Os planos de sa�de individuais e familiares t�m perdido espa�o no mercado. Operadoras de grande porte est�o deixando de atuar no setor, ou reduzindo sua participa��o, preferindo os planos coletivos, que n�o t�m reajustes estipulados pela ag�ncia reguladora e podem tamb�m ter o contrato suspenso de forma unilateral, quando h� desequil�brio dos custos. No in�cio da semana, corretores de planos de sa�de, ao fazer prospec��es para vendas, anunciavam que a operadora Amil, l�der do mercado com 6,3 milh�es de benefici�rios, deixaria de atuar no segmento individual a partir da pr�xima semana. A operadora n�o confirmou a informa��o, mas em nota destacou que est� estudando uma renova��o de sua oferta de produtos.
No pa�s h� perto de 10 milh�es de usu�rios no segmento individual/familiar. Segundo dados da Ag�ncia Nacional de Sa�de Suplementar (ANS), o segmento registrou crescimento de 9,3% nos �ltimos cincos anos, contra um avan�o de 31,5% dos planos coletivos. A ag�ncia refor�a que o grande impulso dos coletivos/empresariais se deve ao aumento do n�vel de emprego do pa�s, mas especialistas acreditam que, a despeito da compara��o, a redu��o da oferta do produto � um mau sinal para o modelo de assist�ncia.
De fato, o mercado de trabalho foi um fermento para os conv�nios corporativos, mas o encolhimento do mercado familiar n�o se deve apenas � base de compara��o com os coletivos. Os planos individuais correm risco de em poucos anos ficarem estagnados, com uma matem�tica explosiva, presos � seguinte armadilha: ao mesmo tempo que se tornam desinteressantes para as empresas, s�o tamb�m caros demais para o consumidor. Apesar de serem cerca de 60% maiores, os valores dos individuais muitas vezes n�o fecham e precisam ser sustentados pela carteira corporativa, aponta o dem�grafo Fernando Kelles, que concluiu recentemente tese de doutorado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) sobre a sustentabilidade do setor.
Segundo o especialista, os planos familiares e individuais t�m f�lego para sobreviver at� 2020, enquanto os planos coletivos suportariam seguir at� 2028. A pesquisa levou em considera��o apenas o envelhecimento da carteira, n�o considerou aspectos como o lucro das operadoras, o peso das novas tecnologias ou a infla��o. “O governo e o mercado devem pensar em outros modelos para a sa�de suplementar ou o sistema se tornar� t�o caro que s� atender� a uma restrita classe A e B”, diz o especialista. A ANS refor�a que monitora o segmento por meio de estudos e an�lises de cen�rio. “Esses estudos demonstram que n�o h� como afirmar que planos individuais desaparecer�o do mercado”, contestou a ag�ncia, por meio de nota.
A Federa��o Nacional de Sa�de Suplementar (Fenasa�de), que representa grandes grupos do setor, esclarece que entre os planos coletivos h� maior margem para dilui��o do risco assistencial. “Para estimular a amplia��o da venda dos planos individuais, � preciso que a regra de reajuste atual, baseada na m�dia dos reajustes dos planos coletivos, seja revista.”
Proje��o do Instituo Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) mostra que ao longo do tempo a fatura tende a se tornar insuport�vel para o or�amento. Segundo o estudo, mantendo o formato de reajuste do segmento, acima da infla��o do pa�s e tamb�m por faixa et�ria, em 30 anos, o mesmo plano que consome hoje 7% da renda do usu�rio ampliaria sua participa��o para 73,21%.