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Estado de Minas

Disparada do d�lar obriga turistas a repensar viagens

Na mesma semana em que Confins inaugura rota direta para Buenos Aires, moeda americana atinge maior patamar em quatro anos e obriga turista a rever or�amento e at� destinos


postado em 03/06/2013 06:00 / atualizado em 03/06/2013 08:53

Marta Vieira e Carolina Mansur *

O repique do d�lar a R$ 2,14, numa semana de surpresas na economia, leva os brasileiros a repensar os custos que tendem a ficar maiores de cruzar as fronteiras do pa�s a passeio, mas as companhias a�reas n�o deixam de investir em novos voos para estimular as viagens internacionais. A Aerol�neas Argentinas fez na madrugada de ontem a decolagem inaugural partindo do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, de Confins, na Grande Belo Horizonte, direto a Buenos Aires, com 60% de assentos vendidos e dura��o de tr�s horas e quinze minutos. O voo di�rio, saindo do terminal � 01h45, em aeronave Embraer, vai oferecer 96 lugares. As passagens est�o sendo vendidas por US$ 199, ida e volta (R$ 425,263 pelo c�mbio de sexta-feira), em bilhetes emitidos at� dia 10, acrescidos de taxas.

Se o c�mbio permitir, a rota Confins/Buenos Aires abrir� a via mais promissora, hoje, do turismo ao estado, segundo o secret�rio de turismo, Agostinho Patr�s Filho, devido ao fato de a Argentina ter assumido o posto de principal pa�s emissor de turistas ao Brasil. Para Minas Gerais, a lista � liderada pelos Estados Unidos, enquanto a na��o latina desfruta de um modesto quarto lugar. “H� um potencial imenso de crescimento do fluxo internacional de turistas ao estado . Conquistamos este e outros voos pelos atrativos que temos e pela hospitalidade dos mineiros”, afirmou Patr�s Filho.

Os planos do governo estadual, no entanto, dependem dos rumos do d�lar. Em setembro do ano passado, quando a moeda norte-americana chegava � casa de R$ 2, o presidente nacional da Associa��o Brasileira de Ag�ncias de Viagem (Abav), com 3 mil empresas filiadas, Ant�nio Azevedo, alertava sobre as consequ�ncias indigestas da valoriza��o cambial sobre as vendas. Na sexta-feira passada, o d�lar atingiu R$ 2,137, cota��o mais alta desde maio de 2009, portanto, h� quatro anos, para a surpresa do Banco Central, que esperava queda influenciada pelo aumento de 7,5% a 8% ao ano da taxa b�sica de juros, a taxa Selic, que remunera os t�tulos do governo no mercado financeiro e serve de refer�ncia para as opera��es nos bancos e no com�rcio.

A eleva��o da moeda americana em 6,3% num intervalo de 60 dias – ante R$ 2,010 em 1º de abril – acendeu o alerta no or�amento que a adovagada Fl�via Cruzeiro Caruba vai come�ar a montar para viagem de 17 dias, em setembro, a San Francisco (EUA). Com as passagens compradas, Fl�via passou a considerar as hip�teses de eliminar roteiros adicionais, como visitas a Nova York e Las Vegas, restringir compras locais e, dependendo do f�lego do d�lar, at� mesmo mudar a data da partida. “Fui seis vezes ao exterior e me acostumei a n�o criar expectativa de baixa do d�lar entre um roteiro e outro”, afirma.

Analistas como Ant�nio Evaristo Teixeira Lanzana, professor da �rea de economia da Funda��o Dom Cabral e coordenador de programas de MBA da Universidade de S�o Paulo (USP), acreditam que o BC dever� intervir esta semana no mercado de compra e venda de d�lar para tentar reverter a subida. “O d�lar est� num momento de corre��o. � pouco prov�vel que a cota��o da moeda caia no futuro, mas acredito que flutuar� perto de R$ 2,10, n�o mais que isso”, afirma. A recomenda��o para a advogada Fl�via Caruba � de que ela compre d�lares aos poucos, evitando deixar a opera��o para as v�speras da viagem. Assim, se beneficiar� de um pre�o m�dio, entre baixas e picos eventuais.

