
O pre�o de alguns produtos subiu bem mais do que a infla��o brasileira nos �ltimos 12 meses, encerrados em maio, que ficou em 6,5%, segundo o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). O de uma marca de achacolatado (embalagem de 200ml), por exemplo, disparou 34,34%, de R$ 0,99 para R$ 1,33. A disparidade fica ainda maior quando confrontados o aumento das mercadorias, entre mar�o e junho, e a infla��o no acumulado do ano (janeiro a maio). O IPCA, por exemplo, ficou em 2,88%.
J� o valor m�dio de uma marca de leite condensado saltou 25,26%, de R$ 1,94 para R$ 2,43. O de um leite integral, por sua vez, avan�ou 13,37%, de R$ 2,02 para R$ 2,29. Adriana, a balconista que se assustou com as disparadas do leite e derivados, quer saber o que gerou os aumentos. Com quatro palavras, Pierre Vilela, coordenador da assessoria t�cnica da Federa��o da Agricultura e Pecu�ria de Minas Gerais (Faemg), esclarece as altas: “Houve antecipa��o da entressafra”.
Ele detalha a explica��o: “Tivemos um ver�o conturbado, com falta de chuvas. Os pastos est�o acabando mais rapidamente do que em rela��o ao ano passado. Dessa forma, o per�odo mais grave, que seria a partir de agosto ou setembro, foi antecipado. A ind�stria j� reajustou os pre�os desde abril. Agora, est� repassando para o varejo. A tend�ncia � de que tenhamos uma entressafra pior do que a do ano passado, principalmente do ‘meio-centro’ do estado para cima, como nas regi�es Centro-Oeste, Alto Parana�ba e Noroeste, importantes bacias leiteiras”.
Assim como Adriana, a dona de casa M�rcia Cristina Santos sentiu no bolso os �ltimos reajustes do leite e derivados. M�e de Alice, uma adolescente de 12 anos, ela reduziu a compra de iorgutes, um dos principais alimentos da menina. Para se ter ideia, o pre�o de uma marca que negocia uma unidade com 180 gramas do produto subiu 8,73%, de R$ 1,26 para R$ 1,37. “Comecei a comprar mais frutas, principalmente as de �poca. Foi a f�rmula que encontrei para n�o gastar muito com iorgutes. O pre�o do queijo tamb�m subiu bem”, percebeu a dona de casa.

Segundo a pesquisa do Mercado Mineiro, o pre�o de uma marca de queijo minas (500 gramas) passou de R$ 15,42 para R$ 15,97. A alta, de 3,57%, pode parecer pequena, mas est� acima da infla��o no acumulado do ano (2,88%). O vendedor de queijos Ant�nio Danelon Grilo diz que, em seu com�rcio, ele “far� de tudo para manter os pre�os como est�o”. Mas faz uma ressalva: “A gente segura os pre�os at� onde d� para segurar, pois a margem de lucro j� � pequena”.
Apesar de a falta de chuva ter gerado o aumento no pre�o do leite e derivados consumidos em Belo Horizonte, quem estiver disposto a gastar boas solas de sapato pode pagar muito mais barato em v�rios produtos. H� casos em que o pre�o entre os estabelecimentos varia em tr�s d�gitos. � o caso de uma marca de creme de um chocolate branco, cuja embalagem � de 220 gramas.
Os valores variam 109,24%, de R$ 2,38 para R$ 4,98. J� o pre�o do iorgute, que a filha da dona de casa M�rcia Cristina tanto gosta pode ser encontrado de R$ 2,48 a R$ 4,95 – diferen�a de 99,6%. Embora os pre�os variem muito, algumas considera��es precisam ser levadas em conta, como enfatiza o diretor-executivo do Mercado Mineiro, Feliciano Abreu.
Uma delas � sobre o prazo de validade dos produtos, o que n�o foi levado em conta pelos pesquisadores: “� comum estabelecimentos reduzirem o pre�o da mercadoria cujo prazo de validade esteja chegando ao fim. � uma medida para que o supermercado, por exemplo, n�o perca a venda daquele produto”. A pesquisa completa pode ser conferida no site www.mercadomineiro.com.br.