Sem poder contar com a receita dos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Bras�lia, concedidos � iniciativa privada, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportu�ria (Infraero) promoveu um forte ajuste na pol�tica de pre�os nas licita��es de espa�os comerciais, publicit�rios, restaurantes, hangares, e estacionamentos.
Ao licitar as �reas ap�s o vencimento de contratos antigos, a estatal conseguiu um aumento m�dio de 80% no valor pago pelas empresas para explorar estes pontos comerciais. Em alguns casos, as companhias que j� ocupavam os espa�os se dispuseram a pagar mais do que o triplo do contrato anterior.
No aeroporto de Congonhas, em S�o Paulo, o Citibank aceitou pagar R$ 390 mil por m�s para utilizar um espa�o publicit�rio, 127% a mais do que o pre�o inicial, de R$ 171,8 mil. A Cacau Show fez uma oferta de R$ 60,3 mil, o dobro do valor m�nimo proposto. O crescimento das receitas � uma consequ�ncia das mudan�as que a Infraero adotou no processo de licita��o das �reas. Desde 2010, a estatal usa a modalidade do preg�o presencial. Antes, as empresas interessadas faziam a proposta em envelope, a partir do pre�o inicial, e vencia quem apresentasse a maior oferta. Agora, depois dessa etapa, as tr�s companhias que oferecem o maior valor entram numa disputa presencial. “A licita��o por preg�o foi um achado porque antes a concorr�ncia era apenas pelo envelope e os valores n�o se afastavam muito do pre�o inicial”, afirmou o diretor comercial da Infraero, Geraldo Moreira Neves.
Ajustes
Tamb�m houve ajustes na defini��o do pre�o m�nimo desse espa�os. Para defini-lo, a Infraero tem feito pesquisas sobre os valores pagos em outros terminais do mesmo porte, na �rea pr�xima do aeroporto e, principalmente, em shoppings da regi�o. Os prazos de explora��o das �reas tamb�m foram padronizados e ficaram menores. Para publicidade, por exemplo, eles variam de 12 a 24 meses. Para restaurantes, lanchonetes, e estacionamentos, at� 84 meses.
Segundo Neves, alguns contratos tinham prazos muito longos e eram antigos, o que permitia uma defasagem nos pre�os. “Esse aumento m�dio de 80% n�o deve assustar porque os valores pagos anteriormente estavam muito defasados”, disse. As novas licita��es t�m permitido que a Infraero consiga manter o ritmo de crescimento das receitas dos �ltimos tr�s anos, de cerca de 20%, mesmo sem contar com o dinheiro que vinha de Guarulhos, Campinas e Bras�lia, que desde dezembro de 2012 n�o fazem mais parte dessa conta. A privatiza��o desses aeroportos causou uma perda de receita para a Infraero da ordem de 30% na �rea comercial e de 60% em cargas. Com a concess�o de Confins e Gale�o, as receitas da estatal em 2014 devem cair ainda mais - 50% na �rea comercial e 80% em cargas. “Ser� um desafio estrondoso. Temos que tirar o m�ximo com o m�nimo.”