S�o Paulo, 03 - Depois registrar defla��o de 0,17% em mar�o, o �ndice de Pre�os ao Consumidor (IPC) deve, em abril, voltar ao terreno positivo na cidade de S�o Paulo. A expectativa � do coordenador do indicador, Rafael Costa Lima, que, em entrevista � Ag�ncia Estado na sede da Funda��o Instituto de Pesquisas Econ�micas (Fipe), disse que aguarda uma taxa de 0,33% para o IPC do quarto m�s de 2013. "Seria a volta da infla��o, mas em um n�vel moderado."
A defla��o em mar�o, anunciada nesta quarta-feira pelo instituto, foi a primeira taxa mensal negativa na capital paulista desde fevereiro de 2012, quando o IPC apresentou queda de 0,07%. De acordo com a s�rie hist�rica da Fipe, o resultado tamb�m foi o mais baixo para um m�s desde junho de 2006, quando houve defla��o de 0,31% no munic�pio.
"� praticamente um ponto fora da curva", comentou Costa Lima, acrescentando que o efeito tardio da redu��o da tarifa de energia el�trica no IPC foi decisivo para a defla��o. "Est� muito ligado a este detalhe e o cen�rio n�o � de mudan�a na tend�ncia de infla��o, que est� ainda num ritmo forte em 12 meses", destacou o coordenador, lembrando que, nesta base de compara��o, o indicador da Fipe acumulou taxa de 5,57% at� mar�o e, no primeiro trimestre, uma taxa de 1,20%.
Por uma quest�o de metodologia, o IPC-Fipe captou o maior efeito da diminui��o da tarifa de energia somente em mar�o, apesar de a redu��o determinada pelo governo federal ter come�ado em janeiro nas contas da Eletropaulo.
De maneira diferente de outros indicadores de pre�os que tiveram o maior impacto inserido no c�lculo em fevereiro, o �ndice paulistano incorpora este tipo de reajuste na medida em que os consumidores recebem e pagam suas faturas, no chamado regime de caixa. Por isso, houve o efeito tardio decisivo para a defla��o.
O detalhe fez com que o grupo Habita��o apresentasse uma queda de 1,05% em mar�o, o que representou um al�vio de 0,33 ponto porcentual na taxa geral do IPC. O item Energia El�trica, que pertence ao grupo, apresentou baixa de 10,95% em mar�o, bem mais intensa que a de 5,44% em fevereiro, quando Habita��o caiu 0,21%.
Para Costa Lima, a defla��o em S�o Paulo at� poderia ser mais intensa, se o grupo Alimenta��o n�o voltasse a atrapalhar o comportamento do IPC. Em mar�o, o conjunto de pre�os avan�ou 0,77% (ante avan�o de 0,34% de fevereiro) e esta alta respondeu por 0,18 ponto porcentual do resultado geral.
Dentro da Alimenta��o, o maior respons�vel pela puxada nos pre�os foi o subgrupo Produtos In Natura, que subiu 4,36% em mar�o ante alta de 1,50% em fevereiro. N�o por acaso, o maior vil�o de todo o IPC de mar�o foi o tomate, item que avan�ou 18,25% e liderou o ranking de press�es de alta.
Para abril, Rafael Costa Lima trabalha com uma mudan�a de configura��o do IPC. "A Habita��o voltar� a subir, mas a alta da Alimenta��o deve diminuir, com um impacto menor dos pre�os dos in natura", afirmou, acrescentando que prev� uma varia��o positiva de 0,21% para o primeiro grupo e uma eleva��o de 0,38% para a Alimenta��o.
Outro grupo que deve mudar o comportamento em abril dentro do IPC � o de Despesas Pessoais, que caiu 1,02% em mar�o, em virtude das quedas dos itens Passagem A�rea (-12,59%) e Viagem-Excurs�o (-7,27%).
De acordo com a Fipe, a expectativa para o conjunto de pre�os em abril � de uma varia��o positiva de 0,20%. Para o IPC acumulado de 2013, a Fipe mant�m a proje��o em 5%, que, se confirmada, seria inferior � infla��o acumulada de 2012, de 5,10% na capital paulista.