O segundo aumento consecutivo nos juros b�sicos do Pa�s pode n�o s� encarecer o custo do cr�dito para os tomadores finais como tamb�m interromper o trajeto de queda gradual do �ndice de inadimpl�ncia, segundo especialistas ouvidos pelo Broadcast, servi�o em tempo real da Ag�ncia Estado. Apesar de ser ben�fica em termos de receitas de ativos que rendem Selic, a eleva��o, de 0,5 ponto porcentual para 8% ao ano, tem potencial para desviar a rota para a estabilidade e, num cen�rio mais pessimista, para uma nova expans�o dos calotes.
Os bancos j� estavam "precificando" uma alta de 0,25 ponto porcentual na Selic com base na curva da taxa de juros futuros. Ao dobrar o aumento, o BC refor�a a necessidade do repasse, j� que a mat�ria-prima dos bancos ficar� mais cara.
De acordo com o diretor corporativo de Controladoria do Ita� Unibanco, Rog�rio Calder�n, diante do aumento dos juros b�sicos toda a economia sobe de patamar e, consequentemente, o consumidor paga mais para ter cr�dito.
"A taxa de juros n�o � a margem de um banco. Ele compra e vende dinheiro. Se a Selic sobe, o banco compra sua mat�ria-prima mais cara e precisa vender a um valor maior", diz ele.
A parte positiva do aumento dos juros para os bancos � uma maior remunera��o de ativos que rendem Selic. Segundo o Departamento Intersindical de Estat�stica e Estudos Socioecon�micos (Dieese), as institui��es financeiras s�o as principais detentoras dos t�tulos p�blicos federais, com 29,5% de participa��o.
Por�m, Calder�n, do Ita�, lembra que um movimento, nem que seja m�nimo, no aumento do n�mero de calotes consome um poss�vel ganho das institui��es com uma maior rentabilidade dos ativos aplicados em t�tulos p�blicos, remunerados pela Selic.