Rio, 30 - A deteriora��o do ambiente econ�mico na Argentina aumenta a insatisfa��o de grupos brasileiros com neg�cios no pa�s. As incertezas decorrentes de medidas protecionistas, press�es inflacion�rias, restri��es cambiais e limita��es � remessa de dividendos ao exterior come�am a asfixiar a disposi��o de investir no vizinho. A suspens�o do projeto Rio Colorado pela Vale, anunciada em 11 de mar�o, pode ser apenas a ponta de um iceberg de problemas.
Para especialistas, o movimento da mineradora s� n�o causou um efeito domin� porque s�o poucos os grupos com cacife para deixar para tr�s investimentos j� realizados. A inseguran�a jur�dica torna a venda de ativos no pa�s mais dif�cil e restrita a compradores ligados ao governo de Cristina Kirchner.
"O problema passa tamb�m por como sair de l�. N�o basta vender, � preciso tirar o dinheiro", diz Jos� Augusto de Castro, presidente da Associa��o de Com�rcio Exterior do Brasil (AEB).
A lista de companhias nacionais com projetos na Argentina inclui pesos pesados como Ambev, Vulcabr�s, Petrobr�s, Am�rica Latina Log�stica (ALL), Odebrecht, Votorantim, Andrade Gutierrez e Camargo Corr�a - que, al�m da construtora, est� presente no pa�s com a Alpargatas e a cimenteira Loma Negra, subsidi�ria argentina que teve queda de 48% no lucro registrado em 2012.
Especializado em assessorar investidores estrangeiros, o advogado argentino Roberto Bauz� conta que a solu��o para as companhias tem sido segurar investimentos ou reinvestir na pr�pria Argentina. "A pergunta � quando v�o se cansar", diz.
Carol Monteiro de Carvalho, s�cia do Bichara, Barata & Costa Advogados, comenta que h� consultas sobre o encerramento de opera��es na Argentina e o Uruguai come�a a despontar como alternativa para o setor privado brasileiro no Mercosul.
Reinvestimento
A solu��o de reinvestir est� em estudo pela brasileira Coteminas, dona de marcas de artigos de cama, mesa e banho. Em 2012, a empresa ampliou sua f�brica t�xtil na prov�ncia de Santiago Del Estero e quase dobrou as vendas no pa�s. Agora, pensa em investir cerca de US$ 40 milh�es em uma nova fia��o.
"O problema cambial � uma restri��o muito dif�cil. Uma das formas de contorn�-la � reinvestindo os ganhos no pa�s", diz o presidente da Coteminas, Josu� Gomes da Silva. O empres�rio admite que o problema das remessas "n�o � trivial", mas diz que continua obtendo uma boa margem para seus produtos.
O presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais (Sobeet), Lu�s Afonso Lima, tamb�m reconhece a dificuldade enfrentada pelas companhias brasileiras. "Essa situa��o infelizmente est� se consolidando. Ultimamente, temos ouvido muitas empresas reclamarem de dificuldades", revelou. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.