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Estado de Minas

Arrecada��o federal � recorde mesmo com cen�rio de incertezas

Receita tem alta de 5,8% em maio e chega a R$ 458 bi no ano e mostra que governo tem caixa. Mas mercado prev� mais infla��o e menos crescimento no pa�s


postado em 25/06/2013 06:00 / atualizado em 25/06/2013 07:37

(foto: Paulinho Miranda/EM/D.A.Press)
(foto: Paulinho Miranda/EM/D.A.Press)

 Mesmo com previs�es menos otimistas para a economia, o governo federal n�o pode alegar falta de recursos para atender as demandas por investimento em setores b�sicos, exigidas pelas multid�es que foram para as ruas nas �ltimas semanas. A Receita Federal divulgou ontem que, mesmo com as recentes desonera��es, arrecadou em maio R$ 87,8 bilh�es em impostos e outras receitas, como royalties, um recorde para o m�s e um crescimento de 5,8% acima da infla��o em rela��o a abril. Dessa forma, o acumulado do ano bateu a marca de R$ 458 bilh�es, aumento real de 0,77% em compara��o ao mesmo per�odo (janeiro a maio) do ano passado.

 Com a infla��o e o d�lar em alta e o mercado prevendo queda na atividade econ�mica nos pr�ximos anos, o resultado vem ap�s sucessivos desempenhos fracos nos tr�s meses anteriores: queda em fevereiro e mar�o e baixo crescimento em abril. De acordo com o fisco, o desempenho excepcional de maio se deu em raz�o de arrecada��es extraordin�rias no valor de R$ 4 bilh�es, sendo R$ 1 bilh�o referente ao PIS e Cofins de um dep�sito judicial e R$ 3 bilh�es do Imposto de Renda e contribui��es sobre o lucro cobrados na venda de participa��o societ�ria de uma empresa do setor financeiro.

 Ainda assim, n�o fossem os valores extraordin�rios, a soma dos tributos combinados continuariam tendo acr�scimo de R$ 800 milh�es. Segundo o secret�rio da Receita, Carlos Alberto Freitas Barreto, a expectativa � de que 2013 feche com um crescimento entre 3% e 3,5% em rela��o ao ano passado, que j� havia batido recorde.

 “At� o m�s de maio os n�meros t�m se comportado conforme os indicadores macroecon�micos e acreditamos que n�o deve haver varia��es acentuadas. Junho tamb�m est� dentro da previsibilidade, n�o esperamos surpresas”, afirmou. Para ele, os recentes resultados refletem uma melhora na lucratividade das grandes empresas. Em julho, segundo Barreto, o consumo aquecido durante o per�odo da Copa das Confedera��es, mesmo com as manifesta��es, deve ser refletido na arrecada��o.

 As desonera��es tribut�rias anunciadas pelo governo impactaram negativamente os valores arrecadados em R$ 9,1 bilh�es no acumulado dos �ltimos cinco meses. S� a redu��o de impostos sobre a folha de pagamento � respons�vel por um ren�ncia fiscal de R$ 4,4 bilh�es em rela��o ao ano passado. J� a isen��o da Cide-Combust�veis e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) representaram queda de R$ 2,2 bilh�es e R$ 1,77 bilh�es, respectivamente, na arrecada��o.

 E as proje��es ladeira abaixo A arrecada��o federal cresce, mas as proje��es econ�micas para o Brasil seguem piorando. Na avalia��o dos especialistas, a infla��o est� t�o forte, que eles praticamente enterraram a possibilidade de o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano ficar abaixo dos 5,84% de 2012, como prometeu o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. No Boletim Focus divulgado ontem pela institui��o, a proje��o para o indicador atingiu 5,86% ante os 5,83% de uma semana atr�s. Um dos motivos para essa eleva��o foi a arrancada do d�lar. Para os economistas, na melhor das hip�teses, a moeda norte-americana dever� encerrar o ano em R$ 2,13.

 Segundo o economista-chefe da Conc�rdia Corretora, Flavio Combat, o d�lar alto encarece as importa��es e, por tabela, joga a infla��o para cima. Por isso, acredita ele, o BC poder� estender o ciclo de ajuste na taxa b�sica de juros (Selic) para al�m dos 9% ao ano estimados pela maioria do mercado. O real foi a moeda que mais perdeu valor nas �ltimas semanas — n�o somente contra o d�lar, mas tamb�m contra a maioria das divisas de parceiros comerciais importantes do pa�s (euro, yuan, iene, peso argentino). “A desvaloriza��o de cerca de 10% do real at� agora deve, portanto, ter influ�ncia sobre os pre�os das importa��es brasileiras e, consequentemente, sobre a infla��o”, refor�ou o economista-chefe da Sul Am�rica Investimentos, Newton Rosa.

 Se veem a infla��o e os juros apontando para cima, os analistas estimam crescimento cada vez menor para o PIB. Apenas na �ltima semana, a previs�o encolheu de 2,49% para 2,46%. Foi a sexta redu��o seguida. "Os dados mais recentes da economia confirmam a dificuldade de expans�o da atividade e a desacelera��o do consumo das fam�lias, com perspectiva de menor crescimento em 2013 e 2014", sustentou Combat.

 Com�rcio Ele lembrou ainda que, com o d�lar subindo, a situa��o do com�rcio, cujo desempenho j� tem sido bastante afetado pelo endividamento recorde das fam�lias, tender� a piorar. A Confedera��o Nacional do Com�rcio (CNC) reduziu pela metade a estimativa de expans�o do setor para este ano. Com um quadro de infla��o e juros altos, os empres�rios n�o esperam mais do que 2% de avan�o em rela��o a 2012, quanto houve um salto de 8,4%. “N�o � pessimismo, � um cen�rio realista. Quem est� segurando o com�rcio hoje � o emprego, com uma situa��o ainda relativamente boa”, comentou o economista-chefe da CNC, Carlos Thadeu de Freitas Gomes. 

 Para completar o cen�rio de incertezas na economia, entre maio e junho, o �ndice de Confian�a do Consumidor, medido pela Funda��o Getulio Vargas (FGV), encolheu 0,4%, para os 112,9 pontos, o menor n�vel desde mar�o de 2010, � beira do patamar considerado de insatisfa��o. Esse descontentamento foi alimentado ainda pela disparada da infla��o, que, em junho, deve estourar novamente o teto da meta perseguida pelo Banco Central, de 6,5%, e pelo endividamento recorde, que j� compromete 44,23% do or�amento das fam�lias.


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