Berlim – Na busca por aumentar a competitividade da ind�stria brasileira, o Servi�o Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) deve inaugurar, at� 2015, 24 institutos de inova��o no pa�s. Distribu�dos por �reas tem�ticas de acordo com o foco de cada regi�o, os centros ter�o como fun��o desenvolver processos e produtos para atender as demandas das empresas. O investimento deve atingir R$ 3 bilh�es, sendo a metade financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) e o restante de recursos da Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI).
Em Minas, ser�o tr�s centros: dois na Funda��o Centro Tecnol�gico de Minas Gerais (Cetec), voltados para engenharia de superf�cies e metalurgia e ligas especiais, e um em Itajub�, no Sul do estado, destinado � energia el�trica de alta pot�ncia. Mas a ideia � que todos funcionem em rede, possibilitando que o desenvolvimento gerado em cada estado seja propagado nacionalmente. Com isso, Minas poder�, por exemplo, aproveitar os estudos desenvolvidos no instituto paraense voltado para tecnologia mineral, especificamente de terras-raras.
O exemplo do min�rio de ferro � inclusive lembrado. Isso porque o Brasil exporta na forma bruta 85% de sua produ��o do insumo, mas, em rela��o ao a�o, as vendas externas respondem somente por 2%. A partir da�, a ideia � que o pa�s possa abrir os olhos para produtos de maior valor agregado. “Inova��o � como voc� ganhar dinheiro com o desenvolvimento de produtos. � o principal fator de competitividade, sendo determinante chave do seu sonho de consumo”, afirma o diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi.
Os institutos ter�o como base o modelo alem�o do Instituto Fraunhofer, criado h� mais de seis d�cadas e respons�vel por auxiliar desde pequenas companhias at� gigantes como Bosch, Volkswagen e Siemens. Tais empresas usam os laborat�rios do instituto para criar mecanismos. Pelo formato, o custo operacional � dividido em tr�s partes iguais entre a iniciativa privada, o instituto e o governo federal. “A chave do sucesso de uma economia � desenvolver a cadeia por completo”, afirma o vice-presidente do Fraunhofer, Alexander Kurz. Al�m da institui��o alem�, participam do projeto de inova��o do Senai o Massachussets Institute of Technology (MIT) e institui��es de ensino da It�lia e China.
Repetindo a f�rmula alem�, tanto empresas de pequeno quanto de grande porte poder�o usufruir dos institutos. Mas, segundo Lucchesi, como as companhias de grande porte normalmente t�m centros de inova��o pr�prios, elas devem aproveit�-los para complementar certos estudos, enquanto as menores muitas vezes dependem de um espa�o como o que ser� criado para se manter no mercado. “Elas n�o t�m capacidade para desenvolver novos produtos e projetos e acabam morrendo porque n�o conseguem desenvolver parques tecnol�gicos”, afirma o diretor-geral do Senai.
Nesta semana, representantes dos 14 estados que ter�o ao menos um instituto visitam algumas das 64 unidades do Fraunhofer para conhecer melhor a expertise do instituto. Al�m disso, dois representantes da institui��o devem permanecer no Brasil para aumentar o di�logo com o Senai. Presente na comitiva, o presidente da Federa��o das Ind�strias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado J�nior, explica que, no caso de Minas, o fato de o governo estadual ter colocado o Senai como gestor do Cetec facilita a implanta��o dos institutos de inova��o e tecnologia. “Para ser inovador n�o precisa mudar de segmento, mas saber tirar proveito disso”, diz ele sobre o fato de o estado ser de certa forma dependente da minera��o e outros segmentos com baixo potencial de desenvolvimento tecnol�gico.
Competi��o Mundial
A partir de hoje, alunos do Senai participam da maior competi��o mundial de profiss�es de n�vel t�cnico, a WorldSkills. Ser�o 41 competidores brasileiros em provas que simulam tarefas do dia a dia de �reas industriais e do setor de servi�os. Na �ltima edi��o, disputada em 2011 na Inglaterra, o Brasil ficou na segunda coloca��o no ranking geral de medalhas.
Teste no Brasil vai baratear produ��o
Al�m dos institutos de inova��o, o Servi�o Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) ir� criar 63 institutos de tecnologia para a realiza��o de testes de novos produtos. Atualmente, no pa�s, existem somente tr�s laborat�rios capazes de fazer tais aferi��es, o que tem obrigado as empresas a enviar seus produtos para testes no exterior, encarecendo o custo de produ��o. Segundo a Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI), o d�ficit anual da balan�a comercial � de US$ 18 bilh�es – volume gasto com testes no exterior ante o que empresas estrangeiras gastam no Brasil. Seis dos laborat�rios tamb�m ser�o instalados na Funda��o Centro Tecnol�gico de Minas Gerais (Cetec), com destina��o, entre outros, para medi��es de alimentos, minerais e automotivas.
Atualmente, segundo a CNI, se uma empresa automotiva quiser testar um novo modelo de motor flex ter� de esperar nove meses na fila do laborat�rio credenciado pelo Inmetro. Com os novos laborat�rios, a oferta do servi�o aumenta de forma significativa. O presidente da Federa��o das Ind�strias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado J�nior, afirma que equipamentos fabricados no Brasil s�o enviados para a Alemanha, por exemplo, para a realiza��o de um teste. Caso n�o sejam aprovados, t�m que ser devolvidos ao pa�s para a empresa dar uma solu��o ao problema e depois ser feito novo envio � Alemanha para aprova��o. (PRF)
*O jornalista viajou a convite da CNI