Diversas institui��es financeiras e consultorias j� preveem alta da Selic, a taxa b�sica de juros, de at� 1,5 ponto porcentual este ano, o que a levaria para 8,75% ainda em 2013. O movimento foi refor�ado pelo comunicado ap�s a reuni�o do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom), na quinta-feira (07), na qual a Selic foi mantida no atual n�vel de 7,25%. No texto, o Banco Central (BC) retirou a express�o “a estabilidade das condi��es monet�rias por um per�odo de tempo suficientemente prolongado”, que indicava para o mercado a manuten��o da Selic no n�vel atual de 7,25% durante todo este ano.
Para Jos� M�rcio Camargo, economista da gestora de recursos Opus o BC deve fazer tr�s aumentos consecutivos de 0,5 ponto porcentual. “H� 40% de chance que ele inicie esse movimento em abril (pr�xima reuni�o do Copom), e 60% de come�ar em maio”, previu Camargo.
O economista acha que o BC vai tentar conter as expectativas inflacion�rias com esses aumentos, e nota que a infla��o anualizada deve recuar a partir de julho, especialmente por causa dos produtos agr�colas. Mas Camargo projeta que a infla��o vai voltar mais forte no in�cio de 2014. Ele antecipa IPCA de 5 8% em 2013, e diz que o de 2014 vai depender das desonera��es. Estas, por�m, para ele, n�o reduzem a press�o inflacion�ria, que viria da baixa taxa de desemprego e dos sal�rios subindo de 8% a 9% ao ano.
Outro que prev� alta de 1,5 ponto porcentual da Selic este ano � Antonio Madeira, da consultoria LCA. “Estamos em vias de mudar o nosso cen�rio de estabilidade da Selic durante o ano, e a tend�ncia � alter�-lo para uma proje��o de aumento total de 1,5 ponto em maio, julho e agosto”, ele diz. Para Madeira, este ajuste deve ser suficiente para manter o IPCA em 5,4% em 2013 e 2014. “A economia ainda opera com certa folga, crescendo abaixo do potencial”, ele nota.
No WestLB, o estrategista-chefe, Luciano Rostagno, prev� quatro altas de 0,25 ponto a partir de julho, mas acha que pode revisar o in�cio do movimento para maio, depois que for divulgada a ata da �ltima reuni�o do Copom, na pr�xima semana. Prevendo IPCA de 6% este ano, Rostagno diz que a alta prevista da Selic “� suficiente para entregar uma infla��o um pouco mais baixa em 2014, permitindo ao governo, na campanha eleitoral, afirmar que o IPCA est� em trajet�ria para o centro da meta”.
Na contram�o dos que preveem alta da Selic em 2013, o economista-chefe do Bradesco, Octavio de Barros, projeta que ela ser� mantida no atual n�vel de 7,25%. Ele cita v�rios fatores que ajudar�o a conter a infla��o, como a safra recorde este ano, os R$ 20 bilh�es em desonera��es previstos no Or�amento, e �ndices de infla��o em mar�o e abril em torno de 0,4% ou um pouco menos (que ele acha que influenciar�o positivamente as expectativas).
E, segundo Barros, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do setor de servi�os d� indica��es de que a infla��o de servi�os pode ser menor este ano do que o previsto. A mudan�a no comunicado do Copom, para ele, significa apenas que o BC est� se concedendo maior grau de liberdade na condu��o da pol�tica monet�ria.