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Estado de Minas

Iveco inaugura hoje f�brica de ve�culos blindados e de guerra em Sete Lagoas

Empresa tem planos para exportar e ampliar mix de produtos produzidos


postado em 13/06/2013 06:00 / atualizado em 13/06/2013 07:19

Unidade em Minas terá produção do Guarani para o Exército brasileiro(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)
Unidade em Minas ter� produ��o do Guarani para o Ex�rcito brasileiro (foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)

Express�es comuns nas grandes empresas do Norte da It�lia, scafo, mascherone, aviamento e finizione se transformaram numa esp�cie de segunda l�ngua dos brasileiros nos corredores da nova f�brica de ve�culos de defesa que a Iveco, bra�o do grupo Fiat conhecido no Brasil por fabricar comerciais leves e caminh�es, inaugura hoje em Sete Lagoas, na Regi�o Central de Minas Gerais. A unidade industrial de �ltima gera��o, primeira do g�nero instalada fora da Europa, j� nasce com �rea destinada a expans�o, para abrigar novas linhas de produ��o do blindado Guarani, encomenda do Ex�rcito em substitui��o ao Urutu, e outros equipamentos europeus que entraram no planejamento da montadora para produ��o local.


O presidente da Fiat industrial para a Am�rica Latina, Marco Mazzu, confirmou, em entrevista ao Estado de Minas, que al�m do governo da Argentina, o Chile e a Col�mbia oficializaram o interesse na importa��o do anf�bio Guarani, com 7 metros de comprimento, capacidade de carga de 20,5 toneladas e seis rodas com tra��o para transporte de 11 passageiros. A f�brica mineira foi preparada para funcionar como uma plataforma de exporta��o da Iveco no subcontinente, fortalecendo a posi��o da empresa num mercado que fatura cerca de US$ 80 bilh�es por ano no mundo, de acordo com estimativas dos fabricantes.

“Estamos numa fase de manifesta��o de interesse e consequentemente de avalia��o de produto. A princ�pio, olhamos para a Am�rica Latina pela proximidade em todos os sentidos”, afirma Marco Mazzu. Para iniciar as exporta��es, a Iveco ainda depende da homologa��o do Guarani pelo Ex�rcito brasileiro, esperada para, no mais tardar, at� o terceiro trimestre. Das instala��es de Sete Lagoas, que incorporaram ares das plantas italianas de Bolzano e Vittorio Veneto, onde foram treinados soldadores de elite contratados em Minas, os primeiros 12 Guaranis j� foram entregues, como parte de um contrato no valor de R$ 246 milh�es para fornecimento de 86 blindados at� meados de 2014.

O contrato com o Exército permitiu que a Iveco se preparasse para transformar o Guarani em base de uma família de blindados médios de rodas que pode surgir em Sete Lagoas(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)
O contrato com o Ex�rcito permitiu que a Iveco se preparasse para transformar o Guarani em base de uma fam�lia de blindados m�dios de rodas que pode surgir em Sete Lagoas (foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)

Entre a gama de ve�culos de defesa que a Iveco mira, Marco Mazzu considera a possibilidade de fabrica��o em Minas do caminh�o de transporte Trakker, vers�o italiana, que faz parte da fam�lia do ve�culo de aplica��o civil, fora de estrada, j� produzido em Sete Lagoas. “Seguramente, a produ��o local facilita e tem sinergias que podem ser aproveitadas”, diz. O projeto de fabrica��o local tem ganhos, inclusive, no cumprimento de metas de nacionaliza��o de conte�do no Brasil.

Outra possibilidade que a Iveco v� � produzir na nova unidade o jipe europeu LMV, usado em campanhas e miss�es de paz. Nos �ltimos anos, a companhia vendeu mais de 4 mil unidades do ve�culo em 10 pa�ses do continente. O Ex�rcito informou, recentemente, que v� boas perspectivas de exporta��o do Guarani. Com investimentos de R$ 55 milh�es, a f�brica mineira tem capacidade para produzir 115 ve�culos por ano e pode chegar a 200 exemplares anuais a partir de expans�es.

O contrato com o Ex�rcito permitiu que a Iveco se preparasse para transformar o Guarani em base de uma fam�lia de blindados m�dios de rodas que pode surgir em Sete Lagoas. A unidade tem compet�ncia para produzir mais 10 vers�es, incluindo ve�culos de reconhecimento, socorro, comando, comunica��es, oficina e ambul�ncia.

