O Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) do Banco Central (BC) elevou ontem a taxa de juros b�sicos da economia (Selic) no Brasil em 0,25 ponto percentual (p.p.). Com isso, a Selic sai de 7,25% ao ano para 7,5%. A justificativa para o aumento da taxa est� na corrida de pre�os. Nos �ltimos 12 meses, o �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da infla��o no pa�s, somou 6,59%, ultrapassando em 0,09 ponto percentual a meta de 6,5% do governo para o ano. A decis�o era esperada por parte dos agentes econ�micos. Essa � a primeira eleva��o da Selic desde julho de 2011, quando a taxa subiu de 12,25% para 12,50% ao ano.
A decis�o do Copom � fruto de um embate entre a necessidade de combater a alta de pre�os e a de manter a economia girando. Na interpreta��o do mercado, a eleva��o era necess�ria, mas poderia n�o come�ar agora. Para Miguel Daoud, s�cio-diretor da Global Financial Advisor, a decis�o fragilizou o Banco Central. “Um aumento de 0,25 p.p. n�o vai dar conta da infla��o. O BC cumpriu a determina��o da presidente Dilma Rousseff de aumentar um pouquinho a taxa para conter as expectativas. Mas o feij�o vai seguir com uma tend�ncia forte de alta e vai contaminar outros alimentos.”
Com a alta da Selic, pegar um empr�stimo ou financiamento vai ficar um pouco mais pesado, mas n�o o suficiente, segundo analistas, para segurar o cr�dito no pa�s. A avalia��o � de que parte dessa alta j� havia entrado na fatura de quem fez opera��es novas a partir de janeiro. Desde o in�cio do ano, os bancos esperavam um aperto monet�rio e se anteciparam ao movimento com eleva��es de juros para os clientes, conforme evidencia a nota de cr�dito do Banco Central.
Segundo simula��es da Associa��o Nacional dos Executivos de Finan�as Administra��o e Contabilidade (Anefac), o efeito dessa eleva��o da Selic pode ser mais bem percebido em opera��es com valores elevados. No caso da aquisi��o de um ve�culo novo por meio de um CDC, por exemplo, o custo final pode subir em quase R$ 200. “O efeito � muito pequeno nas opera��es de cr�dito. Isso ocorre uma vez que h� um deslocamento muito grande entre a taxa Selic e os juros cobrados dos consumidores, que, na m�dia, chegam a 101,68% ao ano – diferen�a de mais de 1.200% com a taxa b�sica”, explicou Miguel Oliveira, diretor executivo da Anefac.
Ainda na avalia��o de Oliveira, apesar de a taxa definida pelo Copom ter uma forte correla��o com os juros cobrados do consumidor, as condi��es de cr�dito podem n�o se alterar no pa�s. “Por conta da maior competi��o no sistema financeiro, ap�s os bancos p�blicos reduzirem fortemente suas taxas de juros, bem como a expectativa de redu��o dos �ndices de inadimpl�ncia, � poss�vel que alguns bancos mantenham suas taxas”.
Investimentos Apesar da eleva��o da Selic, praticamente nenhuma aplica��o consegue superar a poupan�a. Com a alta, a nova poupan�a passa a render mais: 5,25% ao ano (antes estava em 5,08%). Pela nova regra, adotada ano passado, o rendimento da poupan�a varia conforme a Selic. Entre os fundos de renda fixa, os �nicos a valer a penas s�o os que cobram taxa de administra��o inferior a 0,50% ao ano – esse percentual, por�m, s� � oferecido a investidores qualificados, que det�m quantias elevadas.
Para os que acreditam na continuidade do aperto monet�rio at� o fim do ano, t�tulos do Tesouro Nacional indexados � Selic podem ser interessantes. Especialistas alertam que o brasileiro precisa se adequar ao novo cen�rio de juros. Mesmo com a alta de ontem, a tend�ncia de longo prazo � de redu��o da Selic.
Enquanto isso...
...Ag�ncia reduz alta do PIB
A ag�ncia de classifica��o de risco Standard & Poor’s reduziu ontem a proje��o para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. A estimativa, que era de expans�o entre 2,75% e 3,75% em 2013, passou para alta entre 2% e 3%, devido ao ritmo mais "lento" do que o previsto para a recupera��o econ�mica do pa�s nos �ltimos meses. Segundo a S&P, o PIB dever� se movimentar neste ano de 3,25% para 2,5% e, em 2014, de 4% para 3,25% em 2014.
Repercuss�o
“O certo � que o processo de estagna��o econ�mica tem se mostrado persistente e qualquer esfor�o que desestimule o crescimento econ�mico, como o aumento da Selic, ser� muito danoso n�o s� para a ind�stria, mas para a sociedade como um todo.”
Olavo Machado, presidente da Federa��o das Ind�strias do Estado de Minas Gerais (Fiemg)
“Muito impulsionado pelo cr�dito, o com�rcio sentir� o aumento e poder� diminuir seu ritmo de crescimento. Caso o governo retorne com a escalada dos juros, a nossa expectativa de avan�o para o setor em Belo Horizonte para o ano de 2013, que � de 7,5%, poder� ser revista.”
