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Estado de Minas

Mercado aposta em menos juros, mas com mais infla��o

A maioria das apostas � de mais tr�s altas de 0,25 ponto percentual


postado em 23/04/2013 06:00 / atualizado em 23/04/2013 07:10

Bras�lia – O mercado est� cada vez mais convencido de que o processo de alta de juros ser� menor que o esperado inicialmente. No boletim semanal Focus, no qual o Banco Central re�ne as previs�es de mais de 100 analistas, a proje��o para a taxa b�sica (Selic) caiu de 8,50% ao ano para 8,25% ao fim de 2013. No mercado futuro, os juros recuaram novamente no preg�o de ontem, depois de terem apresentado queda nos dias seguintes � reuni�o do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom), na semana passada. A maioria das apostas � de mais tr�s altas de 0,25 ponto percentual, at� que a taxa chegue a 8,25% ao ano.


Com a queda das proje��es para a Selic, o mercado passou a esperar tamb�m mais infla��o. Para este ano, as previs�es passaram de 5,68% para 5,70%. Para 2014, subiram de 5,70% para 5,71%. Segundo analistas, n�o fossem as desonera��es e benef�cios fiscais, essas previs�es estariam em n�vel maior e o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), no acumulado de 12 meses, em um patamar muito superior aos 6,59% de mar�o. Nos c�lculos de economistas, a taxa teria chegado a 8,2%. Caso esse n�mero se confirmasse, tornaria quase imposs�vel encerrar o ano com a carestia dentro do intervalo superior da meta de infla��o, que vai de 4,5% a 6,5%, e o Banco Central estaria obrigado a escrever uma carta para se explicar.

Alexandre Schwartsman, economista e ex-diretor do BC, afirma que a estrat�gia de aceitar um pouco mais de infla��o em troca de crescimento n�o funciona. Na vis�o dele, carestia gera apenas mais alta de pre�os e n�o expans�o da atividade. “Pode-se at� crescer em um ano admitindo um pouco mais de infla��o, mas isso n�o � consistente. No fim, voc� ter� apenas mais infla��o”, defendeu. “Se houvesse uma pol�tica fiscal suficientemente apertada, poder�amos prescindir do pol�tica monet�ria para trazer a infla��o para a meta. Nas condi��es atuais do Brasil, por�m, isso (aperto fiscal) n�o vai ocorrer”, argumentou.

Efeito limitado Para Fl�vio Combat, economista-chefe da Conc�rdia Corretora, as desonera��es tiveram efeito limitado. “Do ponto de vista da infla��o, a preocupa��o � refor�ada pela frustra��o das medidas tomadas pelo governo para tentar conter a alta dos pre�os. Exemplo claro foi a decis�o de desonera��o tribut�ria dos produtos da cesta b�sica, insuficiente para conter a escalada de pre�os dos alimentos”, destacou. Segundo ele, mesmo com as desonera��es, o aperto monet�rio se tornou inevit�vel para o BC. “Ao menos diante da necessidade de ancorar as expectativas”, afirmou.

Al�m de uma alta de pre�os maior no ano, os economistas ouvidos pelo BC no Focus reduziram a estimativa para a produ��o industrial, o boletim apresentou um recuo de 3% para 2,86% em 2013. Para o ano que vem, a proje��o caiu de 3,80% para 3,75%.

A ciranda financeira


A disparada da infla��o se tornou um tormento para as fam�lias, mas est� engordando como h� tempos n�o se via os cofres dos bancos. Sem alarde, as institui��es financeiras est�o ressuscitando um velho conhecido dos tempos de hiperinfla��o, que vigorou nos anos 1980 e na primeira metade da d�cada de 1990 — o overnight. S�o opera��es de curt�ssimo prazo com t�tulos p�blicos negociados pelo Banco Central para retirar o excesso de dinheiro em circula��o na economia. Em abril, o volume de recursos aplicados por um prazo m�dio de tr�s meses atingiu o recorde de R$ 702 bilh�es. Nesses investimentos, os bancos garantem, sem qualquer risco, a taxa b�sica de juros (Selic), que est� em 7,50% ao ano. � melhor do que emprestar com a inadimpl�ncia em alta e enquanto a infla��o n�o cai.

O BC prefere chamar o overnight pelo pomposo nome de opera��o compromissada, j� que h� um compromisso formal da institui��o de, na data do vencimento, recomprar os t�tulos p�blicos vendidos aos bancos. Esses prazos, no entanto, s�o apenas formalidades, uma vez que todas as opera��es s�o renovadas, pois, na vis�o das institui��es financeiras, o mais correto � deixar o dinheiro aplicado por um prazo bem curto e garantir a liquidez do caixa.

O economista Felipe Salto, da Consultoria Tend�ncias, fez as contas e constatou que essas opera��es est�o custando quase R$ 50 bilh�es ao ano aos cofres p�blicos. “Esse valor equivale a tr�s programas como o Bolsa-Fam�lia”, ressalta. Pior, o overnight — ou compromissadas, como gosta o BC — est� tornando dif�cil a miss�o do Tesouro Nacional de reduzir o custo e alongar o perfil da d�vida federal. Em vez de comprarem pap�is com vencimento em 2020, 2030, por exemplo, as institui��es preferem ficar penduradas a curto prazo.


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