diesel”. O presidente do Departamento de Transportes de Cargas da entidade, Fl�vio Benatti, classificou como preocupante os aumentos repentinos, como o �ltimo, anunciado na ter�a-feira. “Vai haver repasse”, disse.
O presidente da Fetcemg, Vander Francisco Barbosa, critica o segundo aumento em cerca de 30 dias: “O que a gente n�o consegue entender � o porqu� de apenas o diesel ter novo pre�o. � um combust�vel social. Veja: um �nibus transporta um n�mero de passageiros que equivale ao transportado por mais ou menos 30 autom�veis. O transporte de carga tamb�m exerce fun��o social, pois leva alimentos”.
Conclus�o: a conta ser� paga pelo consumidor. Na agropecu�ria, os produtores tamb�m temem alta nos custos, pois usam o combust�vel em m�quinas, no preparo do solo e na colheita. Pierre Vilela, coordenador da Assessoria T�cnica da Federa��o da Agricultura e Pecu�ria do Estado de Minas Gerais (Faemg), destaca que “as duas pontas v�o pagar a diferen�a, o produtor e o consumidor.” A Petrobras, em nota, justificou que o aumento foi definido “levando em considera��o a pol�tica de pre�os, que busca alinhar o pre�o dos derivados aos valores cobrados no mercado internacional”. Com o novo aumento, a defasagem entre o pre�o do diesel vendido no exterior e no mercado dom�stico cai de 13% para 6%, segundo c�lculo do Bank of America.
Cart�is multados O Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica (Cade) condenou ontem diversos cart�is de postos de gasolina espalhados pelo pa�s e aplicou multas que, somadas, chegam a R$ 120 milh�es. O �rg�o antitruste fez uma esp�cie de mutir�o para julgar casos de conduta anticompetitiva no setor de distribui��o de combust�veis em Manaus (AM), Bauru (SP), Londrina (PR), Teresina (PI) e Caxias do Sul (RS).
IGP-DI desacelera
A infla��o medida pelo �ndice Geral de Pre�os – Disponibilidade Interna (IGP-DI) avan�ou 0,20% em fevereiro, ap�s alta de 0,31% em janeiro. Apesar de ter diminu�do o ritmo, o �ndice acumula alta de 8,24% em 12 meses e de 0,51% no ano, segundo a Funda��o Getulio Vargas (FGV). Entre os indicadores que comp�em o IGP-DI, o IPA-DI (atacado) ficou em 0,09%. O IPC-DI (varejo) aumentou 0,33%. J� o INCC-DI (constru��o) apresentou eleva��o de 0,60%.