Maryna Lacerda - Especial para o Estado de Minas
O mesmo celular que soluciona problemas e facilita a vida pode se transformar em dor de cabe�a. Com tantas fun��es dispon�veis no aparelho, muita gente acaba perdendo o controle dos gastos. Recursos como acesso � internet, jogos on-line, mensagens e aplicativos diversos s�o capazes de seduzir os mais distra�dos. A compra de modelos de �ltima gera��o e as liga��es em excesso tamb�m explicam o �ndice de inadimpl�ncia da telefonia, que chegou a 8,7%, de acordo com o �ltimo estudo da Serasa Experian sobre o setor.
O levantamento da Serasa levou em conta o acompanhamento dos n�meros do Cadastro de Pessoas F�sicas (CPF) relacionados a compras de telefone m�vel durante 12 meses. O resultado indica que a popula��o jovem de baixa renda � a recordista de ocorr�ncias no Sistema de Prote��o ao Cr�dito (SPC). Esse grupo representa 24,4% das 400 mil consultas feitas nos �ltimos 12 meses.
Mas n�o � s�. O celular se transformou em um dos principais motivos para os consumidores pararem na lista de maus pagadores. Muitos preferem encher os telefones de cr�ditos do que pagar contas b�sicas, como as de �gua e luz. Outros compram aparelhos car�ssimos em presta��es a perder de vista, mas n�o d�o conta de quit�-las.
Os dados coletados sinalizam mudan�as no padr�o de consumo de produtos eletr�nicos no Brasil. Existem atualmente no pa�s 263 milh�es de celulares ativos, segundo a Ag�ncia Nacional de Telecomunica��es (Anatel). Somente em fevereiro deste ano foram adquiridos 786 mil aparelhos: 366 mil na modalidade pr�-paga e 420 mil na p�s-paga. A Anatel estima a m�dia nacional de 1,33 celular por habitante.
A dica do educador financeiro Reinaldo Domingos para que o celular n�o vire d�vida � aliar a escolha do plano com o or�amento. O ideal, sugere ele, � comprometer entre 1% e 5% da renda com as despesas de telefonia. “O pagamento da conta de telefone n�o pode interferir na sustentabilidade financeira”, afirma ele, antes de destacar a an�lise individual dos casos.
OP��O CERTA
Antes de definir o plano, � importante pesquisar qual operadora oferece as menores taxas em cada regi�o, refor�a a coordenadora institucional do Proteste, Maria In�s Dolci. “Uma prestadora de servi�o considerada vantajosa em S�o Paulo pode n�o ser no Acre”, diferencia. Al�m disso, ela tamb�m destaca a necessidade de identificar qual empresa os amigos e a fam�lia preferem. “Liga��es para a mesma operadora costumam ser bem mais baratas”, explica.
Outra dica, acrescenta o educador financeiro Reinaldo Domingos, � trocar de operadora periodicamente. “Sugiro que, a cada seis meses, a pessoa mude de operadora. A portabilidade permite testar todas elas sem perder o n�mero da linha”, incentiva. O acirramento da concorr�ncia, emenda ele, permite ao cliente aproveitar promo��es.