Do inferno astral na produ��o � promessa de c�u claro no com�rcio internacional, as ind�strias de Minas Gerais que mais sofrem a influ�ncia do d�lar come�am a contabilizar os efeitos da valoriza��o da moeda norte-americana h� cerca de um m�s, sem o entusiasmo que se esperava. As fundi��es do estado – tradicionais fornecedoras de pe�as para o setor automotivo e para as empresas de saneamento b�sico – elevaram os pre�os nos embarques ao exterior, e os fabricantes do polo de explosivos de Santo Ant�nio do Monte, no Centro-Oeste mineiro, retomaram vendas nos vizinhos do Mercosul, mas os dois setores ainda aguardam movimento consistente do c�mbio para atacar clientes novos.
Os fabricantes de m�veis da Zona da Mata mineira passaram a pagar mais pelas mat�rias-primas feitas com componentes importados, tiveram de absorver o aumento de custo e n�o conseguiram equilibrar a despesa maior na via das exporta��es, muito t�mida no polo industrial. Situa��o semelhante vivem as f�bricas de cal�ados de Nova Serrana, a capital brasileira dos cal�ados esportivos, no Centro-Oeste de Minas, que encontram dificuldade at� mesmo para chegar a uma defini��o da paridade com o real nos contratos de aquisi��o de insumos.
“Reconquistar o mercado internacional � mais dif�cil, depois de um longo per�odo em que o d�lar fraco tornava imposs�vel a negocia��o. Trabalhamos s� para manter clientes no exterior. Agora, temos nova oportunidade, mas ainda � cedo para qualquer avalia��o”, afirma Afonso Gonzaga, presidente do Sindicato da Ind�stria da Fundi��o de Minas Gerais e da regional do Centro-Oeste da Federa��o das Ind�strias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Os pre�os negociados nas exporta��es reagiram, contudo a parcela de vendas ao exterior continua limitada ao intervalo de 10% a 14% da produ��o, de 1,176 milh�o de toneladas em 2012, percentual bem modesto se comparado aos 20% a 22% registrados at� 2008.
Para o polo industrial de Santo Ant�nio do Monte, a valoriza��o do d�lar, que alcan�ou 7,5% desde 27 de maio, levou a uma expans�o de 20% nos �ltimos dois meses e meio das vendas � Am�rica do Sul – os principais clientes est�o no Paraguai, Argentina, Bol�via e Uruguai –, informou o presidente das Ind�strias de Explosivos no Estado de Minas Gerais, Jorge Filho Lacerda. “As perspectivas s�o boas com a alta do d�lar, principalmente num momento em que o mercado interno n�o nos ajuda muito”, diz o industrial. O setor estima uma retra��o de 30% nos neg�cios, atribu�da ao impacto da trag�dia na Boate Kiss em janeiro, que matou 242 pessoas em Santa Maria (RS).
REAJUSTES Em Ub� e regi�o, o peso dos custos com as mat�rias-primas cotadas em d�lar na produ��o varia de 2% a 15%, de acordo com a depend�ncia das f�bricas, estima Michel Pires, presidente do Sindicato Intermunicipal da Ind�stria do Mobili�rio. As exporta��es n�o decolaram, representando menos de 1% da produ��o distribu�da entre 300 empresas do polo da Zona da Mata. “O repasse desse aumento � que ser� problema. Por enquanto, usamos o estoque de mat�rias-primas para entregar os m�veis sem reajuste”, afirma. J� em Nova Serrana, s� as empresas que trabalhavam com contratos j� fechados de exporta��o ganharam com a valoriza��o cambial, segundo Pedro Gomes da Silva, presidente do sindicato local dos fabricantes (Sindinova).
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