O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse, nesta quinta-feira, que a infla��o, que em maio atingiu o teto da meta no acumulado de 12 meses, 6,5%, n�o est� fora de controle e pode ser controlada com "relativa facilidade". Para isso, defendeu que a pol�tica monet�ria de aumento na taxa de juros, que passou de 7,5% para 8% ao ano na �ltima reuni�o do Comit� de Pol�tica Econ�mica (Copom), n�o � suficiente. "Tem de ser uma combina��o da pol�tica monet�ria, com a taxa de juros, com uma pol�tica fiscal. Tem de ser uma combina��o das duas", afirmou.
Para o ex-presidente, fazer essa pol�tica fiscal n�o significa editar no Brasil pol�ticas semelhantes �s utilizadas na Europa para conter a crise, que prop�e uma austeridade fiscal que pode barrar investimentos p�blicos. "Claro que um pa�s como o Brasil vai ter sempre algum d�ficit, simplesmente tem de ter transpar�ncia. Faz o d�ficit para qu�? Tem de explicar. Por exemplo, essa pol�tica de favorecer grandes empresas nacionais justifica-se em momentos excepcionais, em casos excepcionais, como regra n�o", afirmou.
Segundo FHC, para unir essas pol�ticas basta que o governo tome a decis�o de faz�-las. "Esse governo n�o parece ter essa decis�o. Talvez seja obrigado pelas circunst�ncias".
Para o ex-presidente, a afirma��o do economista Delfim Netto, de que h� uma "esculhamba��o" nas contas p�blicas e de que deve haver austeridade por parte do governo para "recuperar a credibilidade", est� correta. "Acho que � isso mesmo (esculhamba��o). Por causa da falta de cren�a nas contas p�blicas (do governo) e por causa da maquiagem que est� sendo feita. No caso, eles n�o s�o transparentes com o que fazem. Est�o usando o tesouro demais para financiar o BNDES e ele passar depois para o setor privado (o dinheiro)", disse.
Indagado sobre os boatos de uma poss�vel sa�da do ministro Guido Mantega da Fazenda, FHC preferiu n�o comentar. "Isso � problema da Dilma (Rousseff, presidente da Rep�blica)".