C�mbio x turismo Como moeda vencedora em meio � crise internacional, Ant�nio Lanzana observa que o d�lar sobe no Brasil como no resto do mundo, movimento t�pico da aldeia global em que o planeta se transformou. Como a economia norte-americana d� sinais de recupera��o e as fam�lias est�o menos endividadas, a moeda � mais procurada e se valoriza. No mercado brasileiro, outro motivo de valoriza��o est� na perda das exporta��es que provocam d�ficit no com�rcio com o exterior. A alta do d�lar favorece as vendas externas e melhora o balan�o de pagamentos do pa�s.

Para a Aerol�neas Argentinas, nem mesmo a valoriza��o da moeda norte-americana afetar� os planos para o novo voo saindo de Confins com o in�cio da temporada de inverno, avalia o promotor de vendas da companhia no Brasil, Wilson Campanelli. “Acreditamos que a grande demanda nessa �poca do ano e a novidade de um voo direto v�o superar a instabilidade da moeda”, afirma o executivo. A empresa quer atender, al�m dos mineiros a passeio ou f�rias, os intercambistas que v�o do Brasil para pa�ses da Oceania. No segundo semestre, dever� ser lan�ado outro voo para Buenos Aires, partindo de Bras�lia, e h� perspectivas, tamb�m, de incluir Salvador nas rotas da operadora argentina.

*Rep�rter viajou a Buenos Aires a convite da Aerol�neas Argentinas

Fluxo cresce acima da m�dia

O fluxo de passageiros no embarque e desembarque internacionais no aeroporto de Confins alcan�ou 445,612 mil pessoas no ano passado, representando crescimento de 5,5% frente a 2011, ritmo superior ao da m�dia nacional, de 3,9%, no per�odo comparado, de acordo com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportu�ria (Infraero). Ao todo, passaram por Confins 10,398 milh�es de passageiros em 2012, dos quais 4,28% partindo ou chegando do exterior. No Brasil, 193,119 milh�es transitaram pelos aeroportos, sendo 18,915 milh�es em rotas internacionais.

O voo inaugurado pela Aerol�neas Argentinas � a quinta linha internacional oferecida por Confins, que p�s a cidade no caminho da internacionaliza��o com liga��es diretas a Miami, Lisboa e Panam�. Para dar suporte ao voo a Buenos Aires, a Secretaria de Estado de Turismo receber�, amanh� e quarta-feira, 20 operadores de turismo argentinos e jornalistas especializados em roteiros tur�sticos, que v�o participar de rodadas de neg�cios e conhecer�o roteiros tur�sticos na Grande BH.

O secret�rio de Turismo, Patr�s Filho, afirma que as conex�es do aeroporto com o exterior s�o fundamentais, inclusive, para que o estado se aproveite dos grandes eventos da Copa das Confedera��es e do Mundial de Futebol de 2014. “Estamos trabalhando com outras companhias da Am�rica do Sul e da Europa para trazer novos voos”, diz. Wilson Campanelli, promotor de vendas da Aerol�neas Argentinas no Brasil, disse que a empresa n�o descarta inaugurar um escrit�rio mineiro.

A despeito do d�lar mais alto, as cota��es em reais de pacotes tur�sticos internacionais com valores pr�ximos aos de passeios no Brasil � que levaram Terezinha e Perp�tua Girundi a optarem pela viagem a Buenos Aires na madrugada de ontem. “Cotamos pacotes e os pre�os estavam bem pr�ximos das viagens para o Nordeste, que era a nossa primeira op��o”, conta a sobrinha Maria Aparecida Girundi, que integrou grupo de sete pessoas da mesma fam�lia no voo inaugural da rota. O pr�ximo destino ser� Portugal.

Para o casal Paula Pompei e Cl�udio Roberto Fernandes, que mora em Tim�teo, no Vale do A�o mineiro, pesou na decis�o pela viagem o voo mais curto para aproveitar o passeio. “Para quem mora no interior, reduzir as escalas � uma grande vantagem”, afirma. (MV e CM) 


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