Genebra - A sele��o para a sucess�o de Pascal Lamy, diretor-geral da Organiza��o Mundial do Com�rcio (OMC), ganhou novos contornos com os candidatos eliminados na primeira fase da corrida se recusando a abandonar a disputa, sob a alega��o de que houve “irregularidades” no processo.
A entidade anunciou nesta sexta-feira como 4 dos 9 candidatos ao posto teriam sido eliminados, por terem recebido o menor n�mero de votos numa primeira fase da corrida. Dois africanos, um jordaniano e uma representante da Costa Rica est�o fora. Roberto Azevedo, candidato do Brasil, passou para a fase final.
Mas nem todos est�o de acordo. Os governos do Qu�nia e de Gana anunciaram que n�o aceitar�o os resultados. Os quenianos foram os mais enf�ticos e insistiram que, apesar de oficialmente eliminada, sua candidata, Amina Mohamed, n�o se retiraria do processo.
“O processo foi irregular e procedimentos foram violados”, acusou Anthony Andanje, embaixador do Qu�nia na OMC. Uma reuni�o de emerg�ncia foi convocada entre a c�pula da entidade e o Qu�nia para decidir o que fazer, ainda que a entidade j� tenha alertado que vai seguir para a segunda fase de vota��es a partir do dia 16. O respons�vel por conduzir o processo � o paquistan�s Shahid Bashir.
A acusa��o de Qu�nia e Gana � de que alguns pa�ses, no lugar de votarem em quatro nomes, escolheram cinco. Isso teria modificado o n�mero final da vota��o e prejudicado os africanos.
Em tese, a a��o do Qu�nia poderia bloquear o processo. Mas a realidade � que a queixa ser� ignorada. “Os resultados foram claros e sem ambiguidade”, declarou Bashir. Segundo ele, os cinco nomeados para a fase final foram os mais votados e tiveram apoio de todas as regi�es.
Apesar da insist�ncia de que o processo segue adiante, a pol�mica � um sinal negativo na avalia��o de diplomatas. Isso porque, nas etapas mais decisivas, a disputa ser� mais acirrada e as pol�micas podem voltar a dominar o debate.
Recorrente
Em 1999, a OMC viveu momentos cr�ticos parecidos. Um candidato canadense se recusou a abandonar a corrida quando foi anunciado que ele havia sido eliminado. No final, n�o houve acordo entre o nome defendido pelos pa�ses emergentes - o tailand�s Supachai Panitchpakdi - e o nome defendido pelos pa�ses ricos, o neozeland�s Mike Moore. O resultado, depois de meses de debates, foi a divis�o do mandato em dois, com tr�s anos para um e tr�s para outro.