O Banco Central Europeu reduziu sua taxa b�sica de juros, nesta quinta-feira, em 0,25%, a 0,5%, um novo m�nimo hist�rico, em uma tentativa de estimular a economia da zona do euro e lutar contra o desemprego recorde. A �ltima redu��o das taxas aconteceu em julho, a 0,75%.
"A redu��o das taxas de juros deve contribuir para a esperan�a de uma recupera��o at� o final do ano", disse o presidente da entidade, Mario Draghi, depois que as previs�es de que a economia come�aria a dar sinais de melhora no segundo trimestre n�o se cumpriram.
Esta redu��o das taxas de juros pelo BCE, adotada por "forte consenso", as aproxima do n�vel quase nulo que impera nos Estados Unidos desde 2008. A deteriora��o da economia da zona do euro e em particular o alto n�vel do desemprego contribu�ram para que os analistas e os mercados j� aguardassem a decis�o do conselho de diretores do BCE, que excepcionalmente se reuniu nesta quinta-feira em Bratislava, Eslov�quia.
"N�o � uma surpresa e era o m�nimo que se poderia esperar ap�s as m�s not�cias recentes sobre a economia", comentou Jennifer McKeown, economista de Capital Economics. Para o economista chefe do banco Berenberg, Holger Schmieding, "o grande problema da zona do euro neste momento n�o � o n�vel das taxas do BCE, porque j� era baixo", mas sim as dificuldades que as pequenas e m�dias empresas (PME) de muitos pa�ses t�m para ter acesso ao cr�dito.
Neste sentido, Draghi se limitou a informar que foram iniciadas consultas com outras institui��es para buscar formas de incentivar o mercado de cr�dito para as PME. Apesar dos resultados destas consultas poder ser "muito imprecisos", "� evidente que � um passo para reduzir este problema", disse Carsten Brzeski, do banco ING.
O BCE anunciou que vai continuar com suas opera��es de liquidez a taxas fixas e quantidades ilimitadas a uma semana "durante o tempo que for necess�rio" e,pelo menos, at� 8 de julho de 2014. Suas opera��es de empr�stimos a tr�s meses tamb�m ser�o realizadas at� o final do segundo trimestre de 2014 nas mesmas condi��es que as anteriores.
As taxas de juros dos dep�sitos a um dia, nos quais os bancos privados podem captar dinheiro por 24 horas no BCE, permanecem em 0,5% e a taxa de empr�stimo marginal di�ria, na qual os bancos podem pedir cr�ditos pela mesma dura��o, caiu a 1%.
Em geral, Draghi repetiu a disposi��o do BCE de intervir, dando a entender que n�o ser�o descartadas novas medidas caso a conjuntura continue se deteriorando. A esperada recupera��o anunciada para o segundo trimestre n�o veio. A atividade privada se contraiu de novo em abril, afetando inclusive a Alemanha, primeira economia da regi�o. "O longo per�odo de fragilidade econ�mica se estende atualmente aos pa�ses mais s�lidos da uni�o monet�ria, com o risco de que o motor de seu crescimento perca f�lego", disse Annalisa Piazza, de Newedge.
O desemprego alcan�ou um novo recorde em mar�o, afetando 12,1% da popula��o ativa total da zona do euro, apesar dessa m�dia esconder dados dram�ticos em alguns pa�ses: 27,16% na Espanha, 27,2% na Gr�cia. Esses dados reacenderam o debate sobre a idoneidade das pol�ticas de austeridade adotadas desde o come�o da crise da d�vida, destinadas a sanear as finan�as p�blicas.
Draghi pediu mais uma vez aos governos da zona do euro que n�o diminuam seus esfor�os para "intensificar a aplica��o das reformas estruturais a n�vel nacional" e para a redu��o dos d�ficits p�blicos, se concentrando mais em cortar gastos que em aumentar impostos.