As empresas brasileiras s�o as que t�m o maior estoque de investimentos na Europa entre todos os pa�ses dos Brics e, nos �ltimos quatro anos, o volume chegou a superar a todos as demais economias do bloco emergentes - R�ssia, China, �ndia e �frica do Sul - juntas. Apesar de a crise na Europa ter gerado uma certa hesita��o por parte de alguns segmentos de empres�rios brasileiros, analistas, executivos e o governo acreditam que o processo de internacionaliza��o das empresas nacionais vai continuar e que a Europa ser� um dos focos.
A presen�a cada vez mais forte do empresariado brasileiro na Europa levou o governo de Dilma Rousseff a fechar um acordo com a Uni�o Europeia para tentar desenvolver um plano de coopera��o no setor de investimentos, o que deve ocorrer nas pr�ximas semanas. Na avalia��o de diplomatas brasileiros, h� at� poucos anos falar de investimentos na agenda bilateral significava apenas tratar do fluxo que o Brasil recebia dos estrangeiros. Hoje, os interesses nacionais na Europa s�o considerados como estrat�gicos para os planos das multinacionais brasileiras.
H� dez anos, para cada 10 euros investidos pelos europeus no Brasil, havia 1 euro brasileiro na Europa. Hoje, a diferen�a � bem menor. Os estoques de capital europeu no Brasil chegam a US$ 180 bilh�es. J� os do Brasil na Europa atingiram US$ 67 bilh�es. Em toda a Am�rica Latina, os investimentos brasileiros n�o superam a marca de US$ 20 bilh�es. No total, o estoque de investimentos de empresas brasileiras no exterior chega a US$ 230 bilh�es, segundo dados da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU).
Nos �ltimos anos, o n�mero de aquisi��es foi relevante. O JBS comprou abatedouros pela Europa e tem tr�s f�bricas de processamento de carne s� na It�lia, enquanto o grupo Camargo Corr�a comprou a cimenteira Cimpor, de Portugal, e a Embraer abriu, em Portugal, sua primeira f�brica de pe�as na Europa. Um dos aspectos da abertura de f�bricas na Europa, segundo o pr�prio Itamaraty, � a capacidade que as empresas nacionais conseguem de acesso aos financiamentos dados pela Comiss�o Europeia.
O movimento de aquisi��o interessa aos europeus, principalmente nos pa�ses em dificuldades. Nos �ltimos meses, miss�es de governos e de empres�rios t�m desembarcado em Bras�lia justamente para apelar para que as empresas nacionais invistam em seus mercados. Um deles foi o rei Juan Carlos. “A Espanha se transformou em uma base europeia para muitas empresas ibero-americanas e queremos que seja tamb�m para as brasileiras”, disse. Para Malcolm Lloyd, da consultoria PwC, “nas condi��es atuais, os investidores de pa�ses emergentes t�m uma oportunidade �nica para realizar investimentos e ganhar vantagem competitiva em mercados maduros”. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.