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Estado de Minas

Empresas de Eike arrastam para baixo a bolsa de SP

Fuga generalizada de investidores leva opera��o para n�vel inferior a 45 mil pontos.OGX despenca mais 19,4% e vai para o terceiro lugar em lista que avalia risco de calote


postado em 03/07/2013 06:00 / atualizado em 03/07/2013 14:08

O dia foi de p�nico ontem no mercado brasileiro. Os investidores estrangeiros deram ordens maci�as de venda e o �ndice da Bolsa de Valores de S�o Paulo (Ibovespa) caiu 4,24%, rompendo o piso psicol�gico de 45 mil pontos, ao operar a 44.818 pontos, por volta das 15h30, quando a m�nima chegou a -5,10%. Com a desvaloriza��o, a bolsa do pa�s � a pior do mundo em rentabilidade, com perdas de 25,8% no ano.

O piso de 45 mil pontos j� � a terceira posi��o criada como limite para a bolsa ter sustenta��o, de acordo com Jason Vieira, do portal de informa��es financeiras Moneyou. “Primeiro, foi 52 mil pontos, depois 47 mil pontos. Agora, ca�mos abaixo de 45 mil. Por causa disso, os investidores estrangeiros est�o correndo do Brasil. Estamos com um problema grave de falta de credibilidade no pa�s. Sofremos para conseguir atrair capital estrangeiro, mas o governo desdenhou, desprezou o dinheiro que vinha de fora, criando barreiras como o IOF. Agora descobriram que precisam do dinheiro estrangeiro, mas ele n�o est� mais aqui”, alertou.

O mergulho da bolsa brasileira foi motivado pelos fracos dados da produ��o industral brasileira divulgados ontem pela manh�, com retra��o de 2% em junho em rela��o a maio, quando a expectativa do mercado era de retra��o de apenas 1,1%. Mas o principal motivo do tombo do Ibovespa foi a queda vertiginosa das a��es do grupo EBX, do empres�rio Eike Batista.

As a��es da OGX, petroleira do grupo, ca�ram 19,64%, ap�s uma queda 29,11% na v�spera, quando anunciou a suspens�o do desenvolvimento em tr�s po�os de Tubar�o Azul. O movimento carregou junto v�rias empresas X. A MMX, bra�o minerador da EBX, perdeu 17,29% e a LLX, empresa de log�stica do grupo, teve queda de 11,24%.

A OGX agora � considerada a terceira empresa na lista de maiores amea�as de calote a credores, apurada pela empresa de gest�o de risco Kamakura. A Telecom Italia tem o maior risco de default em um m�s entre as empresas da lista, com 13,38% de probabilidade. Em seguida aparece uma empresa russa e depois a OGX, com risco de calote de 9,81%. “O mercado j� teve confian�a completa nas empresas X. Muito marketing, muita m�dia e poucos resultados”, disse Jason Vieira, do Moneyou. V�rias institui��es reduziram o pre�o-alvo da empresa de Eike Batista.

O Bank of America Merrill Lynch derrubou o pre�o-alvo da a��o da OGX, de R$ 1 para R$ 0,10. O Credit Suisse diminuiu a indica��o de valor para R$ 0,30 por a��o. O HSBC emitiu um relat�rio para justificar a redu��o de R$ 0,60 para
R$ 0,30 nos pap�is da OGX e de R$ 2,3 para R$ 1,5 da OSX.

“A OGX confirmou que n�o tem tecnologia dispon�vel para justificar investimentos e elevar o n�vel de produ��o no campo de Tubar�o Azul. A OSX tamb�m anunciou que n�o vai construir estaleiros e plataformas, por causa da desist�ncia da OGX. N�s publicamos um relat�rio destacando a nossa vis�o cautelosa sobre as empresas e estamos cortando nosso pre�o-alvo para as duas companhias”, ressaltou o analista-chefe do HSBC, Luiz Felipe Carvalho.

Os bancos que rebaixaram o pre�o-alvo da empresa mostram grande preocupa��o com o caixa da OGX, tanto a curto como no longo prazo. No Ibovespa, pap�is de bancos tamb�m perderam valor sob o risco de calote nos empr�stimos da empresa. As blue chips Petrobras e Vale tiveram forte queda na sess�o, entre as principais influ�ncias de baixa para o �ndice.

D�lar

Acompanhando a piora da bolsa de valores, o d�lar, que ca�a 3,9%, ampliou sua valoriza��o perante o real e fechou o preg�o em alta de 0,85%, cotado a R$ 2,249, maior n�vel desde 20 de junho. Cresce no mercado a preocupa��o com o fluxo cambial, uma vez que h� sinais de retra��o da balan�a comercial, que acumula d�ficit de US$ 3 bilh�es no primeiro semestre (o maior desde 1995), e a perspectiva de crescimento menor da economia reduz a capacidade do Brasil de atrair recursos para investimento direto.

Apesar da alta do d�lar, o Banco Central n�o interveio no mercado. A �ltima atua��o da autoridade monet�ria no mercado de c�mbio foi no dia 28 de junho.

 

O homem que derreteu

 

O derretimento das a��es das companhias do empres�rio Eike Batista, que chegaram a cair 35% em um s� dia na bolsa de valores, gerou especula��es nas redes sociais de como o ex-milion�rio se comportaria na condi��o de “novo-pobre”, a maioria delas marcadas por hashtags como #eikepobre. Eike, que j� foi o homem mais rico do Brasil e o s�timo do mundo, entraria em uma rota de necessidades di�rias comuns aos simples mortais. Teria que aprender a economizar em tudo. Se acostumar a pr�ticas como “andar com as crian�as no �nibus e pedir ao motorista para entrar por tr�s”, “colocar �gua no xampu” para render mais, beber caf� requentado, “no copo de geleia”. E sair �s ruas gritando: “N�o � por 20 centavos” ao participar das manifesta��es para a redu��o da tarifa dos transportes.

Os tuiteiros imaginam que, certamente, o homem que desceu a ladeira depois de participar do ranking de fortunas da revista Forbes, inconformado, iria “dar um barraco em hospitais p�blicos para ser atendido mais r�pido”. Em uma festa de seu anivers�rio, montaria o evento no Facebook, pedindo para os convidados levarem “o que comem e o que bebem” e ainda reclamaria do desperd�cio, caso deixassem metade da cerveja na latinha. Para engordar o or�amento, venderia uma revista Playboy “autografada” no Mercado Livre – aquela cuja capa estampa a sua ex-mulher, a modelo Luma de Oliveira, que o abandonou por um bombeiro sarado. Ou, quem sabe, poderia optar por “fazer artesanato com garrafa PET”.

Outra sa�da seria “juntar embalagem de pasta de dente para concorrer ao avi�o do Faust�o” – avi�o n�o incluso. E quando fosse participar de festa de anivers�rio na casa de amigos, n�o resistiria a pedir “um pedacinho de bolo para levar para a m�e”. Vivendo na pobreza, Eike Batista se acostumaria at� a “retirar as pilhas do DVD para colocar na TV” e viajar s� depois de pesquisar o pre�o da passagem a�rea em sites de desconto. Mas guardando o ran�o dos velhos tempos, Eike, se ainda conseguisse manter um carro, colocaria um adesivo com as palavras “Homem mais rico em sa�de do mundo”. Ao fim, ainda na imagina��o dos tuiteiros, ele iria se convencer de que o melhor � mesmo mudar o nome do seu filho de Thor para U�liton, a quem daria, como presente, um carro popular usado, amarelo, financiado em 72 presta��es.


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