
O objetivo do governo � lan�ar este ano o edital disponibilizando recursos da Fapemig, informou a presidente do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas (Indi), M�nica Cordeiro. Temas como a geologia e a particularidade da produ��o de g�s do tipo n�o convencional – encontrado em rochas de baixa porosidade – j� foram identificados como alvo dos projetos de desenvolvimento tecnol�gico a ser financiados. O trabalho une as pontas representadas pelas necessidades das empresas para produzir o insumo e os pesquisadores das universidades que t�m tradi��o em especialidades ligadas � minera��o, como a geologia, engenharias de minas e qu�mica.
O in�cio da produ��o de g�s em Minas est� sendo aguardado para 2014, mesmo que numa fase experimental. Al�m do pioneiro cons�rcio Cebasf, que descobriu o insumo em Morada Nova de Minas, distante 280 quil�metros de Belo Horizonte, pesquisam na �rea mineira da Bacia do S�o Francisco a Petra Energia, Cisco, Shell e a Companhia Energ�tica de Minas Gerais (Cemig). H� estimativas de que os investimentos na pesquisa e perfura��o de po�os possam ter passado de R$ 400 milh�es.
A Secretaria de Estado de Ci�ncia, Tecnologia e Ensino Superior est� reunindo e sistematizando as sugest�es das empresas e de universidades, a exemplo da Ufop, de Ouro Preto; UFMG, Universidade Federal de Uberl�ndia e Unimontes, de Montes Claros, no Norte de Minas, para financiar projetos de desenvolvimento tecnol�gico aplicado � explora��o e produ��o do g�s. “Perseguimos o objetivo de criar um centro de refer�ncia em Minas e ele j� nasce da especializa��o dos pesquisadores das nossas universidades. � parte do trabalho para dar suporte �s empresas”, afirma M�nica Cordeiro.
No mesmo contexto, junho dever� marcar a segunda rodada de debate do governo com as empresas para formata��o de regras estaduais prevendo op��es para as empresas n�o ficarem limitadas a vender o insumo para a Companhia de G�s de Minas Gerais (Gasmig), �nica distribuidora em atividade no estado. “A resolu��o est� na etapa de recebimento de coment�rios de associa��es de grandes consumidores, de especialistas na �rea de regulamenta��o, de universidades, operadores e da Gasmig”, diz a presidente do Indi.
MAIS INVESTIMENTOS O Cebasf j� se prepara para produzir g�s a partir do ano que vem. Segundo Frederico Macedo, presidente do cons�rcio formado pelas empresas Orteng, Delp e Imetame e pela Companhia de Desenvolvimento Econ�mico de Minas Gerais (Codemig), neste segundo semestre ser�o contratados os servi�os da fase mais refinada de medi��o da vaz�o do po�o pioneiro no chamado bloco explorat�rio 132, que permitir� a obten��o do g�s.
“O trabalho � essencial para definirmos a produ��o para 2014”, afirma Macedo. Os s�cios do Cebasf est�o fazendo estudos de impacto ambiental para apresentar o pedido de licenciamento de outro po�o pr�ximo a Morada Nova de Minas e analisam os dados de levantamento s�smico feito na �rea no ano passado. As novas pesquisas do cons�rcio est�o sendo realizadas em regi�o abrangida pelos munic�pios de Tr�s Marias, S�o Gon�alo do Abaet�, Buritizeiro e Jo�o Pinheiro.
Mercado de olho nos leil�es
A 11ª rodada de licita��o de blocos explorat�rios de petr�leo, realizada em maio, depois de um jejum de cinco anos, estimula n�o s� investidores, como tamb�m fornecedores, que viram no leil�o o sinal para novas rodadas, inclusive mais amplas. � como se fosse a semente de um novo ciclo, avalia Roberta Vasconcelos, gerente executiva comercial do grupo mineiro Georadar, especializado na presta��o de servi�os onshore (em terra) e offshore (em mar) de levantamentos geof�sicos, diagn�sticos geot�cnicos, an�lises laboratoriais, afretamento e apoio mar�timo para a ind�stria petrol�fera e mineral.
Os resultados da rodada do m�s passado surpreenderam, com a arrecada��o de R$ 2,82 bilh�es em b�nus de assinatura, valores que as empresas t�m de pagar ao assinar os contratos de concess�o. A cifra foi superior em R$ 283 milh�es ao recorde das rodadas anteriores, em 2009, de acordo com a Ag�ncia Nacional do Petr�leo, G�s Natural e Biocombust�veis (ANP). Foram licitados 142 dos 289 blocos ofertados, garantindo investimentos m�nimos de R$ 7 bilh�es na fase de explora��o, ainda com base em estimativas oficiais.
Para Roberta Vasconcelos, do Grupo Georadar, os reflexos do leil�o come�ar�o a ser sentidos em 2014. “O mercado j� se movimenta num ritmo diferente. Fomos consultados sobre presta��o de servi�os por diversas empresas antes da 11ª rodada”, afirma. O interesse de sete empresas estreantes pode significar mais disputa de pre�os e investimentos. A percep��o � a mesma do advogado Leonardo Guimar�es, do escrit�rio Guimar�es e Vieira de Mello Advogados, de Belo Horizonte, que representa fundos internacionais de origem russa com interesse em investir no Brasil.
Guimar�es vai apresentar em Moscou, em 17 de julho, as oportunidades em solo brasileiro oferecidas pelo setor de petr�leo e g�s. Ser� uma esp�cie de roadshow que o advogado j� mostrou em pa�ses da Europa. “Falta divulga��o das oportunidades de investimento no Brasil e o pa�s precisa abrir um caminho de multilateralidade com o exterior”, destaca. (MV)
G�s de angola no Brasil
A Petrobras informou ontem ter conclu�do a compra do primeiro carregamento de g�s natural liquefeito (GNL) de Angola, opera��o que, de acordo com a estatal, confere maior flexibilidade e seguran�a ao suprimento da fonte de energia no pa�s. O fornecimento � da Sonangol, empresa estatal angolana, alcan�ando 160 mil metros c�bicos de GNL, volume equivalente a 96 milh�es de metros c�bicos de g�s natural. A carga saiu do Porto de Soyo, no domingo, em navio tanque. Segundo a Petrobras, o neg�cio amplia as fronteiras da produ��o e transporte de g�s natural por longas dist�ncias e torna esse mercado mais din�mico.