Bruno Falci, presidente da C�mara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH)
"A CNI avalia que uma pol�tica econ�mica baseada em aumento dos gastos p�blicos e alta dos juros tem pouco impacto nas press�es inflacion�rias."
Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI), em nota
A decis�o do Copom � fruto de um embate entre a necessidade de combater a alta de pre�os e a de manter a economia girando. Na interpreta��o do mercado, a eleva��o era necess�ria, mas poderia n�o come�ar agora. Para Miguel Daoud, s�cio-diretor da Global Financial Advisor, a decis�o fragilizou o Banco Central. “Um aumento de 0,25 p.p. n�o vai dar conta da infla��o. O BC cumpriu a determina��o da presidente Dilma Rousseff de aumentar um pouquinho a taxa para conter as expectativas. Mas o feij�o vai seguir com uma tend�ncia forte de alta e vai contaminar outros alimentos.”
Com a alta da Selic, pegar um empr�stimo ou financiamento vai ficar um pouco mais pesado, mas n�o o suficiente, segundo analistas, para segurar o cr�dito no pa�s. A avalia��o � de que parte dessa alta j� havia entrado na fatura de quem fez opera��es novas a partir de janeiro. Desde o in�cio do ano, os bancos esperavam um aperto monet�rio e se anteciparam ao movimento com eleva��es de juros para os clientes, conforme evidencia a nota de cr�dito do Banco Central.
Segundo simula��es da Associa��o Nacional dos Executivos de Finan�as Administra��o e Contabilidade (Anefac), o efeito dessa eleva��o da Selic pode ser mais bem percebido em opera��es com valores elevados. No caso da aquisi��o de um ve�culo novo por meio de um CDC, por exemplo, o custo final pode subir em quase R$ 200. “O efeito � muito pequeno nas opera��es de cr�dito. Isso ocorre uma vez que h� um deslocamento muito grande entre a taxa Selic e os juros cobrados dos consumidores, que, na m�dia, chegam a 101,68% ao ano – diferen�a de mais de 1.200% com a taxa b�sica”, explicou Miguel Oliveira, diretor executivo da Anefac.
Ainda na avalia��o de Oliveira, apesar de a taxa definida pelo Copom ter uma forte correla��o com os juros cobrados do consumidor, as condi��es de cr�dito podem n�o se alterar no pa�s. “Por conta da maior competi��o no sistema financeiro, ap�s os bancos p�blicos reduzirem fortemente suas taxas de juros, bem como a expectativa de redu��o dos �ndices de inadimpl�ncia, � poss�vel que alguns bancos mantenham suas taxas”.
Investimentos Apesar da eleva��o da Selic, praticamente nenhuma aplica��o consegue superar a poupan�a. Com a alta, a nova poupan�a passa a render mais: 5,25% ao ano (antes estava em 5,08%). Pela nova regra, adotada ano passado, o rendimento da poupan�a varia conforme a Selic. Entre os fundos de renda fixa, os �nicos a valer a penas s�o os que cobram taxa de administra��o inferior a 0,50% ao ano – esse percentual, por�m, s� � oferecido a investidores qualificados, que det�m quantias elevadas.
Para os que acreditam na continuidade do aperto monet�rio at� o fim do ano, t�tulos do Tesouro Nacional indexados � Selic podem ser interessantes. Especialistas alertam que o brasileiro precisa se adequar ao novo cen�rio de juros. Mesmo com a alta de ontem, a tend�ncia de longo prazo � de redu��o da Selic.
Enquanto isso...
...Ag�ncia reduz alta do PIB
A ag�ncia de classifica��o de risco Standard & Poor’s reduziu ontem a proje��o para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. A estimativa, que era de expans�o entre 2,75% e 3,75% em 2013, passou para alta entre 2% e 3%, devido ao ritmo mais "lento" do que o previsto para a recupera��o econ�mica do pa�s nos �ltimos meses. Segundo a S&P, o PIB dever� se movimentar neste ano de 3,25% para 2,5% e, em 2014, de 4% para 3,25% em 2014.
Repercuss�o
“O certo � que o processo de estagna��o econ�mica tem se mostrado persistente e qualquer esfor�o que desestimule o crescimento econ�mico, como o aumento da Selic, ser� muito danoso n�o s� para a ind�stria, mas para a sociedade como um todo.”
Olavo Machado, presidente da Federa��o das Ind�strias do Estado de Minas Gerais (Fiemg)
“Muito impulsionado pelo cr�dito, o com�rcio sentir� o aumento e poder� diminuir seu ritmo de crescimento. Caso o governo retorne com a escalada dos juros, a nossa expectativa de avan�o para o setor em Belo Horizonte para o ano de 2013, que � de 7,5%, poder� ser revista.”
Bruno Falci, presidente da C�mara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH)
"A CNI avalia que uma pol�tica econ�mica baseada em aumento dos gastos p�blicos e alta dos juros tem pouco impacto nas press�es inflacion�rias."
Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI), em nota