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Estado de Minas FOI A P� E FUGIU DO BAF�METRO

Ap�s a Lei Seca, bares de BH buscam e levam clientes em casa

Por causa da Lei Seca, frequentadores de bares e restaurantes optam por estabelecimentos pr�ximos de casa. Empres�rios de fora da Regi�o Centro-Sul registram alta de 30% do p�blico


postado em 11/05/2013 06:00 / atualizado em 11/05/2013 07:13

Flávio Machado fechou o Tribo quando a lei surgiu e agora lucra com o Parrila do Sol, que conquista clientes no Morro do Chapéu, como Denise Pacheco (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
Fl�vio Machado fechou o Tribo quando a lei surgiu e agora lucra com o Parrila do Sol, que conquista clientes no Morro do Chap�u, como Denise Pacheco (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)

Em 2008, quando a Lei Seca entrou em vigor, o empres�rio Fl�vio Machado foi � fal�ncia: “Eu era dono do bar Tribo, havia dois anos, e atendia, dependendo do dia, 500 fregueses. Meu p�blico era 100% de Belo Horizonte. A clientela sumiu por causa da Lei Seca”. Seu estabelecimento ficava no caminho para o Morro do Chap�u, um dos luxuosos condom�nios fechados em Nova Lima, �s margens da BR-040, onde as blitzes da Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF) s�o frequentes. No in�cio de 2013, por�m, o comerciante concluiu que a mesma Lei Seca poderia ser sua aliada. A l�gica � simples: assim como a clientela da capital reduziu os passeios aos bares e restaurantes dos condom�nios fechados de Nova Lima, os moradores da cidade vizinha tamb�m diminu�ram a frequ�ncia aos empreendimentos de BH, sobretudo nos da Regi�o Centro-Sul.

Machado, ent�o, inaugurou o Parrilla do Sol, na mesma regi�o, para atender os moradores dos condom�nios fechados que ficam por ali. Tamb�m na capital, a Lei Seca tamb�m beneficiou comerciantes de empreendimentos de bairros distantes do per�metro da Avenida do Contorno. Em alguns bares e restaurantes, o movimento de clientes subiu 30%. “Est� muito bom. Antes, os moradores da regi�o que trabalhavam em BH tomavam uma cervejinha por l�. Agora, por causa da Lei Seca, deixam para prosear e se divertir aqui”, disse o comerciante enquanto servia uma ta�a de vinho � publicit�ria Denise Pacheco, de 27. Ela � uma das moradoras do Morro do Chap�u que reduziram os passeios � Savassi.

“Um t�xi daqui at� l� custa cerca de R$ 80”, calculou Denise, que na quinta-feira foi ao Parrilla do Sol acompanhada de tr�s colegas: Aline Bittencourt, de 30, as irm�s Renata Inneccho, de 28, e J�lia, de 24. As duas �ltimas moram no condom�nio Serra dos Manac�s, tamb�m em Nova Lima. “Passamos a frequentar os bares e restaurantes da regi�o onde moramos. � tamb�m uma quest�o de conscientiza��o, a de n�o beber e assumir o volante”, ressaltou Renata.

Jacqueline Ara�jo, gerente da Adega Pampulha, no Vale do Sol, explica que 95% da clientela � formada por moradores da regi�o. “Poucos s�o os fregueses que v�m de Belo Horizonte. H� um, que mora na Pampulha, que paga cerca de R$ 150 de t�xi para vir aqui. Quer dizer, dependendo do que ele consumir, o t�xi fica mais caro do que a conta”, compara Jacqueline.

Outra cara

A Lei Seca mudou o perfil da freguesia tamb�m em muitos bares e restaurantes da capital. No Bairro Horto, por exemplo, o aumento do movimento de moradores da Regi�o Leste no Kobes Bar foi calculado em cerca de 30% pela comerciante L�gia Alves. Boa parte de sua clientela era formada por consumidores de Nova Lima, sobretudo dos luxuosos condom�nios fechados da cidade vizinha. Muitos, devido � Lei Seca, diminu�ram a frequ�ncia ao estabelecimento. “Ocorre uma mudan�a no perfil da clientela. Est� mais regionalizada. Os consumidores de Nova Lima agora v�m menos aqui”, refor�ou L�gia.

