A ind�stria da constru��o mostrou crescimento em todas as suas vari�veis em 2011, revela a Pesquisa Anual da Ind�stria da Constru��o (PAIC), divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). A trajet�ria de expans�o da atividade vem se mantendo constante desde 2007, indica o documento.
O economista Fernando Abritta, da Coordena��o de Ind�stria do IBGE, disse � Ag�ncia Brasil que o valor de incorpora��es, obras e servi�os da constru��o, que alcan�ou R$ 286,6 bilh�es, evoluiu 4,5% comparado a 2010. Em rela��o a 2007, o aumento alcan�ou 63,1%, j� exclu�dos os efeitos da infla��o.
“Todas as vari�veis v�m aumentando”, confirmou Abritta. O n�mero de empresas ativas da constru��o subiu de 52.870, em 2007, para 79.286, em 2010, e para 92.732, em 2011. Os aumentos chegaram a 17%, em rela��o a 2010, e a 75,4% na compara��o com 2007.
O pessoal ocupado, que atingia 1,576 milh�o de pessoas em 2007, evoluiu para quase 2,7 milh�es em 2011, com incremento de 69,4%. Em rela��o a 2010 (2,5 milh�es de empregados), o acr�scimo atingiu 7,7%. Os gastos com sal�rios, retiradas e outras remunera��es cresceram, no per�odo de cinco anos, de R$ 19,35 bilh�es para quase R$ 49,9 bilh�es.
“A m�dia salarial vem aumentando tamb�m e atingiu agora R$ 1.437. Teve um aumento real de 3,8% acima do �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA). Em 2010, a m�dia salarial havia sido R$ 1.305 e, em 2007, R$ 945”. O incremento na compara��o com 2007 elevou-se a 21,5%.
Segundo o economista do IBGE, em termos de sal�rios m�nimos, o valor est� constante. “O sal�rio m�nimo vem tendo ganhos acima da infla��o”. Mesmo assim, disse, 2011, com valor m�dio de 2,6 sal�rios m�nimos mensais, manteve o mesmo patamar do ano anterior e ficou um pouco acima de 2007 (m�dia de 2,5 m�nimos/m�s).
Abritta lembrou, entretanto, que o sal�rio m�nimo teve no per�odo de 2007 para 2011 um crescimento de 45,9%, enquanto o IPCA subiu 24,6%. Em 2011, o sal�rio m�nimo cresceu 6,7%, pouco acima do IPCA (6,5%).
O IBGE divide o setor da constru��o em tr�s grupos: as constru��es de edif�cios, incluindo pr�dios residenciais, comerciais e industriais; as obras de infraestrutura, voltadas para a infraestrutura urbana, como estradas, e obras ligadas a usinas hidrel�tricas, portos, aeroportos, por exemplo; e os servi�os especializados, que envolvem obras de acabamento, funda��es, terraplenagens.
O n�mero de empresas ativas do segmento de servi�os especializados para constru��o passou de 16.388 para 51.325. O segmento de obras de infraestrutura, que exige muita escala de produ��o e capital para atuar no mercado, tamb�m cresceu, mas de maneira moderada (de 8.196 para 9.212 empresas). As empresas construtoras de edif�cios mostraram incremento de 28.239 para 32.205. “Como o setor da constru��o como um todo cresceu, � natural que tenha aumentado o n�mero de empresas atuantes”, comentou Abritta.
Em termos de valor das obras, envolvendo empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas, a pesquisa mostra acr�scimo no referente �s obras de infraestrutura, cujo valor passou de R$ 99,86 bilh�es, em 2010, para R$ 103,65 bilh�es, em 2011. “S� que em termos de participa��o reduziu. Perdeu participa��o de 46,9% para 44%”, ressaltou o economista da Coordena��o de Ind�stria do IBGE.
Al�m de obras de infraestrutura, a pesquisa analisa o valor das obras de mais quatro grupos, que s�o incorpora��o de empreendimentos imobili�rios; obras residenciais; edifica��es industriais, comerciais e outras n�o residenciais; e servi�os especializados. Em 2011, o valor total das incorpora��es, obras ou servi�os da constru��o feitos pelas empresas com 30 ou mais empregados somou R$ 235,6 bilh�es, com incremento de 3,8% em compara��o a 2010 e de 68% em rela��o a 2007.
Fernando Abritta informou que obras residenciais, por exemplo, ganharam participa��o em termos de valor das incorpora��es, chegando a 22%, em 2011, contra 20,8% no ano anterior. Em 2007, a participa��o era 15,1%. “A gente nota que obras residenciais v�m ganhando peso por causa do aumento do cr�dito imobili�rio, que de 2007 para c�, expandiu-se bastante”.
Dentro desse segmento, o principal tipo de obra � o edif�cio residencial, que subiu de R$ 39,7 bilh�es, em 2010, para R$ 44,2 bilh�es, em 2011. Nesse per�odo, a participa��o apresentou ligeiro crescimento de 18,6% para 18,8%, disse o economista.
A reboque das obras residenciais, pode-se registrar tamb�m o crescimento dos servi�os de reforma ou manuten��o de edif�cios residenciais de R$ 4,6 bilh�es, em termos de valor, em 2010, para R$ 7,6 bilh�es, em 2011. A participa��o tamb�m subiu de 2,2% para 3,2% entre os dois anos.
Abritta admitiu que a expans�o do segmento de obras residenciais reflete a influ�ncia das obras do Programa Minha Casa Minha Vida. “Est� inserido [na expans�o]”. Lembrou que o programa do governo federal � voltado, principalmente, � camada social de baixa renda com moradias financiadas com recursos da poupan�a.