Os pre�os agr�colas no atacado preocupam para al�m da soja, cuja acelera��o foi destaque na segunda pr�via do �ndice Geral de Pre�os - Mercado (IGP-M) deste m�s, divulgada nesta ter�a-feira, 18, pela Funda��o Getulio Vargas (FGV). Na avalia��o do superintendente adjunto de Infla��o do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), Salom�o Quadros, embora itens como arroz, milho, leite, trigo e mandioca pesem menos na composi��o do IPA-M, �ndice componente que mede o atacado, eles chegam mais r�pido ao consumidor.
"Houve uma acelera��o muito r�pida nas mat�rias-primas agr�colas. Isso vai chegar ao IPC", afirmou Quadros. Por causa de seu peso no c�lculo do �ndice, a soja foi a principal respons�vel pela acelera��o do IPA-M, que passou de uma defla��o de 0,20% na segunda pr�via de maio, para uma infla��o de 0,60% na pr�via anunciada nesta ter�a-feira.
Puxado pelo IPA-M, a segunda pr�via do IGP-M de junho ficou em 0 74%, acima da taxa de 0,01% registrada na segunda pr�via de maio e acima tamb�m das estimativas de analistas. A soja em gr�o, no IPA-M, passou de alta de 1,94% na segunda pr�via de maio para 9 83%, agora. "A soja tem o maior impacto num�rico, mas a novidade � que houve acelera��o em outras mat�rias-primas agr�colas importantes para o IPC", explicou Quadros.
Os efeitos no IPC-M, componente que mede os pre�os ao consumidor ainda n�o chegou. Na segunda pr�via deste m�s, o IPC-M teve alta de 0,38% em compara��o com o aumento de 0,31% na segunda pr�via de maio. O grupo "Alimenta��o" apresentou o mesmo resultado da apura��o de maio: 0,22%. Na composi��o, por�m, o IPC-M j� apresenta alguns sinais da transmiss�o, destacou Quadros.
Um bom exemplo est� na cadeia de panifica��o. No atacado, o pre�o do trigo como mat�ria-prima tinha registrado defla��o de 1 96% na segunda pr�via de maio. Agora, passou a uma infla��o de 2 50%. Para o consumidor, os pre�os do item "panificados e biscoitos" tinham infla��o de 0,43% na segunda pr�via de maio e agora passaram para 1,46%.
Tamb�m pesou na acelera��o do IGP-M o INCC, que capta os pre�os no setor da constru��o, e registrou taxa positiva de 2,41% na segunda pr�via do indicador deste m�s, ap�s registrar eleva��o de 0,68% na segunda pr�via de maio.
Segundo Quadros, por�m, o avan�o no INCC j� era esperado, por causa do custo da m�o de obra - maio � o m�s do reajuste salarial na constru��o civil de S�o Paulo. Perguntado sobre os efeitos da valoriza��o do d�lar, Quadros explicou que algum impacto j� pode estar ocorrendo nos pre�os da soja. "Mas o IPC ainda est� longe de receber esses efeitos", destacou o pesquisador do Ibre/FGV.