A comerciante Gl�nia Mattos, s�cia do Escrit�rio da Cerveja, no Bairro Planalto, comemora os efeitos da lei. “Quem sa�a do bairro para ir � Regi�o Centro-Sul passou a se divertir mais perto de casa. � uma das consequ�ncias da Lei Seca”, disse a empres�ria. Um de seus clientes, o consultor de com�rcio Fernando Guimar�es, de 28, aumentou sua frequ�ncia ao bar dela depois de dois amigos serem detidos em blitzes montados pela Pol�cia Militar para flagrar infratores.

Ele trabalha na unidade da Funda��o Getulio Vargas (FGV) no Bairro Cidade Jardim, onde, depois do servi�o, tinha o costume de tomar algumas geladas com amigos. O t�xi de l� ao Planalto sai em torno de R$ 50. Fernando fez as contas e concluiu que � mais vantajoso se divertir perto de casa. “N�o � s� por causa do dinheiro. Dois amigos meus foram flagrados em blitzes da Lei Seca. Tiveram a carteira nacional de habilita��o (CNH) recolhida. Al�m disso, moro a dois quarteir�es do Escrit�rio da Cerveja. Venho a p�. Portanto, � melhor tomar uma perto de casa”, justificou Fernando. A fila de clientes � espera de mesas no Escrit�rio da Cerveja, como ocorreu na �ltima quinta-feira, mostra que muita gente adotou a estrat�gia do consultor, de beber perto da pr�pria resid�ncia.

Delivery � de gente

Muitos bares e restaurantes de tradicionais bairros do Centro-Sul de Belo Horizonte, como o Funcion�rios e Cidade Jardim, foram os grandes prejudicados com a Lei Seca, pois boa parte das blitzes da Pol�cia Militar se concentra nas avenidas da regi�o. A dr�stica redu��o da clientela, que chegou a 30% em algumas casas, obrigou empres�rios a buscarem alternativas para recuperar o faturamento. As estrat�gias v�o desde a implanta��o de servi�o delivery, no qual uma van busca e leva os consumidores para casa, � mudan�a no perfil dos estabelecimentos.

O est�mulo ao tradicional motorista da rodada, concedendo descontos ao condutor que n�o ingere bebida alc�olica com a miss�o de levar amigos para as resid�ncias, � outra medida. O empres�rio Leonardo Marques, que � diretor da se��o mineira da Associa��o Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e s�cio do Boteco da Carne e do Monjardim Costelaria e Botequim, ambos no Bairro de Lourdes, conta que a Lei Seca reduziu sua clientela em cerca de 30%. Para reverter o jogo, ele revela que “mudou o foco, da noite para o dia”. Na pr�tica, confidencia ele: “Investimos mais no almo�o”.

No restaurante Conde, que funciona no Bairro Cidade Jardim, a alternativa foi criar o servi�o Conde Delivery. A casa informou que uma equipe, em vans, busca e leva os clientes em suas resid�ncias. Para isso, o consumidor precisa telefonar para o restaurante, solicitando o servi�o e combinando os hor�rios. O custo � de R$ 7 por trecho do trajeto. O servi�o, por�m, n�o atende toda a BH: somente bairros da Regi�o Centro-Sul. (PHL)

An�lise da not�cia

E onde est� o transporte p�blico?

O rigor da Lei Seca � t�o importante quanto o objetivo da pr�pria norma: salvar vidas. Por outro lado, estados e prefeituras precisam oferecer um transporte p�blico de qualidade aos consumidores que desejam se divertir longe de casa. Em Belo Horizonte, conhecida como a capital dos botecos, o metr� n�o funciona 24 horas por dia, liga regi�es limitadas e os �nibus circulam em escala reduzida durante a madrugada. Conseguir um t�xi, dependendo do hor�rio, tamb�m � um grande desafio. (PHL)


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