Bras�lia – Com cerca de 70% da sua gera��o de energia ainda de origem hidr�ulica, o pa�s precisou recorrer a energias n�o renov�veis para evitar o retorno do racionamento em raz�o da longa estiagem de 2012. Mas essa realidade, aliada � tend�ncia de ampliar a oferta ao sistema interligado de eletricidade mediante fontes variadas e a pre�os competitivos, est� impulsionando tanto projetos "verdes" de usinas e�licas (ventos) e solares quanto os que ressuscitam o at� ent�o isolado carv�o mineral explorado nas minas da Regi�o Sul. Depois de sujar a matriz energ�tica, considerada a mais limpa do planeta, com o emprego intensivo de usinas t�rmicas a g�s, a �leo e carv�o, o pa�s ficou mais abertos � concorr�ncia de energ�ticos.
"Todos os pa�ses do mundo buscam diversificar a sua gera��o para refor�ar a seguran�a de suprimento energ�tico e melhorar custos. Os pa�ses europeus, por exemplo, sempre foram muito dependentes do g�s e carv�o e investem pesado em usinas movidas pelos ventos, pelas �guas e pela energia nuclear", explica Mathias Becker, presidente da Renova Energia, operadora de grandes parques e�licos no pa�s. Para ele, o mercado brasileiro tamb�m foi for�ado a encarar esse desafio, em raz�o dos recentes e longos per�odos de seca.
A energia e�lica j� � a segunda fonte mais competitiva do pa�s, superada apenas pela hidreletricidade. Se o n�vel de contrata��o ficar na casa do 2 gigawatts de parques ao ano, a tend�ncia � de que a cadeia produtiva continue se consolidando no Brasil. "Em meio a um ambiente cada vez mais competitivo, os investidores que apostarem no ganho de escala ter�o mais chance de garantir sua lucratividade, apesar da press�o atual dos custos", sublinha Becker.
Enquanto isso, a Enel Green Power (EGP) iniciou a constru��o de tr�s novos parques e�licos nos estados da Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte, um investimento de
R$ 330 milh�es, al�m de estar pr�xima de concluir outros tr�s. Para evitar constrangimentos como os assistidos com a falta de linhas de transmiss�o para aproveitar gera��o e�lico em atividade h� um ano na Bahia, a Empresa de Pesquisa Energ�tica (EPE) encaminhou recentemente ao Minist�rio de Minas e Energia estudos de transmiss�o que permitir�o a contrata��o de parques nos pr�ximos anos.
Em Minas, s�o a Renova Energia, bra�o da Companhia Energ�tica de Minas Gerais (Cemig) na �rea de fontes renov�veis, e a GE Energy que desenvolvem projetos em energia e�lica nas regi�es Noroeste e Central.
O esperado leil�o do governo para a energia solar n�o ocorreu no ano passado, mas isso n�o desanimou empresas do ramo que aguardam ansiosamente para efetivamente entrar no mercado. Apesar de o pa�s ter um dos maiores potenciais de gera��o solar do mundo, essa fonte limpa tem presen�a praticamente nula na matriz energ�tica. Para piorar esse disparate, o uso intensivo de usinas t�rmicas, altamente poluentes, est� encarecendo as contas de luz ao longo deste ano at� o pr�ximo.
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