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Estado de Minas

D�lar desaparece em Belo Horizonte

Cota��o da moeda dos EUA recua, mas no mercado paralelo da capital falta papel. Alta assusta turistas de partida e os que retornaram ao pa�s


postado em 14/06/2013 06:00 / atualizado em 14/06/2013 07:18

No primeiro dia de al�vio no mercado em duas semanas, o d�lar fechou em queda ontem, de 0,46%, cotado a R$ 2,128. O movimento ocorre um dia depois de o governo retirar mais uma barreira para a entrada de moedas no pa�s, com a isen��o da al�quota do Imposto sobre Opera��es Financeiras (IOF) sobre os derivativos cambiais, que era de 1%. Mas se houve tr�gua no mercado financeiro ela ainda n�o significa al�vio para turistas que v�o viajar em julho, porque a moeda dos EUA simplesmente sumiu no mercado paralelo de Belo Horizonte, onde chega a ser vendida por R$ 2,30. J� os que retornam de viagem ao exterior est�o se assustando com a fatura do cart�o de cr�dito


Indicador econ�mico extra-oficial, o mercado paralelo est� enfrentando uma escassez de d�lares justamente na �poca em que a demandado no setor cresce motivada pelas f�rias de julho. O sumi�o da moeda americana tem reduzido o ritmo dos neg�cios de compra e venda, j� que a divisa dispon�vel tem sido insuficiente para atender a demanda. A disparada da moeda americana, que ontem fechou em US$ 2,13, mas chegou a superar o patamar de abril de 2009 (quando atingiu R$ 2,18), est� levando os fornecedores a reterem a divisa na expectativa de novas altas. A cota��o do d�lar paralelo operou ontem a R$ 2,25 chegando a R$ 2,30 para venda e a R$ 2,20 para compra.

Operadores do mercado afirmam que h� 10 anos n�o viam tamanho, escassez e revelaram que est�o com estoques vazios. “A demanda na �ltima semana cresceu 10%, mas os fornecedores est�o sem a mercadoria”, diz um operador, que durante a semana tentava recompor seus estoques com a compra da moeda, sem resposta de seus fornecedores.

"E l� vou usar s� cart�o de d�bito. N�o compro mais com cart�o de cr�dito, pois a taxa de 6% do IOF faz diferen�a grande no fim das contas. Vai ser s� no caso de emerg�ncia mesmo" Solange Raso, artista pl�tica que viaja domingo para os EUA (foto: juarez rodrigues/em/d.a press)
 Por outro lado, os consumidores que embarcam para o exterior nos pr�ximos dias ou retornaram h� pouco tempo e aguardam a fatura do cart�o de cr�dito est�o apreensivos com a alta da moeda norte-americana nos �ltimos dias. A artista pl�stica Solange Raso tentou adiar a compra de d�lares, � espera de baixa. Mas n�o teve jeito. Ela embarca com o marido a passeio no domingo para os Estados Unidos (Las Vegas, Miami e Nova York), onde vai ficar por 15 dias. O casal deve levar US$ 6 mil. “E l� vou usar s� cart�o de d�bito. N�o compro mais com cart�o de cr�dito, pois a taxa de 6% do IOF faz diferen�a grande no fim das contas. Vai ser s� no caso de emerg�ncia mesmo”, afirma Solange.

A sua passagem a�rea foi comprada h� 20 dias. Ela pagou cerca de R$ 2,23 pelo d�lar. “O hotel ainda n�o paguei, vai custar mais caro”, diz. Solange costuma viajar com frequ�ncia para fora do pa�s. Ela j� foi duas vezes para Nova York neste ano e em agosto j� tem viagem marcada para o Chile, em esta��o de esqui. “Mas se esse d�lar n�o melhorar, pode ser que eu passe a viajar menos”, admite.

A advogada Val�ria Oliveira Silva e Lima passou 18 dias no Marrocos, Espanha e Portugal com o namorado e uma amiga. Ela voltou no in�cio deste m�s e agora aguarda a pior parte: as faturas dos cart�es de cr�dito. No total, ela estima ter desembolsado US$ 3 mil nas compras l� fora, com gastos com roupas, restaurantes e ingressos. “Estou apreensiva, pois o d�lar pode subir ainda mais. Fizemos um projeto financeiro e essa oscila��o pode comprometer o or�amento”, diz.

O administrador de empresas Mateus Gontijo foi para a Col�mbia no feriado de Corpus Christi e comprou roupas, objetos de arte e brinquedos de cole��o no cart�o de cr�dito. Ele estima ter gasto cerca de US$ 1,5 mil. A fatura deve chegar hoje. “Ainda n�o sei o valor que cobraram pelo d�lar, pois est�o mandando muito em cima da hora a fatura”, diz.

A maior procura por moeda estrangeira nesta �poca foi exatamente o que motivou o sumi�o das verdinhas em BH. “O d�lar est� apertado, mas o mercado para o euro tamb�m est� muito escasso. Houve muita sa�da da moeda do pa�s, sem a entrada na mesma propor��o”, comentou outro negociante da capital. Segundo ele, al�m da procura maior, quem est� com o dinheiro prefere segurar o papel � espera de uma valoriza��o maior.

Esfor�o oficial

A expectativa � de que a retirada do IOF sobre as opera��es com derivativos de c�mbio alivie a press�o. Essa foi a segunda medida cambial em menos de dez dias para tentar conter a alta do d�lar. Na semana passada, o governo havia zerado o IOF para a entrada de capital estrangeiro para aplica��o em renda fixa, antes taxada em 6%. Na quarta-feira, a divisa fechou em R$ 2,15, maior cota��o desde abril de 2009. Nem mesmo as interven��es do Banco Central (BC), que injetou US$ 6,6 bilh�es em seis leil�es realizados desde o dia 31 de maio, surtiram efeito. “O mercado n�o foi muito vendedor pela manh�, o que s� ocorreu com mais intensidade � tarde. Isso porque foi um movimento mundial, a moeda norte-americana perdeu valor frente a v�rias moedas hoje (ontem)”, afirmou Fl�vio Serrano, economista do Espirito Santo Investment Bank.


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