
A recupera��o da economia brasileira ficou aqu�m do esperado no primeiro trimestre do ano, com a ind�stria em queda e o consumo estagnado. De janeiro a mar�o o Produto Interno Bruto (PIB) registrou crescimento de 0,6% em rela��o ao quatro trimestre de 2012 e chegou a R$ 1,11 trilh�o em valores correntes, segundo informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). O resultado, apesar de positivo e de representar um avan�o de 1,9% em rela��o ao primeiro trimestre do ano passado e de 1,2% em 12 meses, frustou as expectativas do governo e do mercado financeiro. Em rela��o ao trimestre anterior, os avan�os de 9,7% na agropecu�ria, de 4,6% nos investimentos e de 0,5% no servi�os compensaram o tombo de 0,3% nas f�bricas, a estagna��o dos gastos do governo e o avan�o de apenas 0,1% nas despesas das fam�lias nos tr�s primeiros meses do ano.
J� a presidente da Confedera��o Nacional da Agricultura (CNA), senadora K�tia Abreu (PSD-TO), afirmou que, finalmente, o pa�s resolveu assumir sua voca��o agr�cola e que � isso que ainda est� sustentando o crescimento do PIB nacional. “Durante muito tempo, o pa�s quis se tornar uma China industrial, esquecendo que nossa voca��o � o setor agropecu�rio”, disse ela. Para a CNA, o PIB agropecu�rio deve crescer 9% este ano e gerar uma expans�o entre 4,5% e 5% no agroneg�cio brasileiro como um todo. Em rela��o ao primeiro trimestre de 2012, a agropecu�ria avan�ou 17%, a maior expans�o da s�rie hist�rica, iniciada em 1996.
Melhoria
Os n�meros do PIB no primeiro trimestre evidenciaram o v�nculo cada vez mais estreito entre os investimentos produtivos e o crescimento econ�mico brasileiro. Os investimentos tiveram no in�cio deste ano o melhor resultado trimestral desde o per�odo de janeiro a mar�o de 2010, quando subiu 4,7%.
Economistas avaliam, contudo, que os sinais de rea��o da Forma��o Bruta de Capital Fixo (FBCF) ainda n�o foram suficientemente fortes para confirmar expectativas de um crescimento anual do PIB acima de 3%. As raz�es disso est�o na atividade industrial oscilante, na incerteza que ainda ronda alguns setores e no desdobramento tardio de grandes projetos de infraestrutura. “Os investimentos verificados no come�o do ano ainda n�o apontam uma retomada permanente da economia e tiveram um perfil mais defensivo das empresas, que aproveitaram facilidades de financiamento p�blico para se reequipar”, avaliou Renato Fragelli Cardoso, da Funda��o Getulio Vargas (FGV-RJ).
A FBCF no primeiro trimestre foi de 18,4% do PIB, inferior � taxa de igual per�odo do ano passado (18,7%). Para a gerente do IBGE, Rebeca de La Rocque Palis, a queda se deu pelo crescimento menor dos pre�os dos bens adquiridos em rela��o aos da economia em geral. Paulo Godoy, presidente da Associa��o Brasileira da Infraestrutura e Ind�strias de Base (Abdib), reclamou da dificuldade de os investimentos expandirem de forma significativa. “Para atingir 25%, o pa�s precisaria de investimentos extras de R$ 300 bilh�es ao ano”, informou.
Incentivos
Por avaliar que as condi��es para a retomada do crescimento j� foram criadas, o ministro Guido Mantega foi enf�tico ontem ao negar a possibilidade de o governo recorrer a novos pacotes de est�mulo, como cortes adicionais de impostos e uma nova inje��o de cr�dito nos bancos oficiais. “N�o pretendemos implementar novas medidas de est�mulo”, avisou o ministro. No pronunciamento feito pela manh�, Mantega avisou que o consumo continua sendo importante para o pa�s, mas que esse j� n�o � mais o foco das a��es da pol�tica econ�mica. “O consumo n�o vai ser o carro-chefe do crescimento da economia”, avisou.