Mercado de defesa
A demanda mundial por equipamentos de defesa e seguran�a tem crescido no mundo, na propor��o da disputa dos fabricantes. N�o foi por outro motivo, segundo Marco Mazzu, que a Iveco construiu em Sete Lagoas uma f�brica com tecnologia moderna e o conhecimento mais avan�ado dispon�vel no setor. “Diria que o tema da defesa e da prote��o das tropas ganha import�ncia no mundo, principalmente com a evolu��o das miss�es de paz e humanit�rias”, afirma o presidente da Fiat Industrial.

A edi��o deste ano da Feira Internacional de Defesa e Seguran�a (Laad), realizada em abril no Rio de Janeiro, deu mostras do cen�rio promissor. Ao lado de empresas das tradicionais na��es fornecedoras do setor – Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Fran�a, Israel, It�lia e Espanha – o evento reuniu fabricantes novatos do Canad�, Chile, �frica do Sul, Emirados �rabes e Austr�lia. Expositores de 40 pa�ses mostram seus produtos ao Brasil, entre eles ve�culos a�reos n�o tripulados, equipamentos de monitoramento e vigil�ncia empregados em grandes eventos.

PASSO A PASSO DO GUARANI

A primeira f�brica de ve�culos de defesa da Iveco fora da Europa ocupa 30 mil metros quadrados em Sete Lagoas, em �rea do complexo da montadora, dos quais 18 mil metros quadrados constru�dos. O EM teve acesso � produ��o do blindado Guarani, que demanda 2.500 horas de trabalho, cerca de tr�s meses, em m�dia, entre o nascimento e o acabamento do ve�culo. Ele � movido a diesel ou querosene de avi�o. N�o h� rob�s na produ��o. Confira os passos da montagem:

1) DO ALMOXARIFADO PARA A FUNILARIA

O a�o blindado, produzido na Alemanha, � importado na forma de chapas, que no Brasil passam pelo processo de corte e dobra na dimens�o das pe�as. Elas chegam � f�brica e come�am a tomar forma na �rea de funilaria, onde � feita a etapa da soldagem. O passo inicial � preparar a carca�a, com soldagem do teto, assoalho, laterais do ve�culo, paredes frontal e superior, rampa e caixas de rodas. Os grupos de pe�as s�o montados em 20 boxes. O comprimento � de 7 metros, a largura de 2,70 metros e a altura de 2,40 metros.

2) SOLDAGEM DA CARCA�A

A solda em a�o bal�stico � superespecializada. Os 50 soldadores contratados pela Iveco foram treinados durante quase um ano em f�bricas da companhia na Europa. Montar a carca�a � como encaixar um quebra-cabe�a. As pe�as maiores s�o feitas ao lado dos cascos dos ve�culos para reduzir a necessidade de movimenta��o delas na f�brica, com apoio de pontes rolantes e carrinhos transportadores. A primeira pe�a a ser montada � o assoalho e a �ltima o teto. O mascherone funciona como gabarito da carca�a, onde ela � encaixada. Cada grupo de cinco pessoas trabalha na montagem de uma carca�a nas ilhas de soldagem.

3) PINTURA

Depois de a carca�a ser lavada para limpeza de sujeira e oxida��o eventual, vai para as cabines de pintura. Inicialmente, uma camada de tinta serve como base para que, em seguida, seja aplicada uma segunda camada de prote��o bal�stica. A pintura da camuflagem s� � feita no fim do processo, depois dos testes e ajustes finais. O teto recebe uma camada antiderrapante. O ve�culo transporta motorista, comandante da tropa, atirador e mais oito militares.

4) LINHA DE MONTAGEM E TESTES

Como o pr�prio nome diz, � uma sequ�ncia de esta��es de trabalho, onde s�o encaixados carca�a e chassi, motor, caixa de c�mbio, reservat�rios de ar, tampa de combust�veis, fios, tubos, bombas hidr�ulicas, centrais eletr�nicas, suporte de bancos fixados no teto e unidos sempre acima do piso do carro, rodas, pneus, torre ou casulo, que abriga o atirador e as armas, sirene e sistema anti-inc�ndio. O passo seguinte s�o os testes em pista, de supera��o de rampa, de navega��o e de dirigibilidade.

5) ACABAMENTO

Depois de testado, o ve�culo passa por confer�ncia final e �ltimos ajustes. � o Ex�rcito que insere as armas no ve�culo. O Guarani � lavado com �gua quente, para retirada de sujeira e res�duo eventual de �leo. Nessa fase, o ve�culo � equipado com ferramentas e pe�as de reposi��o. Passa, ent�o, por retoques e recebe a camada de pintura da camuflagem. Da f�brica, o ve�culo � transportado em carretas do tipo prancha. 


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