No primeiro dia de al�vio no mercado em duas semanas, o d�lar fechou em queda ontem, de 0,46%, cotado a R$ 2,128. O movimento ocorre um dia depois de o governo retirar mais uma barreira para a entrada de moedas no pa�s, com a isen��o da al�quota do Imposto sobre Opera��es Financeiras (IOF) sobre os derivativos cambiais, que era de 1%. Mas se houve tr�gua no mercado financeiro ela ainda n�o significa al�vio para turistas que v�o viajar em julho, porque a moeda dos EUA simplesmente sumiu no mercado paralelo de Belo Horizonte, onde chega a ser vendida por R$ 2,30. J� os que retornam de viagem ao exterior est�o se assustando com a fatura do cart�o de cr�dito
Indicador econ�mico extra-oficial, o mercado paralelo est� enfrentando uma escassez de d�lares justamente na �poca em que a demandado no setor cresce motivada pelas f�rias de julho. O sumi�o da moeda americana tem reduzido o ritmo dos neg�cios de compra e venda, j� que a divisa dispon�vel tem sido insuficiente para atender a demanda. A disparada da moeda americana, que ontem fechou em US$ 2,13, mas chegou a superar o patamar de abril de 2009 (quando atingiu R$ 2,18), est� levando os fornecedores a reterem a divisa na expectativa de novas altas. A cota��o do d�lar paralelo operou ontem a R$ 2,25 chegando a R$ 2,30 para venda e a R$ 2,20 para compra.
Operadores do mercado afirmam que h� 10 anos n�o viam tamanho, escassez e revelaram que est�o com estoques vazios. “A demanda na �ltima semana cresceu 10%, mas os fornecedores est�o sem a mercadoria”, diz um operador, que durante a semana tentava recompor seus estoques com a compra da moeda, sem resposta de seus fornecedores.

A sua passagem a�rea foi comprada h� 20 dias. Ela pagou cerca de R$ 2,23 pelo d�lar. “O hotel ainda n�o paguei, vai custar mais caro”, diz. Solange costuma viajar com frequ�ncia para fora do pa�s. Ela j� foi duas vezes para Nova York neste ano e em agosto j� tem viagem marcada para o Chile, em esta��o de esqui. “Mas se esse d�lar n�o melhorar, pode ser que eu passe a viajar menos”, admite.
A advogada Val�ria Oliveira Silva e Lima passou 18 dias no Marrocos, Espanha e Portugal com o namorado e uma amiga. Ela voltou no in�cio deste m�s e agora aguarda a pior parte: as faturas dos cart�es de cr�dito. No total, ela estima ter desembolsado US$ 3 mil nas compras l� fora, com gastos com roupas, restaurantes e ingressos. “Estou apreensiva, pois o d�lar pode subir ainda mais. Fizemos um projeto financeiro e essa oscila��o pode comprometer o or�amento”, diz.
O administrador de empresas Mateus Gontijo foi para a Col�mbia no feriado de Corpus Christi e comprou roupas, objetos de arte e brinquedos de cole��o no cart�o de cr�dito. Ele estima ter gasto cerca de US$ 1,5 mil. A fatura deve chegar hoje. “Ainda n�o sei o valor que cobraram pelo d�lar, pois est�o mandando muito em cima da hora a fatura”, diz.
A maior procura por moeda estrangeira nesta �poca foi exatamente o que motivou o sumi�o das verdinhas em BH. “O d�lar est� apertado, mas o mercado para o euro tamb�m est� muito escasso. Houve muita sa�da da moeda do pa�s, sem a entrada na mesma propor��o”, comentou outro negociante da capital. Segundo ele, al�m da procura maior, quem est� com o dinheiro prefere segurar o papel � espera de uma valoriza��o maior.
Esfor�o oficial
A expectativa � de que a retirada do IOF sobre as opera��es com derivativos de c�mbio alivie a press�o. Essa foi a segunda medida cambial em menos de dez dias para tentar conter a alta do d�lar. Na semana passada, o governo havia zerado o IOF para a entrada de capital estrangeiro para aplica��o em renda fixa, antes taxada em 6%. Na quarta-feira, a divisa fechou em R$ 2,15, maior cota��o desde abril de 2009. Nem mesmo as interven��es do Banco Central (BC), que injetou US$ 6,6 bilh�es em seis leil�es realizados desde o dia 31 de maio, surtiram efeito. “O mercado n�o foi muito vendedor pela manh�, o que s� ocorreu com mais intensidade � tarde. Isso porque foi um movimento mundial, a moeda norte-americana perdeu valor frente a v�rias moedas hoje (ontem)”, afirmou Fl�vio Serrano, economista do Espirito Santo Investment Bank.