As lojas de atacarejo, uma mistura de atacado com varejo cujo foco � o pre�o baixo, ganharam musculatura em 2012 e tiveram desempenho superior � m�dia do varejo de autosservi�o, que inclui supermercados e hipermercado. Esse formato de loja tamb�m abocanhou uma fatia maior das vendas de itens de b�sicos, mostram pesquisas divulgadas nesta segunda-feira, feitas por entidades diferentes, mas com resultados semelhantes. Em 2012, o varejo de supermercado faturou R$ 242,9 bilh�es com crescimento real (descontada a infla��o) de 2,3% em rela��o a 2011, segundo pesquisa da Nielsen encomendada pela Associa��o Brasileira de Supermercados (Abras). Com o atacarejo, a receita subiu para R$ 286,2 bilh�es e teve alta de 3,5% na compara��o com 2011.
Com n�meros diferentes, o 42.º Relat�rio Anual de Supermercado Moderno identificou a mesma tend�ncia. Em 2012, o varejo de autosservi�o faturou R$ 263 bilh�es e cresceu 7,6%, descontada a infla��o. Nesse per�odo, o atacarejo foi o formato de loja que mais ampliou vendas ante 2011, 16,7%, mais que o dobro do que a m�dia do setor.“O que chama a aten��o � que o atacarejo est� aumentando cada vez mais”, observou o gerente de atendimento da Nielsen, F�bio Gomes da Silva. Nas contas de Valdir Orsetti, respons�vel pelo 42º Relat�rio Anual de Supermercado Moderno, o atacarejo responde por 9,5% do faturamento do setor e esse tipo de loja � utilizado por 12,4 milh�es de domic�lios.
Entre os fatores que contribu�ram para esse desempenho, Orsetti aponta o fato de esse tipo de lojas oferecer pre�os 15% menores em rela��o ao varejo alimentar e 5% abaixo dos atacados. “Todas as classes compram no atacarejo. N�o s� os mais pobres”, disse Silva, da Nielsen. Segundo constata��o de Christine Pereira, diretora da Kantar Worldpanel, instituto de pesquisas que visita semanalmente 8.200 domic�lios do Pa�s para avaliar o consumo, o atacarejo foi o �nico canal de vendas que o consumidor manteve a frequ�ncia de compras nos �ltimos meses e que ganhou compradores em 2012: cerca de 1 milh�o de ovos domic�lios. J� nos hipermercados e supermercados houve redu��o no n�mero de idas �s compras. O motivo, segundo Christine, foi o avan�o da infla��o que fez com que os consumidores buscassem pre�os menores.
Dados divulgados nesta segunda-feira pela Associa��o Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad) mostram um descolamento do atacarejo em rela��o ao atacado tradicional. Jos� do Egito Frota Lopes Filho, presidente da Abad, destacou que o atacado como um todo cresceu 8,5% em vendas em 2012, sem descontar a infla��o na compara��o com 2011. Enquanto isso, o atacarejo avan�ou entre 15% e 17%, na mesma base de compara��o.
Al�m crescer numa velocidade maior do que o varejo e o atacado tradicional, o atacarejo passa hoje por um processo de interioriza��o, observou o vice-presidente da Abras, M�rcio Milan. Essa tend�ncia � confirmada pelo presidente da Abad. “H� uma tend�ncia de expandir os atacarejos para cidades com cerca de 200 mil habitantes.” Jefferson S. Fernades, diretor de marketing do Atacadista Rold�o, disse que a sua empresa vai abrir entre tr�s e quatro lojas de atacarejo neste ano, localizadas entre a capital paulista e cidades vizinhas com cerca de 300 mil habitantes. “H� uma tend�ncia de interioriza��o porque o pre�o do terreno nas grandes cidades subiu.”
No Grupo P�o de A��car, a tend�ncia de interioriza��o das lojas de atacarejo com a bandeira Assa� � n�tida. No m�s que vem, ser�o abertas duas lojas Assa� em cidades menores: uma em Maring� (PR) e outra em Juazeiro (BA). De acordo com a assessoria do Grupo, est�o programadas para este ano abertura de lojas desse formato em Juazeiro do Norte (CE), Londrina (PR),Rondon�polis (MT) e Feira de Santana (BA).