Rio, 05 - Os governos do Brasil e da Venezuela decidiram aumentar o com�rcio de petr�leo e derivados entre os dois pa�ses como forma de amenizar as diferen�as na balan�a comercial e atender ao projeto de integra��o continental firmado na d�cada passada pelos ex-presidentes Luiz In�cio Lula da Silva e Hugo Ch�vez.
A entrada do pa�s no Mercado Comum do Sul (Mercosul), no segundo semestre de 2012, acelerou o projeto de desenvolvimento do com�rcio no setor de petr�leo com o Brasil. As regula��es do bloco baixaram o pre�o do combust�vel venezuelano para o mercado dos pa�ses integrantes.
Ainda em 2012, a Petrobras, que, tradicionalmente, compra petr�leo e derivados nos Estados Unidos e na Europa, comprou da PDVSA cargas de naftas petroqu�micas e coques venezuelanos. No saldo da balan�a comercial Brasil-Venezuela de 2012, a aquisi��o representou 59,8% dos valores importados pelo Brasil da Venezuela.
O Brasil tem uma balan�a comercial bastante favor�vel em rela��o � Venezuela, pa�s que centraliza as exporta��es de forma maci�a na �rea de petr�leo e derivados. Em 2012, o Brasil exportou US$ 5,1 bilh�es para a Venezuela e importou US$ 1,3 bilh�o. A soma dos valores exportados e importados em 2012 cresceu 3,3% em rela��o ao registrado no ano anterior. As exporta��es brasileiras cresceram 10,1% no per�odo, mas as importa��es para a Venezuela recuaram 21,2% entre um ano e outro, o que fez os governos acelerarem os trabalhos conjuntos em busca de mais equil�brio na balan�a comercial.
A conclus�o dos dois governos � de que o equil�brio s� poder� ser alcan�ado caso o Brasil aumente as compras de petr�leo e derivados produzidos na Venezuela. Isso porque o pa�s n�o tem mais op��es significativas de produtos que interessem ao mercado brasileiro. Nas discuss�es entre os governos, o exemplo de 2009 costuma ser citado. Naquele ano, o Brasil importou em petr�leo e derivados o equivalente a US$ 19,9 bilh�es no total, dos quais menos de 5% vieram da Venezuela.
A partir de 2010, o Brasil passou a ter necessidade de cada vez mais importar derivados, especialmente gasolina e diesel. O aumento do consumo interno de combust�veis disparou e a produ��o das refinarias da Petrobras se mostrou insuficiente para atender � demanda. Da�, a obriga��o da petroleira recorrer ao mercado externo para evitar o desabastecimento.
Procurada pela reportagem, a Petrobras manifestou-se sobre o tema por meio de uma nota sucinta: "As importa��es de derivados da Venezuela ainda n�o foram retomadas. Neste momento, t�cnicos das duas companhias analisam as alternativas sob os pontos de vista t�cnico (disponibilidades e especifica��es) e econ�mico. N�o podemos estabelecer uma data para a retomada das opera��es".