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Estado de Minas

Cara nova nos Brics


postado em 26/03/2013 00:12 / atualizado em 26/03/2013 07:34

Na c�pula do Brics, de Brasil, R�ssia, �ndia e China, com a �frica do Sul de agregada, hoje e amanh� em Durban, na costa sul-africana do �ndico, as aten��es est�o voltadas para a nova cara do bloco – o chin�s Xi Jinping, eleito presidente sob a expectativa de ampliar a abertura da segunda maior economia do mundo e a de maior expans�o nas �ltimas tr�s d�cadas. A China divide com os EUA o papel de piv� da economia global e tende a se tornar pot�ncia econ�mica n�mero 1.

Nenhuma economia pode dar-se ao luxo de ignorar o que vai � China, muito menos exportadores de commodities. O mercado chin�s � o maior cliente de nossos dois principais produtos de exporta��o: o min�rio de ferro e a soja. E n�o s�: a China tem avan�ado a sua presen�a no pa�s como grande investidor, sobretudo nas �reas da infraestrutura, e como fornecedor de m�quinas, equipamentos e bens de consumo.

A agenda dos Brics prev� a cria��o de um fundo de reservas e de um banco de fomento, ambos multilaterais, no v�cuo do Fundo Monet�rio Internacional (FMI) e do Banco Mundial, vistos como ap�ndices dos EUA e da Europa. As conversas come�aram h� pouco mais de um ano.

Mas para Brasil e �ndia importam mais, por ora, conhecer os planos de Jinping, que priorizou o simbolismo da parceria com a R�ssia do presidente Vladimir Putin, ao visitar Moscou em sua primeira viagem internacional depois de tomar posse. Antes, logo ap�s ser escolhido para suceder o ex-presidente Hu Jintao, no ano passado, ele visitou Barack Obama na Casa Branca. A China leva a semiologia a s�rio.

 A presidente Dilma Rousseff dever� ter uma agenda privada com ele, em Durban. H� muito que falar para al�m da geopol�tica, a motiva��o do status que o governo chin�s procura para o renminbi por meio das poss�veis novas institui��es multilaterais, emulando o que o FMI e o Banco Mundial foram para o d�lar. Tal projeto interessa � China.

O que importa a Dilma

Ao Brasil, o com�rcio desequilibrado pelo dom�nio de commodities e semimanufaturados na corrente daqui para l� e de bens industriais, obviamente com maior valor agregado, na dire��o contr�ria, � um dos temas mais cr�ticos. Pequim tem manifestado simpatia pela queixa de Bras�lia, iniciada no governo Lula. Mas, de concreto, nada evoluiu. Se tivesse evolu�do, o que faria nossa ind�stria frente � invejada competitividade chinesa? Respostas para o Pal�cio do Planalto.

Sabe-se pouco sobre Jinping, como, de resto, de qualquer lideran�a do Partido Comunista chin�s, exceto que todas tingem o cabelo com um preto mais retinto que o de nossos pol�ticos. Jinping pratica um discurso moderadamente reformista desde que surgiu como sucessor de Hu Jintao, tamb�m um reformista ret�rico, cujo governo fez menos do que se prop�s. O obst�culo � a transi��o numa economia planificada, com dois ter�os da popula��o � margem da prosperidade da burocracia do governo e da classe m�dia emergente e um sistema pol�tico em que o poder econ�mico � dividido com as se��es regionais do partido.

Brasil esteve � frente

Jinping e o primeiro-ministro Li Keqiang j� afirmaram que o modelo de crescimento movido a investimento em infraestrutura e dependente de exporta��es � insustent�vel. O plano quinquenal at� 2015 promete valorizar o mercado interno. Isso implica ampliar a cobertura, hoje m�nima, dos servi�os sociais gratuitos. Empresas estatais teriam de ser privatizadas, haveria abertura do mercado de capitais. O risco de rupturas num sistema legitimado pela ascens�o social � evidente.

A aventura chinesa impressiona pelo que j� conquistou. Na largada, no fim dos anos 1970, o PIB e as exporta��es eram menores que as do Brasil. Hoje, a China tem 7% do com�rcio global, contra cerca de 1% do Brasil, e o PIB deve passar o dos EUA em 1916, pelo crit�rio da paridade de poder de compra (que ajusta as taxas cambiais conforme a infla��o interna) e n�o pelo valor de mercado do d�lar.

Obst�culos na ascens�o

A estimativa � da Organiza��o para a Coopera��o e Desenvolvimento Econ�mico (OCDE), �rg�o de pesquisa das grandes economias (o Brasil n�o participa, embora esteja convidado e ceda os dados considerados pelo organismo em seus estudos). Para a OCDE, o PIB da China deve crescer 8,5% este ano e ainda mais em 2014, contra 7,8% em 2012, e 7% na m�dia de cinco anos at� 2015, segundo a meta quinquenal.

Economistas de mercado apontam a quebra desse padr�o, com o crescimento m�dio vindo para 5% at� 2020. O motivo tem a ver com a queda do Jap�o, no fim dos anos 1990, e a do Brasil pouco antes: a improdutividade dos investimentos, associada na economia japonesa a uma enorme bolha imobili�ria. O envelhecimento demogr�fico (pouco destacado no estudo da OCDE) e polui��o sem igual no mundo tamb�m abrumam o cen�rio. Mais que dizer, Jinping tem muito a fazer.


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