Largada para nova corrida do petr�leo

Bras�lia – A Ag�ncia Nacional do Petr�leo, G�s e Biocombust�veis (ANP) inicia hoje o primeiro dos dois dias reservados para os leil�es para conceder novas �reas de explora��o em terra e no mar, marcando a retomada das licita��es do setor, suspensas desde 2008. Por quase cinco anos, a destina��o de novos po�os ficou paralisada em virtude do an�ncio da descoberta das gigantescas jazidas do pr�-sal e das batalhas que se seguiram no Congresso em torno dos projetos para criar marco regulat�rio.

A 11ª rodada da ANP, em sua sede no Rio de Janeiro, come�a �s 9 horas. Conforme o desenvolvimento da disputa pelos blocos, o leil�o pode terminar hoje ou se esticar at� amanh�. Est�o inscritas para o certame 64 empresas, sendo 30 como operadoras para �guas profundas. A ag�ncia reguladora n�o informou, contudo, quantas dessas efetivaram o dep�sito das garantias para participar da disputa dos 289 blocos ofertados. A expectativa do governo � testar o apetite internacional, antes dos pr�ximos leil�es.

Para as licita��es de hoje ser�o aplicadas as mesmas regras das �ltimas 10, que ocorreram de 1999 a 2008. As companhias petrol�feras que preencheram os requisitos da ANP podem concorrer pelo direito de explora��o sozinhas ou em cons�rcios. Caso encontrem petr�leo ou g�s, poder�o produzir e vender livremente os volumes em troca do pagamento de royalties e de uma taxa de manuten��o de contrato.

Nessa segunda-feira, movimentos sociais realizaram protestos em diferentes capitais do pa�s, contr�rios � participa��o de empresas nacionais e estrangeiras nos leil�es. Em Bras�lia, grupo de aproximadamente 800 manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) barrou o acesso de servidores do Minist�rio de Minas e Energia. Eles tomaram a entrada do minist�rio por volta das 5h30. Os mais prejudicados foram os funcion�rios do Minist�rio do Turismo, lotados no mesmo local.

Os integrantes do MST vieram de v�rios estados. Eles bloquearam as duas entradas do pr�dio e garantiram que v�o permanecer no local at� que haja algum tipo de negocia��o com o governo. Seus l�deres consideram que a "privatiza��o dos blocos" render� um ganho superior a mais de R$ 1 trilh�o para as multinacionais e n�o para o governo, como defendem. Os sindicalistas foram recebidos pelo senador Roberto Requi�o (PMDB-PR), que leu uma carta redigida pelo MST, durante reuni�o no Senado, mas sem indicar atendimento aos pedidos.

Contradi��es

O Estado de Minas conversou com algumas fam�lias que decidiram acampar na Esplanada dos Minist�rios. Poucas sabiam o real motivo de estar ali. Muitas acreditavam que o governo havia comprado terras e que ali seriam distribu�das entre elas. “N�o estou sabendo dessa hist�ria de petr�leo n�o”, disse uma mulher, sem se identificar. Ela contou que perdeu a casa na cidade do Trevo, interior do Goi�s, h� um ano devido a alta de um rio pr�ximo do local. “A �gua invadiu tudo e perdemos a nossa casa. Agora estamos esperando ganhar nosso peda�o de ch�o para voltar a plantar”, acrescentou.