
A prepara��o para a Copa do Mundo, associada ao maior acesso ao cr�dito imobili�rio, permitiu que o setor de constru��o civil no pa�s de certa forma superasse a crise da Zona do Euro, tendo crescido 4,5% em 2011 ante 2010, segundo estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). Com isso, incorpora��es, obras e servi�os do setor movimentaram
R$ 286,6 bilh�es no ano. Os benef�cios, no entanto, se concentraram boa parte nas m�os dos maiores grupos de infraestrutura. Doze dos 9,2 mil grupos do segmento executaram 28,6% das obras em 2011, enquanto em 2007 os mesmos tiveram 26% do total. O levantamento n�o informa os nomes das empresas.
Est�dios de futebol, estradas e obras de mobilidade urbana e hot�is est�o entre os principais colaboradores para a evolu��o da constru��o no per�odo. Aeroportos, mesmo com os atrasos nas obras, tamb�m t�m participa��o no crescimento, principalmente nas cidades-sede do evento. O incentivo ao programa de habita��o popular Minha casa, minha vida e a maior disponibilidade de cr�dito via bancos p�blicos tamb�m tiveram forte apelo. Na compara��o setorizada do Produto Interno Bruto (PIB), n�o � toa, a constru��o civil foi o segundo setor com maior evolu��o. A varia��o entre 2007 e 2011 � de 23,9% ante 15,8% do Produto Interno Bruto (PIB) global, segundo o Anu�rio da Constru��o Civil. Tendo aumentado 38,7% no mesmo per�odo, somente o setor de interm�dio banc�rio avan�ou mais.
CIMENTO Em 2011, segundo an�lise inclu�da no estudo, a ind�stria da constru��o foi influenciada pelo aumento dos desembolsos para obras de infraestrutura do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES), maior oferta de cr�dito imobili�rio, crescimento do emprego e da renda familiar e pela desonera��o do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de insumos da constru��o.
O economista do IBGE Antonio Braz avalia que, “de maneira geral, a constru��o civil tem menor concentra��o que outros setores da ind�stria, como a automotiva, de cimento” e outras. Segundo ele, caso se considerassem as 12 maiores de um desses setores, eles responderiam por mais de 90% ou at� mesmo quase a totalidade. “Em muitas licita��es a participa��o da empresa � condicionada, sendo necess�rio colocar patrim�nio como garantia de execu��o, por exemplo”, afirma Braz, ressaltando que os n�meros dos anos seguintes n�o devem ser t�o “brilhantes” devido ao desaquecimento da economia a partir de 2012.
A an�lise pode ser confirmada pelo �ndice de Confian�a do Empres�rio da Ind�stria da Constru��o de Minas Gerais (Iceicon-MG). O indicador registrou 49,8 pontos em junho, abaixo da marca de confian�a (50 pontos). � o oitavo m�s consecutivo em que os empres�rios demonstram insatisfa��o quanto �s condi��es de neg�cio. Desde novembro de 2012 o �ndice permanece abaixo de 50 pontos. Em rela��o ao m�s anterior, no entanto, o cen�rio � positivo. Em maio, o indicador atingiu 42,3 pontos.
CONCENTRA��O Segundo o IBGE, as 12 grandes do setor fizeram obras com valor m�dio de R$ 2,9 bilh�es, enquanto a m�dia geral � de R$ 5,2 milh�es por obra. Entre as 9,2 mil empresas de obras de infraestrutura ativas, essas “12 grandes” ocupavam, em m�dia, 17.306 pessoas cada em 2011 e pagavam sal�rios de R$ 2.981. No caso das demais empresas, a m�dia era de apenas 42 pessoas ocupadas e sal�rios de R$ 1.249.
Prova do crescimento do setor est� no n�mero de empresas. Somando as empresas de infraestrutura �s demais do setor, o total � de 92,7 mil em 2011. O n�mero cresceu vertiginosamente, tendo passado de 52,9 mil em 2007 para 79,3 mil em 2010 at� atingir a �ltima marca. O comparativo mostra varia��o de 17% e 75,4%, respectivamente. Minas praticamente manteve a participa��o nos n�meros nacionais. O percentual de pessoas ocupadas variou levemente, passando de 12,4% em 2010 para 12,5% no ano seguinte. A concentra��o de empresas tamb�m oscilou levemente, passando de 6,4% para 6,9% no intervalo.
Mais gente no canteiro de obra
A alavancagem da ind�stria da constru��o resultou em avan�o significativo do n�mero de empregados do setor. De 2007 para 2011, a quantidade de vagas cresceu 69,42%, tendo passado de 1,57 milh�o para 2,66 milh�es. A cria��o de mais de 1 milh�o de postos de trabalho resultou inclusive em escassez de m�o de obra, com o pa�s dando sinais de ter atingido o patamar de pleno emprego. Tanto � que os gastos com sal�rios, retiradas e outras remunera��es aumentou em ritmo 2,27 superior ao da cria��o de novas vagas. A varia��o do indicador foi de 157,67% no per�odo, subindo de R$ 19,35 milh�es em 2007 para R$ 49,86 em 2011.

O valor m�dio pago em 2011 foi de 2,6 sal�rios m�nimos mensais, resultado igual ao de 2010 e ligeiramente superior aos 2,5 sal�rios m�nimos de 2007. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), o sal�rio m�dio passou de R$ 945 para R$ 1.437, no comparativo entre 2007 e 2011.
O estudo mostra que, segundo as faixas de pessoal ocupado, a maior participa��o no total de custos vem de empresas com 250 pessoas ou mais. Em 2011, 54,4% do total era relativo ao segmento, enquanto as companhias com 50 a 240 funcion�rios tiveram participa��o de 23% e �quelas de 1 a 49 empregados 22,6%. (PRF)