Passa de oito horas o protesto organizado por caminhoneiros que bloqueiam a Rodovia Castello Branco, que liga a capital paulista ao oeste do estado nesta segunda-feira. No sentido interior, a via est� engarrafada entre os kms 23 e 30, informou a Pol�cia Rodovi�ria Estadual. No sentido capital, as filas de carros chegam a 10 quil�metros, no trecho dos kms 30 e 40. A organiza��o do protesto estima que 3 mil caminh�es participem do ato.
O Rodoanel M�rio Covas teve as faixas da pista externa (sentido Mau�) liberadas �s 12h30. Ainda h� congestionamento de 13 quil�metros no sentido Rodovia R�gis Bittencourt, do km 33 ao 46. A via tamb�m estava bloqueada por manifestantes desde as 5h.
Um dos l�deres do protesto na Castello Branco, Claudinei Oliveira, disse que que organizou o ato pelo Facebook. Segundo ele, os manifestantes pretendem manter a rodovia bloqueada enquanto n�o forem recebidos pelo secret�rio dos Transportes de S�o Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho.
A manifesta��o dos caminhoneiros tem pauta ampla de reivindica��es. Uma delas questiona a decis�o do governo do estado de passar a cobrar ped�gio dos caminh�es por eixos, mesmo quando passam pela pra�a de ped�gio com os eixos suspensos. "Isso � um erro, porque s� vai onerar o frete", disse Oliveira.
Os caminhoneiros pedem tamb�m redu��o do pre�o do �leo diesel. "Faz dez anos que o nosso frete n�o sobe e, de tr�s anos para c�, o �leo diesel j� triplicou o pre�o", reclamou Oliveira. Ele prop�s redu��o de 50% no pre�o do ped�gio para caminh�es durante a madrugada e disse que seria uma forma de aliviar o tr�nsito nas marginais. Al�m disso, os caminhoneiros querem mais seguran�a. "� um perigo passar nas marginais [Tiet� e Pinheiros] depois das 22h."
Caminhoneiro aut�nomo h� 20 anos, que faz viagens de at� mil quil�metros pelo Brasil, Gerson Aparecido Oliveira considera muito caro o ped�gio no pa�s todo. Gerson Oliveira destacou tamb�m a impossibilidade de cumprir, nas estradas brasileiras, a lei que determina o tempo m�nimo de descanso para caminhoneiros durante as viagens. “N�o existem pontos de parada suficientes”, disse ele.
Ele criticou a cobran�a por eixo suspenso. "A cobran�a do eixo levantado, com certeza, vai precisar ser transferida para o pre�o das mercadorias". A falta de seguran�a tamb�m est� entre suas preocupa��es: "est� muito dif�cil ser caminhoneiro hoje em dia, porque n�o h� suporte nenhum do governo. Os roubos ocorrem principalmente nas marginais Pinheiros e Tiet�. J� vi v�rios colegas serem assaltados.”
Denis Amparo Dias, que trabalho como aut�nomo h� cinco anos, reclama da restri��o de hor�rio nas marginais Pinheiros e Tiet�. "N�o estamos passeando, estamos fazendo entrega. Sem caminh�o, [a popula��o] n�o come, n�o bebe, n�o abastece", ressaltou o caminhoneiro. "Ele [governo] n�o d� espa�o para o caminhoneiro, s� d� espa�o para o carro individual. Tudo que eles tiram � do caminhoneiro. Eles tiram o hor�rio de trabalhar. Em qualquer lugar que a que se v� na Grande S�o Paulo, � proibido estacionar caminh�o."
Quanto � cobran�a por eixo levantando, Denis admite que alguns caminhoneiros adotam a pr�tica irregular de levantar os eixos do veiculo quando chegam � pra�a de ped�gio, como forma de pagar menos. Ele diz, por�m, que a pr�tica � necess�ria, tendo em vista o baixo rendimento obtido por esses profissionais. "Um eixo que a gente n�o paga, � um almo�o que a gente consegue comer."