A cria��o de uma linha de cr�dito especial para financiar as pequenas e m�dias agroind�strias, principalmente do setor de carnes, � uma das propostas do novo Plano de Safra 2013/14 apresentada hoje de manh� pela presidente da Confedera��o de Agricultura e Pecu�ria do Brasil (CNA), senadora K�tia Abreu (PSD/TO), em audi�ncia na Comiss�o de Agricultura do Senado Federal. Ela afirmou que est� otimista em rela��o � cria��o da nova linha de cr�dito, pois a sugest�o foi bem aceita pela equipe econ�mica do governo.
A senadora explicou o objetivo � fortalece as pequenas e m�dias empresas que, por falta de capital, est�o sendo absorvidas pelos grandes grupos. A superintendente t�cnica da CNA, Rosemeire dos Santos, que participou da audi�ncia, cita como exemplo os setores l�cteos e de carnes. "Em n�vel nacional n�o existe a mesma concentra��o que ocorre em termos regionais e municipais, que provoca a perda de competitividade das empresas locais", diz a t�cnica.
Na audi�ncia, a CNA apresentou suas propostas de m�dio e longo prazos para a pol�tica agr�cola brasileira, como a ado��o de um plano de safra quadrianual a partir do pr�ximo pacote de medidas, que ser� lan�ado em junho, que teria uma programa��o de recursos para 18 meses. Rosemeire dos Santos justifica a proposta de mudan�a argumentando que a agricultura brasileira se tornou mais din�mica, com v�rias �pocas de plantio ao longo do ano. Ela observa que hoje, quando o plano de safra � lan�ado, os agricultores j� compraram boa parte dos insumos e que, meses depois, quando as medidas anunciadas chegam �s ag�ncias banc�rias, o produtor j� tomou a decis�o de plantio.
A proposta da CNA para o pr�ximo plano de safra � de aloca��o de recursos da ordem de R$ 132 bilh�es para financiar a agricultura empresarial, ante os R$ 115,2 bilh�es liberados na safra atual. A CNA calcula que a demanda por recursos totaliza R$ 191,7 bilh�es e que parte ser� coberta com dinheiro dos pr�prios agricultores e financiamentos do setor privado. A entidade cita como exemplo que em Rondon�polis (MT) na safra atual os agricultores plantaram 35% da soja e 60% do milho com capital pr�prio. Na regi�o Sul, a participa��o dos recursos oficiais � maior, ultrapassando os 50%.
A CNA defende a redu��o da taxa de juros do cr�dito rural dos atuais 5,5% para 4,25% ao ano. A superintendente t�cnica acredita que as condi��es macroecon�micas permitem ao governo reduzir a taxa de juros do cr�dito rural abaixo dos 4,75% ao ano. A entidade tamb�m sugere a revis�o e regionaliza��o dos pre�os m�nimos do caf�, levando em conta que as condi��es da cafeicultura de montanha, onde o uso da m�o de obra � intenso, difere da regi�o de cerrado, onde a mecaniza��o � maior.
Entre outras propostas da CNA, destaca-se a cria��o de programa para fortalecimento do setor leiteiro, com recursos da ordem de R$ 1,1 bilh�o, para financiar a melhoria das pastagens e a mecaniza��o da ordenha. Outra proposta � o plano nacional de armazenagem, com recursos da ordem de R$ 1,7 bilh�o no primeiro ano. Rosemeire dos Santos observa que nos Estados Unidos 55% da armazenagem � feita nas fazendas, enquanto no Brasil apenas 13,6%. Ele argumenta que a defici�ncia de armaz�ns nas propriedades rurais gera o caos log�stico, porque a safra � escoada logo ap�s a colheita, o que provoca congestionamento nas estradas e nos portos.